É o que logo acontece.

Vivian narrando:

Sinto uma dor imensa na barriga, bem no pé da barriga. Não é cólica, eu já havia tomado remédio e não estava em meu período de menstruar.

Eu estava bebendo com uns amigos, mas comecei a sentir uma dor de cabeça e resolvi vim embora pro meu apartamento. Mas só bastou eu me deitar que a dor começou, tomei remédio, fiquei no banheiro mas não passava. A dor era tão grande que eu me contorcia.

Meus pais estavam viajando, meu irmão só dava na caixa postal e não conseguia completar a ligação pro táxi. Então pensei na única pessoa que havia me restado e torci pra ele me ajudar.

E ele me confirmou que iria vim.

Troquei de roupa com dificuldade e arrumei minha bolsa indo me sentar no sofá. Pedia pra Deus pra dor cessar e rezava sentindo meus olhos marejados.

Ouço o interfone tocar e vou me arrastando de dor até a porta abrir. Quase desmorono no chão, mas os braços dele me sustentam.

─ Meu Deus ─ ele coloca sua mão sobre minha testa e em seguida pescoço. ─ Você tá queimando de febre, Vivian.

Eu sinto tanta dor que as lágrimas ameaçam cair de meus olhos. Ele me segura e me pega no colo. Me encolho nos braços dele sentindo a dor piorar.

─ Calma... onde está seus documentos? ─ olha ao redor em busca de minha bolsa e aponto pra bancada. Ele pega minha bolsa e vai abrindo a porta e já pedindo o elevador.

Minha visão está embaçada e sinto o suor brotar em minha testa. Mal consigo ficar acordada pela dor... até que eu começo a sangrar.

O sangramento começou quando Bruno já estava chegando no hospital e quando ele viu o sangue escuro descendo por minhas pernas o mesmo se desesperou completamente.

Ele me pegou no colo e entrou comigo pegando uma cadeira de rodas, a enfermeira me levou urgentemente pra sala de traumas enquanto o médico já foi colocando a luva pra me examinar.

─ Qual seu nome, querida?

─ Vivian ─ respondo me contorcendo de dor e bastante eufórica pelo sangue.

─ Vivian de quê?

─ Vivian Alencar ─ sentia tudo girar.

─ Certo Vivian, vou te aplicar uma injeção pra parar a dor, em seguida vou te examinar. Ok? ─ eu apenas assinto e a enfermeira trás consigo uma agulha e um soro.

O médico me aplica uma injeção no braço e em seguida coloca o acesso com o soro em minha mão. Aos poucos a dor vai cessando mais e consigo me deitar na maca pra ser examinada. A enfermeira veste uma roupa hospitalar em mim e deixa meu vestido soltinho de lado.

O médico vem me examinar e faz diversos testes em mim, tira minha pressão, minha pulsação, ouve meu coração, toca minha barriga pra ver se sente algo e decide me ver lá em baixo. Coloco minhas pernas nos apoiadores e as abro, ele me analisa por um momento e por fim diz.

─ Érica, traga os aparelhos de ultrassonografia, por favor ─ pede gentil e já me assusto.

─ Doutor... o que há comigo? Por favor me diz.

─ Calma, Vivian ─ ele segura em minha mão. ─ Preciso primeiro dar uma olhada por dentro pra poder então te dá uma resposta. Mas já vai passar.

Deito minha cabeça com vários pensamentos a rondando, e espero alguns minutos até os aparelhos de ultrassonografia chegarem e a enfermeira me preparar levantando a camisola hospitalar e colocando um lençol de minha barriga pra baixo. Deixando somente exposta minha barriga e minha área pélvica que ainda dava pontadas.

O médico ligou os equipamentos e passou o gel deslizando o aparelho por minha barriga em seguida.

Eu tremi, senti um frio na espinha e minha respiração acelerada.

Ele ficou olhando aquele monitor durante alguns minutos para então dizer:

─ Felizmente está tudo bem com o bebê, foi um princípio de hemorragia que resultaria em um aborto. Você está quase com três meses, não pode ficar ingerindo bebidas alcoólicas e muito menos colocar sua saúde em risco, os três primeiros meses são os mais importantes numa gestação.

Dito aquilo senti meu mundo cair sobre minha cabeça. As lágrimas lavaram meu rosto e eu perdi minhas forças. Como assim eu estava grávida?

Isso não estava em meus planos, isso não era pra acontecer.

E só depois de fazer as contas eu resultei uma coisa.

Eu não havia transado com ninguém nos últimos meses quatro meses sem ser...

Bruno.

Bruno era o pai.

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