You There - Aquilo

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- Eu amo você, sabe disso né.

- Sim eu sei - um sorriso formou em seu rosto - Eu também amo você!

Segurei sua mão enquanto estávamos deitados em minha cama, seus olhos grandes e amendoados me encaravam com ternura, "ela é linda" pensei enquanto vislumbrava seu rosto, passei meus dedos pelo seu braço, e acabo sentindo uma certa elevação da pele, como uma cicatriz. Sento-me na cama e vejo cortes horizontalmente em seu pulso, ela cobre os braços rapidamente e se senta também.

- Você disse que nunca mais iria fazer isso. - minha voz saiu controlada, por incrível que pareça.

- Desculpa, é sério, às vezes dá uma recaída, minha vida tem virado do avesso, desde a morte da minha mãe, meu pai não consegue nem olhar no meu rosto, pois eu pareço demais com ela e isso nem é tudo...

- Pare, você não tem que me explicar nada, mas me prometa que quando sentir essa necessidade de se cortar me ligue, me faça sinal de fumaça qualquer coisa, para assim eu poder lhe ajudar. Okay?

- Okay!

Abracei seu corpo e pus suas penas por cima das minhas coxas, beijei o topo da sua cabeça e senti o quanto ela estava gelada.

- O corte foi mais fundo dessa vez. - disse

- Foi - afirmou - Mas vamos esquecer isso por favor. Quero te levar pra um lugar.

Seus olhos eram inexpressivos, mas seu tom de voz era animador.

- Claro! Aonde a madame quer ir?

- Pegue seu carro que eu te guio.

•••

As árvores enormes e imponentes se transformava apenas em borrões quando passávamos por elas em alta velocidade, eu nunca tinha vindo nesse lugar, ou acho que não.

- Vire à direita - disse ela

Segurei sua mão esquerda e dei um leve aperto, ela retribui.

Ah como eu a amo, mesmo ambos sendos ferrados e perdidos, eu a amo. Eu não sei a definição para amor, talvez nem tenha, mas quando a vi eu sabia que a amava pois meu coração não permitia a saída dela, e meu cérebro que era pra ter juízo, se perdeu completamente quando viu seus olhos. Às vezes não acredito que ela está aqui comigo e que já estamos fazendo 2 meses de namoro. A sensação de ter alguém que ame você é gratificante.

Estaciono o carro quando vejo que não tem mais estradas pra seguir.

- Vem, vamos continuar a pé.

Ela sai do carro e eu a sigo.

- Tu sabe que eu odeio caminhar né?

- Para de corpo mole, você vai gostar dessa vez! - ela me lança um sorriso que faz com que toda preguiça se vá embora.

Adentramos a floresta e ela agarra minha mão todo tempo. Já está de madrugada e as estrelas estão no seu brilho máximo, ilumino o caminho com a lanterna do meu celular, mas quase não faz muito efeito. Tudo está silêncio, só se podia ouvir nossa respirações e sons de corujas.

- Você já veio aqui antes? - perguntei

- Já, aqui era tipo um refúgio para mim quando era menor, acho que estamos chegando perto de uma casa na árvore.

Quando termina de falar eu vejo a tal casa, é apenas uma estrutura pequena feita de madeira e uma grande escada de cordas.

- Vamos subir!

- Não! - ela segurou minha mão, me impedindo de continuar - Primeiro vamos em outro lugar, depois voltamos.

- As suas ordem madame - fiz uma referecia.

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