Capítulo 1

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Em gratidão ao carinho de todos. Com o desejo que um dia ter a Família Stefanos em físico. Chega a Amazon "Um Amor como Vingança" conto com vocês. 

   Pov – Alina

O céu ainda está escuro quando meu pai me toca o ombro levemente. Abro os olhos ainda com sono, sinto como se tivesse acabado de fecha-los. Meu corpo moído no colchão duro feito de palha por meu pai quando eu tinha nove anos.

As paredes de pedra guardam calor e a pouca ventilação deixa os cômodos quentes dia e noite. Me sento assonada e um tanto perdida.

―Estou indo para o mar Alina. Deve começar seu dia. Fazer suas orações e cuidar dos seus afazeres.

―Sim senhor. – Fico de pé. Assim que me levanto tudo gira e escurece, caio sentada na cama dura. Uma mão na testa tentando me refazer. Vinte e quatro horas de jejum.

―Pode tomar café. O jejum purifica sua alma, não pense que não está alimentada. Isso tudo que acontece são tentações. Para você desistir da salvação. Como seu irmão. Perdi Makaros para as tentações mundanas, mas não vou perder você.

―Estou bem papai. – A tontura desaparece e sigo para a cozinha. O perfume do pão que assei ontem faz meu estômago reclamar. Descubro a tigela onde ele está guardado e coberto por um pano branquinho que passo horas clareando quase que como uma distração.

―Não antes das orações menina. Deus sempre em primeiro lugar. Como o Salvador nos ensina.

―Desculpe papai. – Me afasto do pão. Ele me olha um momento enquanto fico de pé olhando para o chão de pedra.

―Tenho que ir. Volto para o almoço. – Assisto ele se afastar em direção a pequena embarcação que nos mantem desde sempre. Nada nunca foi diferente para nossa família.

Não era quando minha mãe e meu irmão estavam aqui. Não é agora que restamos apenas eu e meu pai. Fico assistindo o barco sumir no mar calmo, penso em quando era pequena. No tempo em que estaria agora segurando a mão dela. Karisa Mantalos minha mãe, era uma mulher tão jovem e tão bonita. Até a doença atingi-la.

Me lembro das lágrimas constantes do meu irmão, dos pedidos sem fim para ela procurar um médico. Makaros é cinco anos mais velho que eu e já tinha idade para entender o que se passava.

Meus pais decidiram que Deus sabia o que estava fazendo, que ele e apenas ele tinha o poder de cura-la ou leva-la com ele e meus pais apenas esperaram.

Eu não tinha ideia do que acontecia, aos poucos ela foi ficando magra e fraca e doente e uma manhã ela não acordou.

Alastor, o salvador, como papai o chama e me obriga a chamar, disse que o senhor dos céus quis assim. Disse que tínhamos que nos alegrar e meu pai aceitou. Makaros não. Meu irmão era contra tudo que vinha da religião do meu pai, desde seu líder Alastor, a todos os seus conceitos. Bastou fazer dezoito anos para nos deixar.

Casou com Thera, o namoro deles durou uma vida, desde o colégio, sempre em segredo, para meu pai e sua fé, esse é um pecado sem perdão. Soubemos do casamento dois dias depois, senti tanta tristeza de não poder estar com ele.

Mais ainda quando meu pai passou a segui-los dia e noite exigindo que fossem até Alastor para que nossa família fosse salva do inferno. Meu irmão e a família de Thera o chamavam de lunático, doente, eu me encolhia a seu lado sem escolha e a pressão foi tanta que só restou ao casal deixar a ilha.

Sinto falta do meu irmão. Makaros vem me ver as vezes, escondido, depois que meu pai saí para o mar e então nos sentamos nas pedras e conversamos um pouco, não é sempre que ele pode fazer isso. Meu coração se aperta todas as vezes que ele vai embora e tenho que voltar a vida de sempre.

Paixões Gregas - Um Amor como Esperança (Degustação)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum