Capítulo 11 - II

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Bernardo Campos

O pessoal se encontrou na Rio-Santos, onde dava acesso a trilha para a Praia Brava. Foi uma longa hora de caminhada pela trilha íngreme, onde vi caindo vez ou outra uma pessoa do nosso grupo. Uns diziam que já tinha uma galera que ia de lancha ou jet-sky e realmente se eu soubesse teria pago para mim e Olívia pelo menos. Mas a recompensa da caminhada, foi um mirante de Boiçucanga e Cambury (outras praias).

Realmente tinha uma boa galera lá; fizeram fogueiras e por perto tinha tonéis de cerveja gelada e bebidas em lata dentro de baldes de gelo.

Aquilo ia ser o paraíso.

Me separei do meu pessoal, em busca de alguma cerveja gelada e não demorei a fazer alguns amigos. A galera era muito good vibes, e viviam ali o tempo todo. No entanto que fui chamado para o surf que eles faziam aos domingos de manhã na Praia da Baleia.

— Segura minha camisa? — pedi para Olívia que estava sentada na areia da praia conversando com as meninas.

Ela concordou e eu corri para o mar com meus amigos e outros caras. Era perigoso beber e ir para o mar? Sim, muito, por isso fiquei bem perto da areia, deixando a água chegar somente até meus joelhos.

Saímos da água em busca de mais bebida e uns queijos quente que tinha um cara preparando. Juro, jamais imaginava um final de semana tão gostoso igual estava sendo este.

Alguns jovens tocavam ao longe "Vamos Fugir" da banda Skank, voz e violão. Lembrei-me de quando fazia o mesmo com a galera uns anos atrás.

Percebi que Olívia estava sozinha agora, mexendo no celular. As outras meninas estavam com os namorados que dançavam alguma coisa perto da fogueira principal. Antes mesmo que eu pudesse ir até ela para fazer companhia, senti mãos envolvendo meu corpo.

— Olá — uma voz doce falou no pé do meu ouvido.

Virei-me dando de cara com uma garota loira da minha altura. Sua pele era queimada do sol, evidenciando as sardas em cima do seu nariz. Seus olhos eram azuis claros e seu cabelo ia até metade das costas. Ela tinha um cheiro incrível de maresia impregnado na pele.

— Bernardo — apresentei-me.

— Ariel — ela sorriu, segurando minha mão.

— Nome de sereia — elogiei segurando sua mão.

— Sou uma sereia — ela jogou os cabelos para frente, demonstrando a coloração roxa, azul e rosa.

Conversamos por alguns minutos e ela não parecia querer nada de diferente a não ser um amasso gostoso. Eu não poderia concordar melhor.

Depois de tanta conversa e algumas investidas da parte dela, não esperei mais um segundo para juntar nossos lábios. Ela tinha um gosto salgado, acho que por causa da água marinha. Seu cheiro inundou meu nariz e a vontade de tê-la somente aumentou.

Procuramos por um lugar mais reservado e acabamos por trás de algumas árvores. Ainda podia ouvir a música alta, gritaria das pessoas, e a claridade da fogueira, mas tudo mudou quando toquei com vontade o corpo da sereia.

💋

Acordei com o barulho do mar e os passarinhos. O claridade me cegou assim que abri os olhos. O corpo de Ariel estava por cima do meu, enquanto ela respirava calma.

Afastei seus cabelos, acordando-a do sono profundo em que estava. Ela sorriu e sentou-se. Os seus seios estavam descobertos e enrugados por causa da brisa fria. Abraçou-se, voltando os olhos para mim.

— Bom dia!

Procurou pelo chão seu biquíni, pedindo minha ajuda para amarra-lo.

— Bom dia — fiquei em pé, tirando a sujeira do meu corpo. — Caraca, não percebi amanhecer... Preciso achar meus amigos.

— Se eles ainda estiverem por aqui, né? — ela abriu um lindo sorriso, ficando em pé em seguida. — Bom, gostosão, eu tenho que ir. Adorei a noite, você é uma delícia — selou nossos lábios. — Me procura quando estiver por aqui de novo.

Tinha gente acordando ainda quando saímos do meio das árvores. Avistei Aline e Ramela agarrados em um canto e Priscila e Macarrão de outro lado, mas nem sinal de Olívia.

— Eu achava o tempo todo que ela estava com você — Aline comentou no final da trilha.

— Não, eu estava com a Ariel.

— Você largou minha amiga para transar? — Priscila me deu um tapa no braço.

— Que inferno eu fiz de errado? Gente, eu e a Olívia estamos só fingindo se vocês não sabem. Não temos nenhum tipo de relacionamento e nem queremos.

— Mesmo assim, Piolho — Ramela intrometeu-se. — Vamos para casa procurá-la, se ela não estiver vamos ter que dar parte na polícia anunciando o sumiço.

— O pior, é... — Aline começou chorar. — Se ela entrou no mar? Ela tá morta, Rafa!

— Ali, pelo amor de Deus, fique calma. Pense positivo, reze!

— Se acontecer alguma coisa com ela seu idiota, a culpa é sua! — gritou Priscila na minha cara, andando na frente nervosa.

E foi então que a culpa realmente me atingiu. Eu só queria curtir a noite, mas não imaginava que aquela maldita ia dar um sumiço sem avisar para onde ia a ninguém.

A preocupação começava me assolar e só de pensar em perder Olívia, meu corpo formigava.

...

...

...

...

Perder Olívia.

Não que... Ah, eu só estava pedindo para que ela ficasse bem, afinal, preocupação é normal.

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Como Cancelar um Casamento [EM REVISÃO]Donde viven las historias. Descúbrelo ahora