Capítulo 3

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Olho nervosa para Guto. Ele parece assustado. Nick ainda me segura, seus braços firmes na minha cintura e seu queixo encosta na parte de trás dá minha cabeça.

-Seu mentiroso! Na minha cara!-Lola grita e dá um tapa forte em Guto.

Ele fica perturbado um instante, como se nao acreditasse que ela deu um tapa nele.

-Eu acreditei em você! É assim que você me retribui? Me traindo?-Nick diz para mim.

Ele me larga e bota as mãos na cabeça.

Todos dá sorveteria estão olhando, inclusive nossos amigos. Eu sinceramente queria saber o que está acontecendo.

Guto não namora Lola. Eu saberia. E Nick agindo como se fossemos namorados.

Então eu percebo.

Todos dá sorveteria olham. É exatamente o que Nick e Guto gostam. Atenção.

-Meu desculpa, meu amor, eu pensei que era você!-Digo implorando com minha melhor voz de coitadinha.

Nick gosta do que vê.

Atrás de nós, Guto e Lola estão discutindo.

-De novo, Débora! A mesma desculpa de sempre! Já me cansei de você!-Nick diz.

Seguro seu braço e falo alto.

-Robervaldo, meu amor! E o nosso filho?-Passo a mão na barriga e abaixo a cabeça.

Até Guto e Lola pararam a discussão encenada para nós assistir.

-Nosso? Você me disse que o filho era meu.-Guto fala atrás de mim.

Me viro para ele. Faço uma cena, como se eu estivesse confusa e desamaio nos braços de Lola. Ela me empurra pra cima de Guto e dá um tapa na cara dele.

Ouço os passos de Lola ficando cada vez mais distantes e então sou levada para fora dá sorveteria.

No lado de fora, saímos dos nossos papeis e a galera toda de reuni.

-Você foi incrível.-Nick diz.

Nos encarnados por algum tempo até não conseguir segurar o sorriso. Nick e eu realmente temos uma ligação.

-Melhor do que eu poderia fazer.-Lola diz.

Então me lembro que não paguei pelo meu sorvete.

-Droga, esqueci de pagar.-Falo.

Nick chega perto de mim fazendo minhas pernas bambearem. Ele se curva e seus lábios roçam minha orelha. Sua respiração está calma e gostosa de se ouvir.

-Essa é a finalidade de toda aquela cena.-Ele diz e antes de se afastar, sua mão vagueia pelas minhas costas.

Um arrepio estranho sobre pela minha espinha, mas ignoro.

-Já tá anoitecendo, eu já vou.-Nanda diz.

-Vou com você, alguém mais quer carona pro outro lado dá ponte?-Lola pergunta.

Pelo visto grande parte da galera mora do outro lado dá ponte, pois sobram apenas eu, Bruna, Guto e Nick.

-Você vai de que?-Nick me pergunta.

O tempo está ótimo. O trânsito está bom e a cidade até que tá iluminada.

-Acho que andando.-Digo lembrando do quanto minha casa é perto do colégio.

-Guto e eu vamos pegar um ônibus, até amanhã.-Bruna diz me dando um beijo na bochecha de despedida.

Aceno para Guto e ficamos apenas eu e Nick.

O vento noturno faz seu cabelo balançar.

São quase sete horas e minha mãe deve estar enterrada nas novelas nem sentindo minha falta.

-Quer companhia até em casa?-Nick pergunta.

-Se não for atrapalhar...-Mas Nick já pegou no meu braço e saiu me puxando. Na direção errada pra variar.-Eu moro pra lá.-Aponto o caminho.

Ele fica todo encabulado, o que resulta em risadas. Vamos os dois andando, um do lado do outro, de vez em quando nossas mãos se tocam e eu gosto disso.

Ele pergunta de que escola eu era e mais coisas sobre minha vida pessoal. Eu não gosto muito de falar sobre minha vida, é tão monótona que é sem graça.

-Mas e você? -Falo ajeitando minha mochila nas costas.

-Meus país são separados, moro com meu pai e minha madrasta. Tenho cinco irmãos, mas nenhum deles mora comigo. A gente se dá bem na maior parte do tempo. Sabe como é essa coisa de irmãos. Mas acho que o fato de nao morarmos juntos influencia.-Ele parece gostar de falar sobre sua vida.-Mas nem sempre foi assim. Houve uma época, quando meu pai e minha mãe estavam juntos, que era tudo perfeito. Não sei se era porque eu era criança e eles evitavam certas coisas na minha frente, mas as vezes eu realmente gostaria que eles ficassem juntos de novo.

Isso realmente veio do coração dele. Ele se abrir comigo assim me deixa feliz.

-Eu nunca passei por isso, nao posso entender. Meus pais se amam, embora meu pai seja um pouco ausente.-Falo.

A brisa gelada dá noite passa por mim me fazendo tremer.

-Ta com frio?-Ele pergunta enquanto viramos a esquina. Minha casa é na próxima rua.

-Não, eu to bem.-Digo.

Ele não insiste.

Continuamos andando, mas agora sem assunto. Vez ou outra, Nick sorri para mim e eu retribuo. Até então chegar em frente ao enorme portão branco dá minha casa.

-Moro aqui.-Digo.

Ele examina.

-Bela casa.-Ele diz então algo nos chama atenção e eu até sei o que é.-Aquele cara tá olhando pra gente?

Olho em direção a casa do meu querido vizinho.

-Como vai, seu Lunga?-Grito a ele. O nome dele não é esse. É apenas o apelido que nós vizinhos demos a ele.

Ele me encara por um instante e sai dá janela.

-Boa vizinhança.-Nick diz e não consigo segurar o riso.

-Ate amanhã, então.-Falo.

Nick abre um pequeno sorriso. Por um instante eu penso se essa vai ser como aquelas cenas de filme que o garoto acompanha a garota até em casa e a beija para se despedir. Mas Nick parece entender minhas intenções e apenas me dá um beijo no rosto.

-Ate amanhã.-Ele diz e segue reto pegando o celular.

Quando acontece o amor - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now