You got such pretty lips, I bet they'ld look even better around my D

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"Existem esses pequenos momentos em nossas vidas, momentos de mudança. Nesses instantes mágicos, como o efeito borboleta, algo tão simples quanto o bater de asas de um inseto pode ser aquilo que definirá quem você é, quem será, onde irá chegar. Você precisa estar atento a eles, sempre, sem exceção. Pois é o seu futuro, a sua vida ali em jogo.

Faça bom proveito das suas chances."

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Três anos antes...

A noite alcançava aquele ponto em que Harry transitava entre sóbrio e completamente incapaz de chegar em casa sozinho. A bebida demorava para atingi-lo, mas quando acontecia, era repentino como um tropeço em direção ao chão de concreto.

A impressão que ele tinha era sempre a mesma: a de estar desconectado de seu corpo. Sua mente estava sempre muito clara, ele ficava consciente demais das coisas, tanto que não cabia apenas em sua cabeça e precisava sair de alguma forma.

Seus membros e sua coordenação motora se tornavam inexistentes e sua língua adormecia, levando cada ação e fala a parecer um passo em câmera super lenta na direção de um precipício.

Ele amava e odiava a sensação.

De qualquer forma, como seu cérebro ficava o extremo de livre e aberto, automaticamente tudo em sua existência ridícula no meio daquela boate acreditava que ele, e apenas ele, sabia o que era certo e errado. Ele sabia de tudo.

E foi sabendo de tudo que ele pediu que uma garçonete lhe arrumasse um pedaço de papel e uma caneta.

Quisera sua versão sóbria que ele estivesse compondo uma canção embriagada. Mas não, o Harry bêbado não podia perder a chance de passar vergonha enquanto rabiscava um pequeno recado em um guardanapo.

Ao princípio da noite, Nick praticamente o arrastou até ali, pois Styles estava completamente acabado e desacreditado. Mais uma gravadora havia fechado a porta em seu rosto, sequer ficando com a cópia de sua demo para fingir que se importavam com novos artistas.

A frequência com que coisas daquele tipo estavam acontecendo era da quantidade perfeita para por um peso insuportável nos ombros do rapaz ao auge de seus dezenove anos. Em algum lugar do seu cérebro ainda rondava a sua mensagem para si mesmo de que tudo daria certo em algum ponto e de que ainda era cedo. Mas, depois de dois anos, Harry não tinha certeza de que acreditava nisso mais. Muito pelo contrário, já estava se visualizando de volta a Holmes Chapel, trabalhando de novo na padaria a poucas quadras de sua casa, agora pelo resto de sua vida, incapaz de estudar ou ter alguma chance melhor por ter gastado o dinheiro que sua mãe, seu pai e seu padrasto haviam juntado ao longo dos anos para que fizesse faculdade.

Ele era um fracasso e estava fadado a isso pelo resto da vida. Sua irmã tinha razão em zoá-lo por ela estar se formando na faculdade e ele não. Seu sonho era estúpido. Por que ele achou que era o bastante? É uma chance de um em um milhão. Ainda mais com suas canções que alternavam entre o Indie e o Rock Alternativo, arranhadas em seu violão velho.

Mas então tinha Nick. Nicholas Peter Andrew "escandaloso pra caralho" Grimshaw. Grimmy, o radialista.

Ele era a energia positiva em pessoa e sempre falava alto demais, tocava teclado em horas inapropriadas demais e acreditava em Harry demais.

Up in the air - l.s.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora