─ Mas prefiro você sem ─ levanta o olhar encarando meus olhos, eu suspiro já sentindo a faísca ser acesa.

Bruno volta a me beijar de uma forma gostosa, eu deixo nossos corpos bem coladinhos, ele se levanta e enlaço minhas pernas ao redor do mesmo. Fico de olhos fechados enquanto ele trilha um caminho da sala até o quarto.

Ele me deita na cama e continuo com minhas pernas entrelaçadas em volta de sua cintura, ele me olha e dá um sorriso travesso. Tira a bermuda em um passe de mágica e tira minha calcinha também.

Deitamos de lado, mas antes ele coloca o preservativo é claro. Quando ele me toma por completo eu sinto algo pulsando e latejando dentro de mim e contenho o gemido que ameaça sair. Ele beija meu pescoço de forma carinhosa enquanto me completa e descompleta em ritmo lento, o que só me faz o desejar mais e mais. Ele estava brincando comigo, só pode.

─ Eu odeio quando faz isso... ─ solto um gemido enquanto falo, ele arfa em meu ouvido e para com seus movimentos lentos.

─ Isso o quê? ─ se faz de desentendido.

─ Bruno... ─ choramingo.

─ Eu também odeio quando usa essas calcinhas minúsculas ─ ele ri e me abraça. ─ Sua menstruação já desceu?

─ Você sabe que é só no final do mês.

─ Hm... ─ ele pega em meu pescoço com delicadeza e beija minha boca, leva suas mãos em meus seios e os aperta em suas mãos. ─ Eu te amo.

─ Eu te amo bem mais... ─ o sinto deslizar pra dentro de mim ─ amor...

E logo Bruno começa com seus movimentos deliciosos me deixando louca, só ele sabia me deixar completamente entregue de um jeito incrível. Não cansava de dizer isso.

***

Mais tarde, deitamos com nossos corpos ainda suados e com aquela sensação eletrizante, ele me abraçou por trás e respirou em meus cabelos, eu gostava tanto de ficar assim após fazer amor. Em silêncio mesmo, aprendi a me acostumar com o jeito dele, a reação pós-sexo.

─ Vamos pro aniversário de Léo amanhã, né? ─ pergunto após um tempo, brinco com seus dedos que acariciam minha mão.

Ele suspira.

─ Vamos, de manhã é o churrasco, de tarde continua sendo aquela resenha básica e de noite ele tá com planos de ir na boate?

─ Foi o que ele me disse.

Estávamos em agosto. Eu e Bruno havíamos feito um mês de namoro, dia 14, e hoje era dia 16, com o consentimento de Arthur eu estava aqui na casa de Bruno fazia uma semana, ele pediu que ficasse aqui, eu havia me dado mais uma semana de férias e Bruno ia pra faculdade pela manhã e pelo escritório à tarde, às vezes ia pro escritório de manhã e a tarde faculdade, mas eu não me importava em ficar sozinha, como Bruno falou, ele sai e me deixa dormindo e quando chega eu continuo dormindo, meu sono parece ter triplicado, mas até achei normal de certo modo, dormir era a coisa que mais gostava de fazer.

Bruno se remexe e fica de barriga pra cima, me puxa e deita minha cabeça em seu peito de forma carinhosa enquanto fazia carinho em meus cabelos.

Nós fomos pela tarde na praia, almoçamos e ficamos andando um pouco, e pela noite jantamos no restaurante do amigo dele na Barra da Tijuca. Ah, esqueci de dizer que de presente de namoro eu ganhei um colar maravilhoso, Bruno nem sabia o que me dar, eu tinha roupa, tinha maquiagem, e percebia que ele ficava meio sem jeito em qual presente escolher. Mas ele acabou me dando esse colar com pingente de anjo e eu amei. Não precisava de presente, ele na minha vida já era o melhor presente do mundo.

Depois de jantar fomos pra casa e assistimos filmes, mas quando já estava no meio do filme eu já estava em meu segundo sono.

E sabia que Bruno odiava quando fazia isso, mas não conseguia evitar.

Eu sei que era intenso, sei que ele sentia o mesmo, que nossa relação era intensa. Sabe, durante um bom tempo tentei manter meus paraísos à salvos, quando falo em paraísos eu falo da minha paz, da minha alma, minhas emoções, do meu amor, em geral. É meio que isso, paraísos pra mim significa meu amor, e durante muito tempo tentei manter meu amor à salvo. Bem impossível, somos pessoas tão frágeis quanto ao amor, entregamos nossos paraísos para pessoas que são tão desleixadas, que não sabem o prezar, que não dão valor. Falar de paraísos é meio difícil pra mim. Eu zelo meu paraíso, procuro o entregar pra quem cuide dele como ninguém, e esse alguém foi Bruno. Ele parecia prezar meus paraísos, ele me amava, isso era notável.

Acontece, que no mundo há muita maldade, não devemos nos agarrar ao verão se sabemos que há tempestades. Não podemos querer sempre o bom se também há o ruim.

Quando eu era criança, coisa de sete anos ou oito, eu queria muito tomar banho de piscina na casa de praia do vovô em Cabo Frio, nesse dia, inclusive, era aniversário do Arthur. Eu não sabia nadar, mas focada em assistir filmes de sereias eu tinha em minha cabeça que podia nadar, bem, a piscina era funda, nesse dia foi um sufoco, papai pulou na piscina, titio também e mamãe chorou, todos pensávamos que eu iria morrer, havia água no meu pulmão e se a mãe do Arthur não estivesse lá e fizesse a massagem e tirasse a água dos meus pulmões eu estaria morta, mas eu vivi, cuspi toda a água e todos nós estávamos aliviados. Papai me chamou pra conversar, disse que eu havia nascido de novo naquele dia, e que nunca, eu podia fazer as coisas sem antes ter conhecimento. Bem, eu sei que essa história não tem nada a ver com o que estava falando, mas anos depois, ainda com trauma de piscina, meu pai me chamou pra tomar um banho de piscina com ele, eu neguei, chorei e esperneei, no fim, eu estava nos braços de papai morrendo de medo, mas ele me ensinou que eu não devia ter medo da água e sim do mundo ao meu redor. Naquele dia eu aprendi a nadar e foi incrível, papai me apelidou de "peixinho magrelo".

Até hoje me lembro das palavras do meu pai: Lara, a vida é assim, ela vai lhe fazer mal, mas o mal é um ensinamento, você não pode se firmar no tempo bom se também tem o tempo ruim. Não tenha medo da água, tenha medo das pessoas ao seu redor, da mente delas e do que são capazes de fazer.

E olhando Bruno, eu tinha a certeza absoluta que ele não era uma pessoa ruim, e que, eu podia me firmar ele.

Mas... nem sempre estamos certos das coisas que pensamos ser ideais pra nossas vidas.

Paraísos PerdidosWhere stories live. Discover now