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  Depois de sair da aula Melissa encontrou Luísa perto de seu armário.
— Você já os viu? — Luísa pergunta animada.
— Quem? — Melissa franze o cenho.
— Os novatos. Olha! Estão vindo ali, disfarça.
Melissa se virou sem discrição alguma. E deu de cara com as famosas borboletas no estômago. Bateu de cara numa árvore e caiu na toca do coelho, sentiu seu corpo se dissipar e voou até a lua na Apollo 11, tudo em um milésimo de segundo.
— Ele não é um sonho? — Luísa sussurra.
Melissa não responde. Continua perdida naquela imensidão de olhos verdes, aquele cabelo castanho escuro, os tênis Allstar nos pés. Ele era perfeito.
Luísa estava de olho no irmão dele, olhos claros, barba por fazer, cabelo curto. Ele era tudo de bom.
Os dois olharam para as duas loiras e piscaram, fazendo o coração delas entrar em estado de fusão.
Melissa não conseguiu se concentrar na aula de álgebra, para sua sorte ele estava lá, sentado duas cadeiras à frente dela. Ela não ouvia o professor, apenas ficava imaginando o casamento dos dois.
— Agora, falaremos do nosso trabalho que garante quarenta por cento da nota do semestre. É um trabalho em dupla sobre geometria espacial e eu sortearei as duplas.
A sala gemeu de insatisfação.
O professor começou a falar as duplas, quando Melissa ouviu a sua quase teve um treco.
— Melissa e Enzo.
O novato começou a olhar em volta procurando até que ela acenou para ele, que sorriu.

  Assim que o sinal tocou o gato foi falar com ela, que estava tão nervosa e derrubou o livro no chão. Ele, com toda educação, pegou e entregou à ela.
— E aí, onde vamos fazer o trabalho?
— Pode ser lá em casa. A não ser que você prefira...
— Está ótimo. Depois marcamos o dia.
Ele pisca pra ela e saí da sala, deixando-a com as pernas trêmulas. Não era possível que alguém que ela acabara de conhecer lhe causasse esse efeito.
Ao chegar no corredor encontrou Poliana e, mais a frente, Luísa conversava com Yuri.
— Ela é rápida em — Mel diz sorrindo.
Poliana revira os olhos .
— Não tanto quanto aquela ali, olha — ela diz apontando pro outro lado.
Melissa se vira e vê Raquel engolindo Enzo. Ela arreia as quatro patas. Não é possível que ele tenha se interessado em alguém tão vagabunda e superficial.
— Tá tudo bem Mel? — Poli pergunta.
— Tá sim. Eu lembrei que minha mãe me pediu pra comprar cebolas, tenho que ir.
Ela saí apressadamente da escola, quando entra em seu carro desaba a chorar. Sentia-se fraca e impotente, isso nunca havia ocorrido antes. Ela não sabia como lidar.

  No dia seguinte Enzo foi embora com ela para fazerem o trabalho. Vanessa ficou tão animada que ao invés de cozinhar o almoço pediu pizza. Ela e Enzo conversaram muito, o que deixou Melissa constrangida, entretanto, Enzo gostou de sua mãe.
Depois de comer eles subiram para o quarto dela, enquanto ele pesquisava no notebook ela fazia as anotações, sentada no chão do quarto.
Agora, sem as roupas que usava no colégio ela estava mais interessante. Usava uma camiseta simples, apesar da postura torta pelo número errado de sutiã, caiu bem nela. E um short jeans desbotado, estava descalça e parecia relaxada. Prendeu os cabelos em um coque frouxo, que destacou seus ombros, seus lábios eram carnudos e ela tinha uma carinha curiosa enquanto copiava. Isso, atraia Enzo e ao mesmo tempo o incomodava. Todos no colégio falavam que ela era uma Duff esquisita, mas não era o que ele via.
— Sabe se sua amiga gostou do meu irmão? — Puxou assunto.
Ela ri.
— Não está óbvio?
Ele encara ela com um sorriso travesso, o que a faz corar as bochechas.
— E aí, está namorando a Raquel? — Ela pergunta, fingindo não se importar. Até que consegue enganá-lo bem.
— Não, quem te disse isso?
— Bom, é o que ela está dizendo pra todo mundo. Ainda mais depois de levar um par de chifres do capitão do time de futebol.
Ela é meio superficial às vezes — ele pensou. Mas não disse nada.
— E você, está ficando com alguém? — Ele pergunta, fingindo não se importar também.
Ela solta uma gargalhada.
— Você já deve saber que eu sou a garota de acesso e não a acessada.
— Isso é a maior besteira que eu já ouvi.
Ela levanta a sobrancelha.
— Já se passou pela sua cabeça a possibilidade de ficar comigo? Pois é, acho que não — ela concluí.
Sim — ele pensa. Mas novamente não diz nada.  

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