Aquele do Natal e do aniversário da 'rarrinha'.

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Uma semana depois

Julie já estava melhor, Alex e ela se sentiam mais à vontade lá em casa. Eu e Alex tínhamos quartos separados, mas quase toda noite ela dormia na minha cama. Era manhã de Natal. Eu acordei com cócegas no nariz e logo sentia um beijo molhado no nariz. Sorri e abri os olhos dando de cara com aquela coisa linda. Eu estava amando acordar assim todo dia.

-Papá, acoda. Vamos abir os pesentes. – Julie disse pulando.

-Julie, hija, não pula. – A voz de Alex surgiu preguiçosa. – O que foi? Está com fome?

-Mamá, vamos abir os pesentes. – ela disse, desceu da cama e puxou minha mão. – Vem, papá!

-Já vou, princesa. – eu ri levantando. – Papai pode escovar os dentes antes?

-Também quiero! – ela disse pulando. Ela vivia pulando.

-Vem aqui. – eu a peguei no colo e a coloquei sentada na pia. As coisinhas dela ficavam no meu banheiro, já que ela era uma curiosa bagunceira. Peguei a escova dela e dei na mão dela. – Olha o que papai vai fazer, tá? – ela assentiu. Fez uma bagunça "escovando os dentes", mas me rendeu risadas e orgulho. Terminamos e Alex logo entrou. Joguei Julie na cama e ela riu.

-Papá, não quiero dormir. Yo quiero os pesentes, vamos.

-Vamos esperar sua mamá.

-Mamá, rápido! – ela gritou. – E se o papai 'Loel' tá lá embaixo, papá?

-Papai Noel, amor. – eu a corrigi. – E ele não está lá embaixo. – eu ri. – Ele vem entregar os presentes de noite. Ele já veio deixar o seu presente ontem.

-No, não foi ele, papá. – ela disse em tom de explicação. – Mamá e a abuela e usted que 'compou' o pesentes 'pá' mim.

-Alex?! – eu a chamei, ela logo saiu rindo do banheiro. – Você acabou com a magia do Natal.

-Não fui eu, amor, eu juro. – ela riu. – Mas vale lembrar que Juliet é observadora e inteligente. Ela ligou uma coisa com a outra.

-Ela não pode ser uma criança que não acredita em Papai Noel.

-Claro que pode. Nós fomos crianças que não acreditavam em Papai Noel.

-Não com dois anos. – eu disse fazendo bico.

-Com três anos eu vi meu pai se vestindo de Papai Noel. Parei de acreditar desde então. – ela deu de ombros e deu um sorrisinho.

-Que triste. – eu ri. Imaginei a cara de decepção e culpado do senhor Menzel. – Sua mãe nunca disse nada?

-Meu pai ficou meio culpado. – ela riu. – Minha mãe disse "eu avisei que ela perceberia".

-Vamos ver os 'pesentes', mamá. – Julie disse descendo da cama e saindo do quarto. Rimos e fomos de mãos dadas até o primeiro andar, onde estava a árvore e os presentes. Liguei para minha mãe que disse que já estava quase chegando lá em casa. Julie correu até a árvore e os olhos dela se arregalaram. – Pode pegar? – ela nos olhou.

-Pode. – eu sorri.

-Cual és?

-Todos, meu amor. – Alex riu. – Qual você quer abrir primeiro? – ela apontou um grande. Eu sabia que ela começaria por aquele. Minha mãe havia comprado. – Você quer ajuda?

-Sí, por favor. – ela sentou no tapete. Elas foram abrindo o primeiro presente. Era um triciclo. Ela pulou, gritou e ficou tão animada que nos contagiou. Alex riu até cair deitada. Foi uma visão linda. Alex de calça moletom, regata rosa, cabelo solto. Julie com um macacão de dormir cheio de cupcakes coloridos, cabelo solto e bagunçado. Eram momentos como aquele que faziam eu ter ainda mais certeza de que queria as duas pelo resto da vida. Fui tirado dos pensamentos pela vozinha que me acordava todo dia. – Papá, vem. – a campainha tocou.

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