Tudo tão rápido

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Scott falando

Foi tudo tão rápido.
Escutei Rachel gritando meu nome, e quando me dei conta, Alícia apontou uma arma pra mim e disparou.
Meus olhos fecharam. Senti alguém me empurrando, eu caindo no chão, e alguém gritando:
-NÃÃOO!!!!!
Quando abri meus olhos, passei a mão pelo meu corpo. Eu não tava sangrando nem sentido dor. Olhei pra Alícia.
Vi ela soltando a arma no chão assustada, olhando pra algo que tava na frente dela no chão.
Olhei pro outro lado e vi David e Vic correndo na mesma direção da visão de Alícia.
O que aconteceu?
Me levantei com os olhos fechados porque o mundo tava girando por causa do impacto com o chão.
Abri os olhos e olhei na direção que meus amigos tavam.
Meu mundo acabou. Só pode ser um pesadelo. Não! Não! Isso não!
-RACHEL!!!- gritei e saí correndo na direção dela.
Ela tava caída no chão. Sangrando na região do tórax.
Era isso.
Ela tinha me empurrado e levado o tiro no meu lugar.
Me abaixei do lado dela e coloquei uma mão em seu rosto e outra próximo a região do tiro.
Eu mal percebi, mas já tava chorando desesperado.
-Sua louca! O que você fez?! Vic, liga pra uma ambulância agora! E depois pra polícia.- eu disse sem saber o que fazer.
Ela fez o que eu falei. Quinze minutos depois a ambulância e a polícia chegaram.

Alícia foi levada presa, enquanto Rachel foi levada pro hospital em estado grave.
Nós três fomos pro hospital e ficamos na sala de espera enquanto Rachel passava por uma cirurgia de urgência pra retirar em bala.
Duas horas e dezessete minutos depois a enfermeira apareceu e disse:
-A cirurgia correu bem.- todos nós suspiramos aliviados.- Mas..- ela disse hesitando.
-Mas o quê?- David disse desesperado.
-Mas... infelizmente... ela está em coma.- quando ela disse isso meu mundo pareceu cair.
Eu mordi meu lábio inferior e comecei a chorar, assim como os outros.
-Ela está na UTI, quarto 13. Podem ir vê-la.
Não perdemos tempo. Fomos correndo ver ela.
Achamos o quarto e adentramos.
Lá tava ela. Na cama. Em coma.
Ela tava com alguns aparelhos ligados nela. Seu cabelo (castanho-claro-dourado, liso e comprido) tava solto.
Eu me aproximei dela com um aperto no coração.
"Por quê eu me apaixonei por você? Se eu não tivesse me apaixonado talvez isso não tivesse acontecido" era o que eu pensava.
-Eu vou passar as noites aqui com ela. Até ela acordar!- me ofereci. É claro que eu não ia abandoná-la.
-Tudo bem. Eu passo o dia!- David falou.- Afinal, ela é minha irmã e eu amo ela!
-Eu fico o dia também. Nós somos melhores amigas. Criamos um laço.- quem falou foi Vitória. Elas estudavam juntas desde o maternal. É claro que seriam grandes amigas.
Concordamos. Tava decidido!
Passou-se 9 dias e nada.
Era de noite. Ou melhor... de madrugada.
Eu tava dormindo na poltrona pra acompanhante. Eram 02:41, quando eu acordei com um barulho. Ou melhor, uma voz.
-Scott.- era uma voz baixa. Quase como um sussurro.
Olhei pelo quarto, e sim... era ela.
A Rachel despertou do coma.
Fui na direção dela e segurei sua mão.
-Onde nós tamos? Só me lembro da Alícia apontando a arma pra você e...- eu a interrompi.
-Eu te amo! Nunca mais me dê um susto desses!- falei com lágrimas nos olhos.
-Do que você tá falando?- a voz dela já tava normal.
-Você me empurrou e levou o Tito no meu lugar. Teve que fazer uma cirurgia e ficou em coma por 9 dias.- resumi tudo.
Ela me olhou assustada.
-Scott... você tá bem?- ela me perguntou.
-Como assim!
-Você tá machucado?
-Não.
-Ótimo. Então não foi em vão.
-Do que você tá falando?- perguntei sem entender nada.
-Eu vi quando ela tava puxando a arma. Por isso eu corri na sua direção e te empurrei. Eu sabia o que ela ia fazer. Eu não podia te perder. Se te perdesse nunca me perdoaria, já que aconteceria por eu não ter me afastado de você. Mas... deu tudo certo no fim das contas.- ela disse abrindo o coração.
Não me segurei. Dei um abraço verdadeiro nela e disse:
-Eu te amo. Nem pense em me deixar porque se isso acontecer eu vou atrás de você até o fim do mundo. Minha trilheira.
Parei o abraço e chamei a enfermeira.
Ela veio, examinou a Rachel e a transferiu pra clínica cirúrgica.
David e Vitória ficaram sabendo e vieram vê-la. Tavam felizes.
Uma semana depois Rachel foi liberada totalmente curada. Inclusive da cirurgia. Já poderia até voltar a fazer motocross.

O destino da nerdOnde as histórias ganham vida. Descobre agora