Vitralizada

Capítulo 4: Agora é vencer ou vencer.

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Agora é vencer ou vencer.

"Dizer e fazer são duas coisas totalmente diferentes. – Supernatural.

No dia seguinte, assim que acordo sinto o cheiro forte do meu vômito, fico enjoada e talvez por isso ou por não ter comido mais nada, vomito mais uma vez.

Levanto, dou descarga no banheiro, tiro minhas roupas de baixo e entro debaixo do chuveiro. Eu o ligo e sinto a água quente cair sobre mim, na tentativa de lavar mais do que o corpo. Ele fracassa, porque minha alma é podre demais para ser lavada.

Assim que termino, me enrolo em uma toalha e caminho para meu quarto onde seco meu cabelo e coloco a minha roupa de ginástica.

Ando algumas vezes pela sala até encontrar meu celular. Quando o ligo, vejo as dezenas de mensagens e ligações perdidas de Bonnie. Decido ligar para confortá-la e dizer que está tudo bem e é o que eu faço:

– Alô? Bonnie? Oi é a Valentina – digo assim que ela atende.

– Valentina! Você sumiu ontem. Não retornou minhas ligações. O porteiro do seu edifício disse que você tinha trancado a porta. Eu fiquei preocupada. Morri de medo pensando que você tinha feito alguma besteira. Santo Deus! Nunca mais faça isso! Como você tá?

– Estou bem, na medida do possível. E me preparando pro concurso da NewFace. Estava me preparando agora pra sair pra correr, mas decidi ligar para você não se preocupar.

– Eu adoraria ir com você. Mas é que eu to muito ocupada agora. Tenho que ir no centro da cidade resolver algumas coisas. Nos encontramos na terça na primeira etapa do concurso?

– Pode apostar!

– O.k. Uma boa corrida pra você. Tchau, Desligando...

Desligo o celular e coloco dentro da minha bolsa que está jogada no sofá.

Lembro que a TV estava ligada desde ontem quando cheguei, portanto a desligo e vou até a cozinha para preparar meu café da manhã.

No armário da cozinha, pego a caixa de cereal e um galão de leite dentro da geladeira. Tomo um gole do leite num copo e então o coloco junto do cereal em um pote. Pego a colher e me sento próximo a bancada da cozinha.

Meu estômago ronca e estou pronta para comer. Mas por alguma razão não consigo. Fico encarando o cereal a minha frente e agito o leite com a colher.

Coloco um pouco do cereal na colher e estou pronta para levá-la a boca quando toco minha barriga que ronca mais uma vez. Sinto mais uma vez as mesmas pequenas gorduras que senti ontem a noite. Isso me tira a fome.

Pego o pote com o cereal, abro a lata de lixo e jogo tudo fora. Coloco o pote na pia e vou até meu quarto. Calço meu tênis de corrida, saio, tranco a porta e entro no elevador para descer e correr em direção ao parque.

Ao chegar o parque, noto que ele está cheio de pessoas e me dou conta de que perdi totalmente a noção do tempo. Coloco a mão no meu bolso para pegar meu celular, mas lembro de que eu o esqueci em casa, então pela quantidade de famílias que fazem piqueniques por aqui, deduzo que hoje seja feriado.

Começo a correr pelo percurso do qual já estou acostumada. Corro devagar para não me cansar.

Eu nunca tive um bom posicionamento físico, portanto, sempre que fazia muitos exercícios ou corria de mais, eu me cansava rápido.