III - Um Caminho até Paris

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Soltei o cabelo e me levantei, indo até a pequena janela e a abrindo. O ar era frio, mas não congelante, como deveria ser em meados de novembro. Com certeza estávamos bem longe da Suíça. As estrelas brilhavam no céu acima, e carros ainda passavam na rua que cruzava em frente ao hotel.

Respirei o ar frio, e deixei a janela aberta, prendendo o cabelo novamente e voltando a me deitar. Qualquer um diria que nada havia mudado. No escuro, o quarto lembrava o meu na casa de Marian. Pequeno, mas não minúsculo ou desconfortável. Os lençóis eram macios, e não se ouvia um único barulho além dos das corujas lá fora. Mas os móveis eram de metal fundido, que refletiam a luz da lua e cada vez que eu me mexia brilhava direto nos meus olhos, lembrando-me que eu não estava em casa.

Que eu não tinha mais uma casa.

Eu devia estar quase dormindo quando a lua parou de refletir pela janela, atingindo seu pico no céu, e uma coruja pousou na janela.

-Olhem só o que eu encontrei! – o soldado Martins entrou na sala ao mesmo tempo em que eu, quando desci para o café da manhã, carregando nos braços um gordo e negro gato que eu conhecia bem – Estava escondido no porta-malas do carro!

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-Olhem só o que eu encontrei! – o soldado Martins entrou na sala ao mesmo tempo em que eu, quando desci para o café da manhã, carregando nos braços um gordo e negro gato que eu conhecia bem – Estava escondido no porta-malas do carro!

-Eu não acredito – falei descrente, e consciente de que todos se viraram para mim – De todos os seres do mundo...

-Bom dia Bethany – falou Veronicca, sorrindo – Venha tomar café, temos mais um longo dia de viagem pela frente.

Ela parecia estranhamente bem humorada, vendo Martins brincar com o gato, até que ele fugiu dos braços dele e correu até o meu colo.

-Ele é seu? – perguntou Veronicca, erguendo uma sobrancelha perfeita e bem desenhada.

-Ele era das pessoas com quem eu morava – dei os ombros, enquanto a gigantesca bola de pelos se esfregava na minha barriga. Eu nunca fiquei tão feliz em ver aquela maldita bola de pelos.

-Ele tem um nome? – perguntou Martins, sentando ao meu lado e acariciando a cabeça do animal.

Mordi o interior da bochecha. Quão constrangedor seria ter que explicar que Iris deu o nome do príncipe para o gato? Eu preferi não descobrir – Romeu! Como em Romeu e Julieta, e essas coisas.

-Você é um belo rapaz, Romeu – falou ele, sorrindo, enquanto o gato pulava do meu colo direto para o dele.

Bem, aparentemente ele tinha gostado do novo nome. Mas quando levantei os olhos, Veronicca não parecia muito feliz.

-Eu posso ficar com ele? – juntei coragem para perguntar, mesmo diante ao olhar matador que ela lançava para o pequeno pedaço de queijo no seu prato.

-Eu não sei se essa é uma boa ideia, Bethany – falou ela, calmamente.

-Ora, eu não vejo problemas – falou Martins, rindo enquanto o recém-nomeado Romeu tentava alcançar uma das medalhas brilhantes em seu peito – Muitas garotas tem cachorros no castelo. E a Rainha gosta de gatos.

A Rainha Da Beleza - A Rainha da Beleza Livro I [NÃO REVISADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora