2° capitulo - sozinha no mundo

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E assim eu saio de casa, indo para a casa da Amélia, ela não morava muito longe, o que me permitia ir de a pé mesmo. Fico muito feliz que minha mãe esteja melhorando, eu pude ver hj o quanto ela é uma pessoa boa, o quanto ela pode ser melhor, ela é realmente uma pessoa incrível, o que estragou ela foi essa maldita depressão. Mais hj eu pude ver melhoras, as melhoras que todos os dias eu pedia e que o quanto eram desejadas.

Chego na casa da Amélia e bato na porta. Que logo a mesma se abre. Posso ver Amélia feliz por eu ter chegado para ajudar ela a acabar seu trabalho.

— oi, Amélia — eu digo

— oooi Manu, que bom que veio, pode entrar, vamos acabar isso logo — ela me diz e sede a passagem, para eu entrar.

— chegasse meio tarde amiga, já estou quase acabando, falta só passar essa folha a limpo. — Amélia me fala

— desculpa é que eu dormi com minha mãe essa noite, e acabei perdendo o horário, mais estou aqui, não estou — eu digo

— Ahh sim, eu entendo, em falar nela, como está sua mãe?

— está bem na medida do possível, ela ainda tem umas recaídas, mas hoje pude ver que ela está melhorando, ela está mais tranquila.

As horas se passaram e nós já íamos sair para a escola, quando eu recebo uma ligação, era impossível de acreditar. A ligação era da minha vizinha, avisando que tinham encontrado minha mãe morta em casa.

Não consegui conter as lágrimas, meu coração acelerou ainda mais, eu não queria acreditar que aquilo fosse verdade, não, não, não podia ser verdade.

Saio correndo, deixando Amélia para trás, ela estava assustada, mais eu não consegui contar a ela sobre o ocorrido, corro cada vez mais, mas parece que as ruas não tinham fim, me sinto corroída por dentro, como se parte de mim, morresse junto com ela, naquele momento era impossível conter as lágrimas.

Chego em casa e me deparo com vários policiais e pessoas do hospital, desesperada tento entrar em casa, mas um policial me barra na porta.

— hei, moça, você não pode entrar aqui.— ele me encara como se eu fosse uma fugitiva.

— mais é a minha mãe, eu preciso entrar, eu quero ver ela, por favor. — eu digo, já entrando em desespero.

— desculpe, mas não posso lhe autorizar a entrar, espere aqui, até nos retirarmos o corpo para a análise.— ele diz mais uma vez, negando a minha passagem.

Me sento na calçada, sem saber o que fazer, minha mãe estava lá dentro e eu não podia vê - lá. Meu mundo tinha desabado, o que eu ia fazer da minha vida, minha mãe era a única pessoa que eu tinha, pois já faz anos que eu não vejo meu pai, ele abandonou a nossa família para se casar com uma mulher milionária. Eu estava em prantos, não conseguia raciocinar  mais nada, eu só queria ver minha mãe, mais uma vez. No meu telefone tinha várias chamadas da Amélia, mas eu não atendia nenhuma, não tinha cabeça para nada, eu estava realmente me sentido sozinha, perdida, sem ninguém. Uma senhora chegou e sentou ao meu lado, era uma moça  de cabelos longos, olhos castanhos, que veio até mim para dar as informações.

— eu lamento muito pela sua perda, ela era uma mulher muito jovem. Nos ainda estamos analisando o local, mas temos quase certeza que foi suicídio. Não sabemos ao certo, mais tudo o que indica é que ela se envenenou.

Eu já estava chorado, e agora eu estava aos prantos, porque ela me deixou, porque ela fez isso comigo, ela não pensou em mim, eu não sabia mais o que pensar, só me vinha a mente a cena dela se envenenando. Eu estava muito mal, com tudo isso, não tinha reação a mais nada, estava me sentindo fraca.

— eu não consegui ajudar ela, eu era pra ter ficado com ela em casa — eu falava chorando. Não consigo acreditar que ela me deixou.

— se acalme menina, não é culpa sua, como você ia saber que isso ia acontecer. E aliás você não tem nenhum outro parente para nós entrarmos em contato, que eu saiba você ainda é de menor.

— sim, eu sou menor de idade, mas a única pessoa que eu tinha era minha mãe, meu pai me deixou quando eu era muito pequena e eu não tenho relações muito boas ligadas a ele, mas se não há outra solução, você pode ligar para esse cara, que se diz ser meu pai.

— sim, vou entrar em contato, já retirarmos​ o corpo da casa, iremos levar o corpo para uma outra análise, qualquer coisa entro em contato com você.

— tudo bem, eu não posso ir junto, ou pelo menos dar uma última olhada nela? Para me despedir? — eu perguntei

— está bem, eu irei deixar você se despedir de sua mãe, ela está dentro daquele carro, naquela lona preta. Meus pêsames.

Eu estava indo em direção ao carro e meu coração estava em pedaços, não podia ser verdade, eu devo estar sonhando e irei acordar e nada será verdade, mas a cada passo que eu dava, tudo se fazia tão real, que era difícil não acreditar.

Chegando mais perto, já podia ver os lindos cabelos loiros dela, tão linda, tão jovem, porque acabar com a própria vida, eu estava realmente destruída, retirei a lona preta e pude ver seu rosto, e a cada segundo tudo se tornava realidade, minha mãe havia morrido.

O filho da minha madrasta Where stories live. Discover now