Capítulo 22

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Cinco anos depois...

Durante muito tempo eu pensei em como me sentiria se um dia encontrasse com Cameron outra vez.

Eu me perguntava se sentiria raiva ou talvez mágoa, tristeza ou apesar de tudo, saudades.

Devia ter imaginado que sentiria um pouco de tudo, uma combinação esmagadora de todos os sentimentos que nutri por ele um dia.

Esses sentimentos me deixaram sem fala quando ele tirou aquela máscara e me deixou ver seu rosto. Toda a nossa história passou por minha mente em segundos, abrindo todas as feridas que eu jurava já estarem cicatrizadas.

Cameron fica parado, me encarando com uma mágoa tão grande que qualquer um acharia que fui eu quem quebrou seu coração, e não o contrário.

Tenho tanto para dizer e ainda assim permaneço em silêncio. Quero perguntar o porquê ele me magoou daquele jeito, o porquê ele partiu e nunca mais voltou, quero saber se algo do que vivemos foi real, mesmo que tenha sido apenas uma pequena parte.

Tantas perguntas, tantas acusações, mas todas ficam presas em minha garganta enquanto tento assimilar o fato de que Cameron está aqui, que ele realmente está aqui, na minha frente, e que ele está trabalhando como um...como um garoto de programa.

— Achei que nunca mais fosse te ver. — Digo por fim.

— Esse era o plano. — Ele diz, fazendo uma careta como se tivesse nojo de mim.

— Você é um garoto de programa... — Minha intenção era fazer uma pergunta, mas minha voz sai e as palavras soam como uma acusação.

— Por que? — Pergunto.

— Porque eu gosto de sexo. — Ele responde, dando de ombros.

Sua resposta me leva mais uma vez àquela noite, quando o vi pela última vez.

— Sim, eu sei. — Respondo sentindo as feridas em meu coração se abrirem dolorosamente. A imagem de Alyson montada em Cameron se repete em minha mente tão clara como se tivesse acontecido um minuto atrás.

Lembro-me de tudo. Sinto o cheiro de sexo que senti ao abrir aquela porta, ouço os gemidos dela, sinto a dor e o vazio que senti. Sinto-os tão intensamente como senti naquela noite.

— Você deveria voltar lá para dentro. — Ele diz e se vira.

— É só isso que você vai me dizer? — Minha pergunta o faz parar e se virar para mim novamente.

— O que mais você quer que eu diga?

— Preciso saber o porquê. — Minha voz sai fraca, machucada.

Ele me olha com a testa franzida, como se tivesse se esquecido da dor que me causou e isso só me faz ficar furiosa.

— Por que você me abandonou, por que você quebrou meu coração? — Dou um passo raivoso em sua direção. Ao ver a sugestão de um sorriso em seus lábios algo toma conta de mim, algo que não posso entender assume o controle dos meus atos e antes que eu possa pensar nas consequências, minha mão desce em seu rosto, dando-lhe um tapa que estala alto e deixa sua bochecha avermelhada.

— O que é que tem de tão engraçado em partir o coração de uma garota? — Pergunto com o maxilar cerrado de raiva, uma lágrima solitária escorre por meu rosto, mas rapidamente eu a limpo.

Meu tapa parece acionar seu lado mais bruto e Cam me segura pelos braços e me empurra contra a parede, seu corpo permanece distante do meu, mas o calor de suas mãos é o suficiente para fazer muitas lembranças voltarem.

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