Capítulo 26

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Seu cheiro de limão invadindo meu sistema. Ele parece tão limpo e fresco e, lembro-me dele com a Cassandra. Eu sei o que me acalmaria muito mais que estar apenas em seus braços.

- Porquê, Tyler? - pergunto, depois de um tempo. Ainda estou em seu colo, meu rosto completamente enfiado em seu pescoço, tanto que minha voz sai abafada e posso notar sua pele arrepiada.

- Por quê? - sussurra de volta, um tom incrédulo e doloroso - Porquê, você não me esperou? Por quê? - esbraveja.

Lentamente encaro seu rosto. Seus olhos estão transbordando raiva e mágoa. Por mim. Tyler está tão machucado quanto eu. É doloroso, e como uma covarde volto a me esconder. O rosto novamente em seu pescoço.

- Por quê? - sussurra, sua voz arrastada.

- Você e a Cassandra. Eu vi - respondo da mesma maneira.

Ele aperta-me em seus braços. Retribuo, passando os braços por seu pescoço.

- Foi o Isaac, não foi? - pergunta, e sua voz parece bastante ameaçadora. Ainda bem que não estou olhando agora para seu lindo rosto marcado pela fúria.

Isaac? Não sei, lembro-me de ter quase a certeza de conhecer aquele número, mas estava ocupado demais vendo meu namorado enfiar a língua na boca de sua ex- foda fixa.

- Não tenho certeza. Deixei meu celular na casa do meu pai - conto - Na verdade, eu arremessei contra a parede. A Lupe deve achar que eu enlouqueci. Quebrei muita coisa.

O clima pesado é cortado pelo som da gargalhada que o Tyler libera, ricocheteando por todo seu corpo e espaço. Seu corpo treme e o meu o acompanha. É difícil continuar com raiva dele assim. Se bem que eu acho que não estava mais tanto assim com raiva. Se é que a raiva por ele era de fato real, ou, apenas medo por perdê-lo também. Perder outra pessoa que eu amo. Eu posso lidar com a falta do meu, eu meio que nunca o tive de fato, mas e o Tyler? Eu poderia viver sem ele? Não. Além do amor que eu tenho por ele, que me assusta mais do que deveria, ele é o meu melhor amigo.

- Tá legal, agora chega! Nem é tão engraçado, assim - digo, olhando mais uma vez seu rosto vermelho, de tanto rir.

- Como eu vejo, sim - rebate, voltando a rir.

- Que seria?

- Você, em forma de duende de jardim - mais risos.

- Isso é bem idiota - digo, fingindo estar zangada. Estou só um pouco, pra ser sincera.

- Coisas idiotas são as melhores - rebate, o riso morrendo aos poucos.

- Isso não é verdade, você é idiota e nem é tudo isso - retruco.

Ele cessa e me encara muito sério.

Não desvio, desafiando-o.

                                                                Tyler

Quem diria que a conversa que Sam e eu deveríamos ter acabaria com uma crise de risos seguida por um clima desafiador e inebriante. Ela continua a me encarar, me desafiando. As sobrancelhas erguidas, evidenciando ainda mais o fato. Ela provavelmente espera uma resposta a altura. E, eu tenho. Não com palavras, mas com ação. E, Sam parece notar, pois seus olhos azuis celestes logo vão se escurecendo, dilatando-se. É demais.

Leva meio segundo até eu ter seus lábios aos meus. Minha língua nem precisa pedir passagem para sua boca igualmente faminta, está totalmente aberta. Sem impedimento, sem barreiras. Acho que nunca nos beijamos tão ferozmente como hoje. É mais que fome, saudade, desejo, mais que amor. É raiva, culpa e ressentimentos também. É, a mais inebriante das misturas. É mais que alucinante. É uma explosão de sentimentos. Feroz e Voraz.

- Aah, Tyler! - geme em minha boca.

Não sou capaz de dizer em que momento Sam ou eu passamos suas pernas cercando meu quadril. Sentando-se diretamente em meu pau que lateja por ela. Desesperado e faminto. Ou quando ela começou a se balançar contra ele, agarrando ferozmente meu pescoço e cabelos da nuca. Só sei que no momento estamos mais para um jovem casal protagonizando um filme pornô, aos olhos de qualquer voyeur. Minhas mãos agarram-se sua cintura fina, adorando os movimentos que reproduz sob meu zíper. Tudo o que eu mais queria era poder dá a ela e a mim o que tanto queremos, mas não sei se ainda é a hora. Não quero pressioná-la a nada.

- É melhor pararmos - sussurro, fraco. Doendo todo o meu corpo, principalmente aonde todo o sangue do meu corpo se concentra. Bombeando em apenas um local - Não sei se vou conseguir me controlar - admito. Suas bochechas, seu campo de concentração para o sangue que corre em seu apetitoso corpo.

- Não se controle - sussurra, embora não haja nenhum resquício de timidez, com exceção sempre, é claro, de suas bochechas.

Ela deve pegar minha surpresa. Meus olhos arregalados e o pequeno gemido que deixo escapar. Aperto mais ainda sua cintura, trazendo-a para mais perto de mim.

- Sam...

- Eu falo sério - me corta - Muito sério. Eu quero você. Aqui e agora - derrama sinceridade. Seus olhos ainda escurecidos a prova de tudo. E, ainda não satisfeita me beija. Rápido, lento e doce. Doce como ela.

Tê-la por completo e inteiramente e somente minha foi tudo o que sempre quis, mas não posso tomá-la como minha em uma varanda empoeirada coberta por areia, não em sua primeira vez.

Nossa primeira vez!

Mais Que Amigos {Finalizada}🚫16 Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt