Início

228 24 18
                                    


Fofa.

Odeio que me chamem de fofa. É o tipo de palavra que seu pai, sua mãe e até mesmo aquela sua tia chata usa para não dizer o óbvio: "Você está gorda!"

Gorda. Gordo... Tenho plena consciência do significado dessa palavra. Não é uma descrição, apenas, como se você é morena, ou se você tem 40 anos, se você prefere chocolate ou morango, se gosta de coca cola ou guaraná, se é saudável ou não. É um palavrão. É uma acusação e uma rejeição mascarada. Não gosto disso. É uma etiqueta. "Serve 42?" Você é gorda! Tá, legal... Dá um misto de culpa sem você ao menos ser culpado. De rejeição e aversão. "Não tome isso porque você está acima do peso". Eu odeio "Você está acima do peso." É ainda pior que fofa. Qual é o peso certo para você está acima dele? Ou você precisa vestir 38 e dizer para o mundo: "Esse é o peso certo!"? Por que nunca procuram saber se você está bem, saudável, antes de olharem para o pneuzinho murchinho coitadinho, que fica ali quietinho sem causar problemas em ninguém?

Eprocurar roupas se tornou ainda pior. Não gosto de vendedores e suas exibiçõesde suas cinturas finas e tamanho 38, como se eles participassem de algum clubeonde só o 38 é o ideal. Sinto-me ofendida. Acho que deveria existir loja só para o seu tamanho. Quero dizer: "Nova loja da cidade, com roupas apenas 42". Os vendedores do mesmo tamanho, o Jens e os vestidos. Eu amo vestidos... Assim eu não me sentiria obesa enquanto uma magra 46 quilos me observa tentando entrar em um tomara-que-caia e grita: "Por quê você não tenta 50?", com o sutil deboche estampado na cara.

Etiquetas... Elas me irritam!

O mundo é roliço, grande e redondo, porque não o chamam de gordo? Ele ao menos tem uma etiqueta, se são 42 ou 40! Ele, o mundo, só é o Mundo. Este mundo mesmo onde etiquetar pessoas pela sua maneira de ser, de cor, de pesar, deveria nem ao menos existir, já que vivemos todos sobre o mesmo céu, sobre a mesma insignificância e ignorância.

Eu também não quero mais etiquetas e insinuações. Não quero ser a "gordinha" para sempre, de como quando eles esquecem seu nome. Eu tenho um nome! Tenho uma personalidade! Um caráter! Que deveriam pairar acima de qualquer insinuação preconceituosa, antes de meu peso ser levado em consideração para o ser humano que sou.

Porém, étriste quando o Natal surge e você percebe o caos se aproximando cheio deinsinuações... Tias, primas e namoradas magras. Todas nos seus justos vestidos de renda desfilando na ceia natalina, preparadas e afiadas o suficiente para criticar a vontade os seus dois quilinhos acima do "aceitável". Eles são os jurados e eu sou a ré, que ainda precisa justificar o porquê, quando, como aconteceu...

Preciso ir às compras... A única forma de não me sentir mal comigo mesma...

Vestidos... É isso!

Preciso de um perfeito!

----------------

NÃO ESQUECEM DE CLICAR AQUI NA ESTRELINHA E COMENTAR O QUE ESTÃO ACHANDO DA DIANA.

BJOOS ♥♥

O Vestido Perfeito (com uns quilinhos a mais)Onde histórias criam vida. Descubra agora