— Eu entendo que você queira se vingar, me mate de uma vez e acabe logo com isso.

— Eu já disse, você merece sofrer antes de morrer. E eu vou fazer você sofrer, desejar que estivesse morto. — Ele diz e desabotoa os botões no pulso de sua camisa, subindo as mangas até seu cotovelo.

— Você vai se arrepender do dia em que conheceu minha irmã. — Ele diz e então o ataque começa.

Seus socos acertam meu rosto e minha cabeça, tento me defender, mas meu corpo está cansado e faminto e mal tenho forças para me manter em pé.

Caio de joelhos no chão, sangue escorrendo de minha boca e meu nariz, manchando o carpete de um vermelho vivo, cobrindo o sangue seco que ele tirou de mim nas outras vezes que me espancou.

— Levantem-no! — Ele ordena, o ódio em sua voz é evidente.

Ele me odeia, ele me quer morto, ele nunca deixará que eu saia desse quarto vivo.

Seus homens me levantam e me seguram enquanto Albert desconta sua raiva em mim.

Toda vez que seus socos acertam minhas costelas machucadas acho que vou desmaiar de dor.

— Larguem ele! — Ele diz e então os braços fortes que me sustentavam somem e eu caio no chão.

— Isso é pela minha irmã, seu desgraçado, é por Brooke! — Ele grita e então começa a me chutar com toda sua força.

Suas botas me acertam em todo lugar, mas quando elas se encontram com minha cabeça é como se ele tivesse encontrado meu interruptor. Eu simplesmente apago.

Quando acordo não tenho certeza se fiquei desmaiado por minutos ou por horas, mas para meu desespero Albert ainda está aqui, sentado em uma cadeira pacientemente me observando com um olhar de puro nojo.

— Você é fraco demais. Sabe, se vai mexer com a irmãzinha dos outros deveria ser capaz de levar mais porrada. Talvez seja minha culpa, que péssimo anfitrião eu fui, não te ofereci nem um prato de comida. — Ele diz e então percebo dois potinhos de plástico, como aqueles de cachorros, no chão perto de mim.

— Coma. — Albert ordena.

Com muito esforço e muita dor, consigo me mover e pegar o pote de comida.

A pontinha de esperança e alivio que cresceu em mim ao pensar que finalmente comeria algo desaparece quando percebo o conteúdo do pote.

— Isso é comida de cachorro. — Olho para o que parece ser algum tipo de comida enlatada.

— Você é um animal, não é? Então coma.

Albert não quer apenas destruir meu corpo, ele quer destruir meu espirito. Ele quer me machucar e me humilhar até eu não aguentar mais, só para depois dar o tiro de misericórdia e me matar.

— Coma! — Ele grita com uma fúria enlouquecida.

Com os dedos pego um pouco do conteúdo gosmento e nojento, mas Albert me repreende.

— Não, não use os dedos, coma como um cachorro. — Ele ordena.

Olho em sua direção com raiva e ele ri.

— Você quer que eu quebre os seus dedos? Então largue isso e coma como o animal que você é.

Coloco a gosma novamente no pote e o empurro para longe.

— Obrigado, mas não estou com fome. — Digo, e apenas para irrita-lo, junto toda a força que me resta e sorrio o mais largamente que consigo.

— Seu desgraçado! — Ele se levanta rapidamente, pega o pote com a comida de cachorro e segura meus cabelos, puxando-os com força e então empurra meu rosto em direção ao pote.

— Coma! Coma! Coma! — Ele grita e me obriga a comer tudo.

Quase devolvo aquela coisa nojenta diversas vezes, mas meu estômago vazio dói e implora por algo para comer. Qualquer coisa.

Quando termino Albert sorri satisfeito e então me dá o segundo pote, que contem um pouco de água. Bebo desesperadamente.

Quando um dos seus homens faz menção de querer me amarrar novamente Albert o impede.

— Deixe-o solto, ele está fraco demais para fazer qualquer coisa mesmo. Voltaremos daqui 5 horas para mais uma das suas lições. — Ele diz e então os três se vão, me deixando no escuro novamente.

Fico deitado no chão, completamente derrotado. Uma parte de mim sabe que eu mereço tudo isso.

Albert tem razão, sua irmã está morta por minha causa, assim como minha mãe e meu filho.

Nina vai ter sorte quando eu morrer, eu sou um inútil que só atrapalharia sua vida. É melhor que ela fique com Brian ou qualquer outro homem que seja digno dela.

Eu a amo mais do que qualquer coisa, mas infelizmente isso não é o suficiente.

Como eu queria ter ficado com ela, ter passado uma última noite ao seu lado ao invés de ir para meu apartamento com raiva simplesmente por ela querer me ajudar.

Eu fui um idiota, eu continuo sendo um idiota. Eu mereço morrer.

Não diga isso meu, amor. A voz de Nina fala dentro da minha cabeça.

Mas é verdade, eu mereço morrer por todas as coisas ruins que eu já fiz. Respondo-a.

Você sabe que isso não é verdade. Você vai sair daqui e vai me encontrar, nós vamos ficar juntos e vamos ser felizes, meu amor.

Como você sabe disso? Pergunto.

Porque ele está te protegendo, ela diz e então como mágica, Nina aparece para mim. Mesmo com meus olhos fechados, mesmo assim eu consigo vê-la, linda como sempre, e em seus braços ela segura um pequeno bebê.

O nosso bebê está te protegendo, amor, ele não vai deixar que você morra. Ele vai te salvar.

Por que ele vai me salvar se eu não salvei ele?

Porque ele te perdoa, meu amor, e eu também. Volte para casa, volte para nós.

Não sei se consigo, digo.

Sim, você consegue. Seja forte, Cam, nós estamos indo te salvar.

Eu te amo, Nina.

Eu também te amo, meu amor. Nós dois te amamos.

Sua imagem some lentamente, como se fosse fumaça se dissipando no ar.

Não, volte! Volte! Nina, meu amor, volte! Volte! Imploro, mas ela não volta. Nem ela nem meu filho.

Mas agora eu sei que ele está olhando por mim do céu e ele vai me proteger, ele vai me salvar mesmo eu não tendo feito o mesmo por ele.

Eu só preciso ter força e esperar, alguém vai vir me salvar, eu sei que vai.

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Que tenso, minha gente! Coitadinho do nosso Cam, né?

Mas calma, para aqueles que achavam que o Hardy era do mal aqui vai um spoilerzinho, ele não é. Ele realmente vai ajudar a Nina a achar o nosso Cam e salva-lo <3 

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