Eu tenho idolatrado a luz em seus olhos

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Afundei novamente na cama, suspirando alto. Harry riu, deitando do meu lado na cama e acariciando meu rosto.

– Você está adorando isso, não é? – Eu resmunguei.

– É só um cuidado a mais, Lou.

– Sim, ele disse a mesma coisa que você vem me falando há um mês. – Bufei. – "É melhor parar de trabalhar, Louis". – Imitei a voz dele, o que só o fez rir mais. – "Não faça esforços, amor". – Continuei. – "Não podemos fazer tanto sexo, Louis".

– E eu estava certo. – Ele se gabou e eu revirei os olhos.

– Ele acaba de tirar todos os meus hobbies, eu não posso trabalhar, não posso sair para passear e, principalmente, não posso fazer sexo. Minha vida acabou! – Dramatizei e Harry gargalhou, colocando a mão na boca logo depois, para abafar o som. – Fica gritando de prazer na hora do sexo e agora quer cobrir uma gargalhada. Querido, as pessoas que vivem conosco nessa casa já ouviram coisas que até Deus duvida. – Nós dois rimos mais.

– Eu tenho dó, às vezes. – Harry falou. – Pobrezinhos, estão fadados a ficar aqui e testemunhar o nosso amor noite após noite. – Ele se aproximou e começou a beijar todo o meu rosto, me fazendo cócegas. – Após noite. – E mais beijos. – E após noite. – Mais beijos.

[...]

Uma semana. Esse era o tempo exato de minha tortura.

Há uma semana eu não trabalhava. Há uma semana eu não fazia atividades físicas, nem mesmo o yoga que Harry inventou de fazer durante a gravidez e que eu odiava, mas que agora fazia uma falta muito grande. Há uma semana sentia aquela mesma pontada de dor, espaçadas e sem um tempo regular entre elas. Mas, principalmente, há uma semana eu não tinha sexo.

Nada, nem mesmo uma carícia um pouco mais quente. Harry estava cumprindo a risca as recomendações médicas e eu odiava cada segundo de suas recusas.

Nos três primeiros dias, eu não tentei nada, também estava disposto a respeitar as limitações ditas por Ed, mas começou a ficar bem difícil já que eu me excitava só de olhar para meu marido. E no quarto dia eu propus a Harry um boquete no chuveiro, que ele recusou na hora e eu desisti.

No quinto dia, eu aproveitei a posição que estávamos no sofá e rebolei algumas vezes em seu colo, enquanto beijava seu pescoço. Ele levou as mãos até minha cintura e parou os movimentos, sorrindo. Quando eu tentei a segunda vez, ele não foi mais tão amável e segurou minha cintura novamente, além de afastar meus beijos.

Quando voltei a tentar beijá-lo, ele me colocou sentado na outra ponta do sofá, me afastando totalmente de seu corpo. Cruzei os braços sobre a barriga e fiz um bico, mas nem isso pareceu amolecer seu coração.

Ontem eu tentei novamente seduzi-lo no banho, descendo minha mão por todo o seu corpo em direção a seu pau, mas ele riu incrédulo e me afastou novamente. Harry era bem mais forte do que eu esperava e isso deveria me deixar feliz, mas não era o caso no momento.

Eu já estava deitado quando ele saiu do banheiro, tinha metade do rosto afundado no travesseiro, o acompanhava enquanto ele se movia pelo quarto e quase gemi quando ele desfez o coque e seus cabelos caíram selvagens por seu rosto.

– É o seguinte. – Me sentei na cama abruptamente. – Eu estou carregando a sua filha, eu tenho uma aliança no dedo colocada por você e uma mordida em meu pescoço feita por você. Você tem obrigações comigo e isso inclui fazer sexo quando eu quero. – Ergui o dedo para dar mais ênfase e ele me olhou estranho, um pouco assustado, embora segurasse para não rir.

– Louis, são só mais algumas semanas. Sexo não pode ser tão importante assim para você... – Ele explicou em um tom calmo, como sempre fazia quando eu estava brigando sem motivo e o que sempre me irritava mais.

After the dream - l.s (a/b/o)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt