Falsidade?

7.7K 468 23
                                    

Cap.2

Acordo, vejo que Dayse ainda está dormindo, pego minha toalha e vou para o banheiro, no caminho vejo umas caixas na sala e umas pessoas lá também, tem uma senhora ali e ouço ela dizer para a diretora que são doações. Bom, todo mês chegam doações para nós, blusas, vestidos, sapatos etc..

Fico um pouco empolgada, tomara que tenha algo do meu tamanho, vou para o banheiro fazer minha higiene matinal, depois vou para o quarto e me troco , sinto um pouco de frio, tenho uma blusa guardada que não é tão velha assim, pego a mesma e visto. Vou para a cozinha tomo meu café e lá vem a diretora ao meu encontro dizendo :

- Diana, me acompanhe. -ué, o que eu fiz? Fico parada, logo a acompanho, ela anda até a sala em direção às caixas e pega uma blusa de frio linda, tipo linda mesmo parece até novinha.

-Faz tempo que você não ganha algo novo, essa blusa é sua.

Dou um sorriso largo, sério eu to feliz, pego a blusa, tiro a que eu estou, e a coloco. Vou esperar na Van, Dayse entra e fica boquiaberta em ver a blusa que estou e diz:

- Meu Deus, de onde você tirou essa blusa?- praticamente grita.

- Chegaram algumas doações, achei essa blusa e peguei (risos).

-Nossa, quando eu chegar vou ver algo para mim.

Vamos para a escola, entro na minha sala e a menina que eu odeio e que me odeia,fica me encarando. O professor entra na sala, coloca o material na mesa e diz:

- Pessoal vou passar um trabalho em grupo aqui na sala mesmo, pode ser de quatro pessoas.

Vejo o pessoal da sala se juntarem em quatro pessoas, e eu fiquei sozinha como sempre, mas eu nem ligo, não faço questão. Sinto-me sendo observada, quando procuro o olhar vejo que é do professor. Ele vem até minha mesa e pergunta:

-Vai fazer sozinha?

-Sim.- respondo.

-O trabalho é de quatro, e eu gosto de passar trabalho em grupos para os alunos se socializar, se quiser eu arrumo um grupo para você. –ele diz

-Se alguém me quisesse no grupo, já teriam me chamado. - Ele me olha com um olhar leve, mas ao mesmo tempo rígido.

Acho que fui um pouco grossa, fiquei até com medo de ele me mandar pra direção ou me anotar, as vezes eu sou um pouco grossa e esqueço com quem estou falando.Acho que eu fiquei meio revoltada por minha mãe ter me abandonado. O professor não diz nada e apenas vai para o seu lugar e se senta e fica observando o seu material.

Ouço umas risadas do outro lado da sala e sinto uma bolinha de papel sendo jogada em mim, vejo que foi a menina que me odeia, o nome dela é Nathália, cara, qual a necessidade disso, respiro fundo, por que me exalto muito fácil.

- Olha só quem está sozinha, e sem grupo de novo. -ouço ela dizer,e ouço risadas de outras pessoas, que saber cansei. Levanto do meu lugar e digo!

-Melhor ficar sozinha do que rodeada de pessoas falsas. -digo em resposta, a boca dela faz um "oh'' grande.

- Olha quem resolveu se manifestar, a menina do orfanato, que ganhou uma blusa nova, que bom né?Deve ser por isso que você era meio triste, vinha com a mesma blusa todos os dias, coitadinha gente, vamos doar roupas pra ela.- fico perplexa quando ela diz isso.

- Chega, ou querem ir para direção?- o professor diz

-Sabe professor acho que deveriam fazer uma escola própria para órfãos.-ela diz.Meu olho enche de lágrima,vontade de chorar,eu sou muito sensível, mas se eu chorar vão rir da minha cara.

-Nathália, pra fora agora! – quando ela vai se manifestar o professor aponta para porta e faz um olhar sério e frio.

Ela caminha até a porta e faz um sinal pra mim que ia me bater, mas eu não tenho medo dela. Apesar de que quem iria me bater seria o grupinho dela e não ela, ela é uma patricinha que estuda em uma escola pública.

O tempo passa extremamente devagar, arrumo meu material, e vejo que a professora de matemática ainda está na sala, e as amigas de Nathália estão esperando eu sair da sala, e a Van está lá fora está me esperando, enrolo mais um pouco com o meu material. Quando elas veem que estou saindo, vão saindo junto. Elas passam por mim e me barram no corredor, fico a encarar o chão e esperar por um empurrão ou um soco na cara; sei lá, encaro o rosto delas e vejo uma olhando para a cara da outra e uma se pronuncia dizendo:

-Olhe, eu não quero te bater, e não vamos te bater, só andamos com a Nathália por que ela é rica e sempre leva a gente para lugares fantásticos, mas ela é uma vaca, mas caso ela diga alguma coisa, por favor não diz que não te batemos.

-Vocês são ridículas. -digo

- A Nathália é ridícula – a menor se pronuncia, nossa! .Belas amigas que a Nathália tem, fico impressionada. Elas vão embora, vou para a Van e o motorista reclama de minha demora. Entro no orfanato e vou para o quarto e me deito, e fico pensando sobre o dia de hoje, ainda estou impressionada,sério!Chego até a sentir pena dela, amigas falsas, mesmo ela sendo falsa.Uma vez ela ficou com o namorado da amiga dela, depois que a amiga dela ficou sabendo deu um tapa na cara dela, e Nathália deu outro, depois de um tempo a amiga foi lá pedir desculpas para ela e, elas são ''amigas'' até hoje, que menina mais trouxa .Meus olhos vão se fechando aos poucos...


Querido ProfessorWhere stories live. Discover now