Não, eu não estava apaixonada por ele, e sabia que isso era recíproco.

***

Desperto no outro dia até cedo, lá fora tocava alto a marchinha carnavalesca, o sol adentrava pelas cortinas mas os raios solares eram ofuscados de certa forma.

No relógio marcava dez da manhã, eles já deviam ter acordado, eu acho. Vou no banheiro, tomo um banho, sinto meu corpo latejar, mas também, era pra tanto. Bruno tinha muita pegada, e quando ele me pegava era pra me deixar toda dolorida no dia seguinte. Ruan também me deixou dolorida, mas era uma dor diferente, uma dor que realmente doeu muito e não essa dorzinha de prazer.

Visto uma saia jeans lavagem clara e um cropped preto, amarro os cabelos em um coque folgado, faço uma simples maquiagem e calço minhas chinelas. Pego meu celular respondendo meus pais e passo perfume indo no quarto ao lado, por sinal está destrancado, os quatro estão  jogados por lá, e tem algumas meninas também. Pelo visto, a noite foi ótima.

Deixo eles lá e desço pra tomar meu café da manhã, pego o que quero colocando em um pratinho e vou me sentar na mesa do resturante da pousada de frente pra praia. Pego meu celular enquanto tomo café e vejo que Arthur havia publicado uma nova foto, era os quatro no bloco, na verdade no amanhecer, os quatro com latinhas de cerveja na mão e aparentemente bêbados, tinha umas três meninas com eles de biquíni, parece que era as três do dia do iate que estavam quase fedendo com Bruno.

Bem, acho que elas conseguiram o que queriam.

Só não sabia porque estava me importando tanto com isso.

Terminei meu café da manhã e no momento que me levanto pra ir deixar o pratinho de plástico no lixo é o momento que aquele menino, o John, desastrado, entra no restaurante com alguns amigos.

Ele está com uma cara de ressaca ótima e assim que me vê vem até onde estou e me abraça com a maior intimidade do mundo.

─ Oi prima do menino que eu fiz uma aposta ontem ─ fala rindo e desfazendo o abraço.

─ Aposta?

─ Fizemos uma aposta, quem conseguisse beber três latinhas em um minuto ganhava, ele bebeu em segundos as três latinhas e ainda ficou bonzinho ─ conta encostado na mesinha e também dou um sorriso nada surpresa.

─ Já era de se esperar...

─ Ele é alcoólatra?

─ Não, ele só gosta de beber todo dia pra ficar doido todo dia, meus tios já pensaram que ele era alcoólatra, então deixaram ele sem mesada por dois meses e ele passou dois meses sem beber só no vídeo-game, e nem fez questão ─ digo e ele ri pelo nariz negando com a cabeça.

─ Ele é gente boa.

Mexo a cabeça em forma positiva e me viro dando de cara com os meninos que desciam as escadas de madeira do restaurante. Eles conversavam de forma divertida, e nem pareciam estar tão de ressaca assim.

Eles estavam só de bermuda, todo os quatro, e quando vi aquela cena junto de outras mulheres que pararam pra olhar eu me virei e fitei o mar sentindo um calor.

─ Olha teu primo ali ─ John fala e acena. ─ Vou chamar eles pra sentarem com a gente.

─ Nã...

─ Ei... Arthur? ─ chamou o introsado e virei o rosto. Me sentei na mesa e fiquei batucando minha unha na mesa.

Os meninos chegaram na mesa após colocar o que queriam comer no café da manhã nos seus devidos pratos, eu fiquei no celular pra não olhar na cara de certas pessoas.

John e Arthur ficaram conversando enquanto Bruno sentou de frente pra mim. Dei um bom dia pra eles e fiquei fuçando meu celular. Arthur, após conversar com o introsado do John, me deu um beijo na bochecha e se sentou do meu lado.

Elea começaram a conversar com diversão enquanto eu fiquei de fora entediada, quando levantei meu olhar dei de cara com Bruno com os olhos grudados em mim. Aquele seu olhar como se estivesse me lendo, tentando me entender. Eu desvio o olhar.

Me levanto engolindo o seco e fico por trás de Arthur, seguro nos ombros dele e me debruço pra falar em seu ouvido:

─ Vou pro quarto ─ sussurro sentindo seu cheiro de sabonete.

─ Vai trocar de roupa é?

─ Não, ficar por lá, sei lá ─ digo dando ombros.

Já vou saindo mas ele me puxa.

─ Nada disso, senhorita. Hoje é nosso último dia aqui, vamos aproveitar.

─ Tô indisposta.

─ Se cala e vai colocar uma roupa melhor antes que eu te afogue, menina.

Rolo os olhos e subo pro quarto. Reviro minha mala de viagem e encontro um short jeans cintura alto desfiadinho na cor preta, visto ele, coloco um cropped cinza abertinho na frente, calcei uma sandália, passei perfume, escovei os dentes e penteei os cabelos com os dedos mesmo.

Encontrei os meninos lá em baixo e fomos juntos pro bloco, o último bloco, era a mesma carreta mas hoje viria chiclete com banana, e teria mais outras bandas.

Fomos todos pra lá onde já se encontravam várias pessoas em baixo da coberta bebendo.

Me sentei em uma das mesas com Peter enquanto os meninos foram pedir pastelzinho de carne de soja com geleia e suco de laranja.

─ Tô morto de ressaca, meu Deus ─ Peter se debruça e abro um sorriso.

─ Vai pegar um sol, menino ─ digo pegando um guardanapo e brincando com o mesmo.

─ Se eu pegar um sol viro um tomate e não pego bronze, maldito corpo alemão que não me deixa ser carioca ─ ele bufa divertido.

─ Vamos dançar? ─ o chamo e ele aceita na hora.

A gente se levanta e vamos direto pra pista, tocava música pop, anitta no caso, e a gente se acabou dançando, Peter não tinha vergonha de mostrar que sabia dançar bem, depois tocou Bruno Mars e a gente se entreolhou e sorriu, o passinho já estava ensaiado, graça ao Just Dance 2016 é óbvio.

Paraísos PerdidosWhere stories live. Discover now