Salve-me, por favor.

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—Você quer morrer?—Sua voz era baixa, sem emoção nenhuma, diferente da minha que estava carregada de medo.

—Não!

—Então por que veio até aqui senão isso?—quis saber e eu disse a verdade.

—Eu não vi para onde estava vindo, por favor, me salve.—implorei a ele e ele riu. Eu me encolhi com a sua risada.

—Quem você acha que eu sou para pedir tal coisa?

—Eu ..Não sei quem é você.—tentei dizer e o seu riso cessou dando lugar a um rosto curioso.

—Tem certeza?

—Sim.—disse sem convicção.

—Eu vou te mostrar então.—disse e em seguida entoou.—Ghost...—assustada com o tom de sua voz, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, com medo, percebi que quando ele falou o nome, o lobo avançou em passos lentos em minha direção. Eu dei alguns passos para trás e isso sé fez com que o lobo rosnasse mais alto.

—Por favor....—Pedi olhando para o homem, mas ele sorriu quando começou a se afastar.

Eu olhei para o lobo que continuava avançando e senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Congelada em meu lugar, medo transpassando por meu corpo, eu assisti com horror quando o grande lobo branco parou na minha frente e abriu a boca, mostrando seus grandes dentes afiados e pronto para me atacar.

Eu não queria morrer, eu era muito nova para isso. Ainda tinha tantas coisas que eu queria experimentar. Eu queria trabalhar e construir uma família como a minha, amar o meu marido e dedicar-me aos nossos filhos. Eu quero saber como é amar alguém, como ser cuidada como meu pai cuida da minha mãe. Eu quero viajar além da floresta e conhecer novos lugares. Eu quero ver o mar também. Havia tanta coisa que eu queria fazer...Mas morrer não estava nos planos.

Então em um ato desesperado, eu grito para que ele possa ouvir.

—Eu sei quem você é.—O lobo não parou de mostrar de rosnar, mas parou seu avanço. Eu tomei isso como uma coisa boa então eu disse novamente, minha voz se elevando no silêncio da floresta.—Eu sei..Sei quem é você.

—E quem eu sou?—Ouço atrás de mim, muito perto de meu ouvido e não consigo me mover para olhar para trás, muito menos respirar. Pressa em meu lugar pela força que ele parecia emanar, não fisicamente, mas presencialmente, não conseguia nem correr para tentar fugir.—Quem eu sou?—Repetiu ele e eu engoli m seco. O que eu podia dizer sem que isso fizesse ele me matar ali mesmo? Que ele era um assassino frio? Um louco ? Essas eram as histórias que as pessoas contavam e nenhuma que ele gostaria de ouvir, eu podia colocar um dinheiro nisso. Olhei para o lobo na minha frente e disse a primeira coisa que me passou pela cabeça que parecia ser aceitável.

—Um homem solitário.

A floresta parece mais silenciosa agora, enquanto eu espero o que vem a seguir. Eu consigo sentir a respiração dele em meu pescoço, sei que ele ainda estava lá. Mas fora isso, ele não fez movimento algum e nem o lobo. Segundos se passaram.Ou foram minutos? Horas? Eu não sabia dizer, mas quando eu pude ouvir algo diferente de sua respiração rítmica, e da minha acelerada, foi o som mais calmante de todos.

—Ghost.—Ele disse atrás de mim de forma mais suave, mas ainda sim um comando. O Lobo parou de rosnar imediatamente e começou a recuar. A minha mente girou e eu me se senti fraca com o alivio de ver o lobo recuando. Eu poderia ter caído se não fosse por suas mãos em meus braços, me mantendo erguida. Quando o lobo saiu de minha visão, suas mãos também se foram.

—Obrigada...Eu não irei...—Virei para trás para lhe mostrar o quão agradecida estava, mas ele não estava mais lá. Havia sumido. Eu procurei por ele ao redor, mas não havia ninguém ali além de mim.

Não sabendo se eu deveria agradecer aos céus, ou ficar ali e esperar alguém vir por mim, fiz a terceira melhor coisa que eu pensei.

Afastei-me daquele lugar sem nem mesmo olhar para trás. 

A sombra do LoboUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum