Capítulo 62.

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─ Ai linda, valeu ─ diz falso beijando o rosto dela. ─ Aproveita.

─ Vou mesmo... vi que o Bruno tá aqui ─ diz rindo e me seguro pra não virar e falar que Bruno é só meu, somente meu. Mas Léo e Peter me seguram e pedem pra eu me relaxar.

Olho pra mesa onde ele está sentado e só aí vou perceber que a Luana tá bem perto dele e ainda por cima conversando com ele. E falando com sinceridade a Luana era linda, tinha os cabelos cheios de cachos, os olhos esverdeados brilhantes, covinhas iguais as de Bruno e um corpão. Quem era eu perto de Luana e Vivian?

Mas eu já havia conversado com Bruno, ele me garantiu que não existia mais nada entre ele e Vivian e até me mostrou a conversa deles onde ele aplicava várias patadas nela, daquele jeito dele. Enfim, tratei de não ter ciúmes extremos dele, aliás, nós éramos namorados agora.

A fome bateu e ataquei a picanha tomandl refrigerante, não estava afim de beber e aquilo bastou pra mim. Depois fui jogar just dance com Peter, Arthur e Diego. Nós arrasamos como sempre, íamos tomar o lugar da Fifth Harmony, anota aí.

Depois a gente desceu pra piscina, churrasco ia ser lá agora, e foi uma galera se tacar dentro dessa piscina e se sentar pra continuar conversando. Eu só observava Bruno bebendo sem dar pausa, mas não dizia nada. Teve uma hora que Arthur tirou a camiseta e começou a dançar aquela música "a minha pegada é de africano" e os meninos entraram na onda, os cinco sem camisa e dançando, foi engraçado e todo mundo sorriu. Principalmente de Bruno que estava altinho e tava sarrando o vento.

─ Eh, leleô, o patrão chegou ─ Arthur começou fazendo um passinho engraçado.

─ Só os solteiros cobiçados ─ Diego continuou.

─ As gatinhas sofrem na nossas mãos ─ Peter cantalorou.

Eu já gargalhava que minha barriga estava doendo. Imagina os cinco, mortos de bêbados, fazendo trenzinho e cantando.

Depois eles foram pegar Léo e se jogaram na piscina. A tal da Luana veio sentar do meu lado, eu estava sentada nos banquinhos dentro da piscina esperando mais picanha, mexia meus pés dentro da água enquanto olhava a cena cômica.

Luana sentou-se ao meu lado e tirou os óculos escuros, ela pegou um pedaço de picanha e espremeu o limão em cima comendo.

─ Ele é uma graça... principalmente bêbado ─ ela ri, eu rolo os olhos.

─ Quem? ─ me faço de desentendida.

─ O Bruno... ─ aperto meu punho apenas de raiva.

─ Ah, é sim... uma namorada precisa achar o namorado uma graça, não é mesmo? ─ pego a água de coco tomando-a e olhando pra Luana. Ela virou rápida pra mim, me olhou meio boquiaberta e desconfiada.

─ Você e Bruno... namorando?

─ Pensei que soubesse ─ dou de ombros, ela me olha dos pés à cabeça.

─ Garota... você tem quantos anos?

─ Não é da sua conta.

─ Deve ser só uma pirralha afim de dar uns pegas nele ─ ela fala e sinto minha paciência esgotada, mas nesse momento Bruno se senta do meu lado e Arthur pula o balcão vindo ajeitar a carne na churrasqueira.

─ Amor me dá um pedaço aí ─ Bruno me pede e pego um pedaço de picanha dando na boca dele. O mesmo me dá um selinho rápido e se joga de novo na água.

─ Esses dois são dois grudentos e chatos, se Lara não fosse minha prima já teria jogado ela na água pra aquietar o fogo... ─ Arthur diz rindo e a Luana me olha meio encabulada, pisco pra mesma e volto a comer a feijoada.

Depois eu acabei caindo na água sendo puxada por Bruno, a gente trocou carícias na água e beijos, muitas pessoas ficaram olhando, inclusive a Juliana que rolou os olhos. Depois a gente partiu pra quadra de vôlei na areia, dividimos os times e óbvio que fiquei no time de Arthur porque ele já venceu um campeonato de vôlei no ensino médio. A tarde foi muito legal, e pela noite o pessoal todo foi embora se arrumar pra boate que reservamos especialmente pro Léo. Ficou só o Victor, Victória, dois meninos e a Luana que iriam se arrumar lá e nesse meio tempo eles ficaram bebendo com os meninos na sala, eu só observava Bruno, ele estava só na tequila e tequila é forte pra merda. Eu nem quis ficar no meio, fui pra cozinha ficar com Léo e quando Bruno surgiu pra pegar mais uma garrafa de tequila eu o parei.

─ Já chega, não é mesmo? ─ segurei em seu braço. Ele sabia bem que era um alcoólatra curado e não queria que ele voltasse a ser.

─ Relaxa, amor ─ diz com a voz meio embaraçada. ─ Eu tô de buenas. E então beijou minha testa e saiu.

Eu e Léo nos entreolhamos.

─ Ele está bêbado, não fala em gírias nem que a vaca tussa ─ Léo diz e consinto.

─ Não vou falar mais nada, ele já é grandinho, sabe que tem problemas com bebidas e mesmo assim bebe. Eu já me preocupei demais ─ digo dando de ombros e vou pro quarto.

***

Os meninos resolveram ir na frente quando ainda era nove e meia da noite, e eu iria com Bruno, então fiquei mexendo no celular afim de falar com Júlia ou Maysa pra elas irem também, mas as duas estavam na fazenda do avô de Maysa, ou seja, nada das duas loucas pra pirar.

O Victor a namorada dele Victória, um menino chamado Matheus que tinha cara de drogado e Luana iriam com a gente na hilux, e eles ainda estavam bebendo e jogando conversa fora. Pelo visto só iriamos sair daqui lá pelas duas da manhã.

Fui me arrumar mesmo assim, botei um vestido preto colado, um salto baixo vermelho de carmuça, fiz chapinha, uma maquiagem noturna e me banhei de perfume. Botei na minha bolsa de lado dinheiro, meu celular e identidade.

E só lá por meia noite que a gente foi sair.

Bruno estava morto de bêbado, não só ele como todos os outros, e eu estava morrendo de raiva.

Ele inventou da gente esperar ele lá fora saindo pela recepção enquanto ele ia pegar o carro no subsolo.

Fiquei um pouco longe deles de braços cruzados até Bruno tirar o carro quase batendo. Eu ia entrar no banco da frente mas o Victor me parou.

─ Ei... a cadeirinha tá atrás, fofa ─ disse irônico.

─ Problema seu, vai atrás então porque eu vou na frente ─ pisco e vou entrando mas ele me puxa pelo braço.

─ Criança vai atrás, não queremos ser multados ─ diz debochado segurando uma garrafa de vodca. Ele exalava álcool.

─ Olha... eu vou onde eu quiser! O carro é de Bruno, querido.

─ Bruno... fala pra ela que lugar de criança é atrás ─ Victor grita Bruno que está sério.

─ Lara... entra logo atrás, não quero perder tempo aqui ─ Bruno diz de forma séria sem me olhar, eles dão risada de mim. Naquele momento me sinto humilhada, ainda mais Bruno... que estava lá e não fez nada.

Dei espaço pra Victor entrar na frente e me sentei na calçada, Victória fechou a porta e Bruno partiu dali sem nem se importar com nada.

Meus olhos se encheram de lágrimas naquele momento.


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