─ Até legal ─ me imita.

Dou língua pra ele e bato no mesmo.

─ Arthur... posso sair amanhã pra uma festa com Júlia e Maysa? ─ peço após um tempo cantando Anitta com ele.

─ Vai ter muita cerveja? ─ ele indaga e dou um sorriso.

─ Acho que sim, vai ser na praia.

─ Então vai, e aproveita. Bebe bastante, beber é bom.

─ Ah, mais uma coisa ─ me lembro do pedido de Bruno. ─ Vou ficar logo pela casa de Júlia pra irmos juntas na segunda pra escola.

Odiava mentir, mas era preciso, não podia dizer que ia passar um domingo com Bruno, e mesmo sendo errado eu mentia por ele.

─ Vai, mas toma cuidado, ok? Qualquer coisa só me ligar.

─ Melhor primo do mundo! ─ digo batendo palminhas.

─ E o mais gostoso também ─ morde o dedo sensualizando.

Rimos e voltamos a cantar como loucos até chegar em casa.

***

No sábado de manhã vou pra casa da Júlia, vou de bolsa pronta e quem vai me deixar é Arthur. Ela mora no Leme, então é coisa de doze minutos de Copacabana pra lá.

Maysa já estava lá quando eu cheguei, a gente teve o verdadeiro "dia das amigas" e me divertir muito. De manhã, bem no horário em quê cheguei nós fomos direto pra piscina. Depois fomos pegar sol e fofocar como sempre, a mãe da Júlia levou a gente pra almoçar e depois fomos direto pro shopping e salão. Fiz unha, cabelo, depilação e no final estávamos mortas apenas desejando um soninho básico, mas quem disse que fomos cochilar?

Dançamos Daniel Saboya e depois fomos escolher a roupa de hoje a noite, a gente ficava fuçando a rede social dos outros, falando mal, cantando, coisa que toda amiga faz.

Lá por umas oito horas a gente foi se arrumar. Optei por uma jardineira saia preta e um cropped branco, algo bem simples, deixava minha cintura à mostra e realçava meu bumbum. Deixei meus cabelos naturais, ondulados e calcei uma sandália básica. Passei perfume, fiz uma maquiagem simples e peguei meu celular.

Maysa foi de vestido branco e soltinho, e Júlia de cropped com saia. Nós três estávamos gatas.

Pedimos o táxi e depois de cinco minutos ele chegou e a gente foi pra festa que iria acontecer em Ipanema. No caminho fomos cantando "Toxic de Britney Spears" que tocava no celular do motorista do táxi, ele também cantou com a gente e ainda fez uma dancinha louca com a cabeça.

A gente chegou lá e já estava lotado, muita gente mesmo. Tinha um palco montado no meio da praia e lá tinha um DJ fazendo a eletrônica, tinha bebida lá em uma mesinha.

As meninas já foram logo se enturmando, tinha até gente lá da escola pirando.

Já tinha gente bêbada por lá, gente se pegando, e uns loucos pirando e pulando. A gente foi direto pegar bebidas, fiquei só no ice mesmo enquanto Júlia já foi virando uma garrafa de absolut. Vocês já devem saber bem que Júlia é doida.

A gente foi pra uma rodinha que tinha um pessoal lá da escola e eles começaram a conversar sobre tudo. Eu chamei as meninas pra dançar e a gente foi pra pista.

Tocava "Fifth Harmony - Work from Home". Depois foi tocar "Worth It" a gente dançou pra caramba e ainda se juntou mais umas meninas com a gente.

Quando a música parou eu já tava cansada e suando. A gente voltou pra rodinha e quando meus olhos se passaram nas pessoas da rodinha eu vi um par de olhos escuros que me fitava. Ricardo!

Ele sorriu e veio me abraçar com uma bebida na mão.

─ Eita! Você tá em todas... ─ digo o abraçando.

─ Eu? Queria tá mesmo em todas que você tivesse ─ ele beija a lateral de minha cabeça. ─ Tá sozinha?

─ Com minhas duas amigas.

─ Ah sim... e aí, como você tá? ─ ele vai me levando pra um cantinho mais afastado por conta da zoada.

─ Tô bem e você? ─ ele passa a mão nos cabelos.

─ Melhor agora.

Eu e Ricardo conversamos bastante, muito mesmo, ele era legal, extrovertido e animado.

─ Tá bebendo o quê? ─ pergunta após um tempo.

─ Ice ─ na verdade a bebida já estava quente.

─ Isso é bem fraco! Deixa eu te dar algo melhor pra beber... vem ─ ele puxa minha mão em direção à festa.

Ricardo morava perto lá de casa, ele era muito amigo do Peter e Arthur antes, mas ele disse que teve toda essa treta dele ter batido na amiga do meu primo, que por acaso é aquela Luana, eu acho, e por isso os meninos criaram ódio dele. Mas ele disse que não fez nada, e até pareceu bem sincero pro meu gosto. Descobri também que ele morava sozinho, já tinha terminado a faculdade e trabalhava no banco. Ele tinha vinte e três anos. Eu não contei muito de mim, só o básico. Mesmo ele perguntando eu mudava de assunto.

Ele me leva na mesinha e faz uma mistura louca, em seguida pega algo no bolso e pinga uma gotinha dentro. Isso deixa a bebida azul.

─ Experimenta ─ ele me entrega e bebo um pouco.

Era bom, doce e tinha um ardor de menta.

─ O que é isso?

─ Uma mistura de caipiroska e um tiquinho de tequila.

─ É bom ─ digo bebericando. ─ Mas nem posso beber muito, meu histórico com álcool não é dos melhores.

─ Relaxa ─ coloca o braço em volta do meu pescoço. ─ Tô de carro, te levo em casa qualquer coisa e suas amigas estão... ─ faz uma pausa pra procurar elas. ─ Bem ali.

Maysa e Júlia dançavam com uns meninos, eu ri e fui até elas junto de Ricardo. Nós começamos a dançar lá com eles até que comecei a ficar tonta, mas dessa vez foi diferente, foi rápido demais. Minha vista embaçou e me apoei em Ricardo sentindo um pouquinho de dor de cabeça.

Quando abri meus olhos vi que a boca de Ricardo estava bem pertinho da minha boca, e virei o rosto me saindo dele.

─ Tá tudo bem? ─ ele me segura e me leva pra fora da festa.

─ Só meio tonta ─ digo pegando meu celular no bolso.

Já era uma e meia da manhã, tinha umas dez ligações de Bruno e vinte mensagens. Nem abri as mensagens porque com certeza era ele me xingando.

─ Quer que eu te leve em casa? ─ Ricardo pergunta.

─ Não, vou ligar pra um amigo vim me buscar.

Disco o número de Bruno e ligo pra ele. No quarto toque ele atende.

─ Oi ─ sua voz é sonolenta, estava dormindo com certeza.

─ Vem me buscar ─ digo meio alto.

─ Tá bêbada? ─ é a primeira coisa que pergunta.

─ Mais ou menos... vou te mandar a localização, tô bem em frente a festa, sentada em um banquinho perto de um quiosque vermelho com azul.

─ Tá ─ ele desliga na minha cara.

Paraísos PerdidosWhere stories live. Discover now