Sequestro

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Capítulo não revisado 👽

P.O.V Bárbara

Já havia se passado uma semana desde que Henrique veio me procurar. Eu ainda não tive coragem de dizer nada a ninguém, o medo de alguma forma me consome.

Becca quase surtou quando um disse o motivo pelo qual não viajei. Mas ela sabe que no fundo eu não tenho culpa, se tem uma coisa que a gente não controla é o tal do coração.

Por falar em coração, o meu quase se derreteu quando Henrique disse que me amava. Sabe aquele momento que o coração acelera mas você fingi que tá de boa? Foi mais ou menos o que aconteceu comigo naquela hora.

Não posso negar oq está na cara, eu também o amo, ah e como amo! Mas precisamos ser realistas e aceitar que isso nunca vai dar certo. Eu acredito que ele realmente não tenha nada haver com o "plano" do pai dele. Eu cheguei a duvidar dele sim, confesso. Porém depois de ouvi-lo aqui no meu quarto, não me restaram dúvidas de que ele estava sendo sincero comigo, tanto é que eu o beijei.

Eu precisava daquele beijo. Precisava sentir seu toque mais uma vez, pela última vez. Quando ele disse que não desistiria de mim, me deu uma Puta esperança da gente, um dia ser feliz. Mas Slá, eu tenho medo pelo pai dele. Eu sei que Henrique me defenderia, mas será que ele teria coragem de ir contra o próprio pai?

Agora estou terminando de me arrumar pra ir à faculdade (E pra quem está sendo perguntando, NÃO, eu não encontro o Henrique na faculdade porque além dos cursos serem diferentes, o período também é, ele cursa no matutino e eu no vespertino).

Termino de me arrumar, desço me despeço da Becca que está na cozinha comendo e do meu irmão que está assistindo TV e saio de casa. Pego meu carro e saio do condomínio indo pra facul.

[•••]

A aula hoje foi produtiva. Eu ajudei a professora de dança escolher outra pessoas pra ir para a Austrália no meu lugar, fizemos alguns exercícios e um teste com o um dos professores.

21:00hs. Estou saindo da faculdade pra poder ir embora. Estou morrendo de fome e megafone cansada. Caminho até o estacionamento quase vazio procurando a chave do carro em minha bolsa. Estava distraída quando um carro para ao meu lado, dele desce um rapaz encapusado. Tudo acontece em questão de segundos, ele pega firme em meu braço e coloca uma arma na minha cabeça e grita constantemente pra eu entrar no carro.

Já estava desesperada. Apenas assenti e entrei no carro tremendo de medo. Já dentro do carro um homem amarrou minhas mãos. Mesmo chorando eu pude perceber a presença de mais dois homens, um que estava dirigindo e outro que estava no banco do carona. Todos estavam encapusados e com roupas pretas.

Eu não ousei em dizer uma única palavra que fosse. Apenas chorava baixinho e pedia a Deus pra isso ser apenas um pesadelo.

Depois de um longo tempo, o carro parou e somente um dos caras desceu. Permaneceu fora do carro alguns rápidos minutos e entrou de novo
- Pra onde ela vai? - Um dos caras ao meu lado perguntou
- O chefe mandou levar ela pro barraco da 24

Meu Deus! O que fariam comigo nesse tal barraco? Rodamos mais um pouco e novamente o carro parou. Dessa vez todos os homens desceram deixando as portas abertas, conversaram sobre algo que eu não consegui decifrar e um deles me puxou para fora. Olhei rapidamente em volta enquanto ele me puxava pra dentro da casa e pude perceber que estávamos em um morro.

Complexo do Alemão - pensei

Agora eu sabia o motivo de estar aqui, sendo sequestrada. O pai do Henrique me pegou. Filho da mãe!

Entramos dentro da casa e o cara me jogou em um sofá. A casa fedia muito, era pequena e escura. No cômodo onde estávamos só havia dois sofás e uma mesa cheia de armas e outras coisas que eu não sei identificar.

Haviam outros homens além dos que chegaram comigo. E meu desespero já estava em um nível Hard. Eles conversavam em gírias e eu pouco entendia do que se tratava.

Não sei quanto tempo fiquei jogada ali, naquele sofá. Só sei que algo começou a apitar e um dos caras pegou uma espécie de Rádin e falou com alguém e logo veio até mim, me levantando com brutalidade e me levando para um quarto muito mais escuro e repugnante. Me sentou em uma cadeira e saiu trancando a porta.

Em questão de minutos a porta foi aberta com muita brutalidade revelando um homem alto, Magro, com os cabelos levemente grisalhos. Ele me olhou e sorriu irônico

- Vamos ver se agora você para de duvidar da capacidade do seu pai - o homem diz e eu por um minuto fico sem entender, mas tudo se esclarece quando vejo Henrique adentrando o local

Assim que ele põe seus olhos sobre mim, ele paralisa. Vejo seu semblante ficar mais assustado que o meu e sua pele vai pegando uma tonalidade branca.

- Eu te avisei que se você não me trouxesse ela em uma semana eu iria dar meu jeito de pegar ela
- Pai! Solta ela por favor - Henrique não tirava os olhos de mim e a essa hora eu já estava chorando de novo
- Não Henrique! Eu disse a você que eu iria acabar com a família daquele imbecil e eu não vou mudar de idéia a essa altura do campeonato
- Pai por favor! Eu nunca te pedi nada - Henrique o encarou
- Eu avisei pra você não se apaixonar. Agora já está feito e eu não vou voltar atrás
- Vai fazer isso comigo? Vai ter essa coragem?
- Não vou fazer nada contigo, vou fazer com ela - Me olhou por um instante - Você vai ficar bem. Mulher é o que não falta no mundo. Mas pra mostrar o quanto sou bonzinho, eu vou te dar 5 minutos sozinho com a garota - disse e Saiu do quarto

- Tá tudo bem com você? - Henrique disparou vindo até mim
- Pergunta meio irônica de se fazer em uma hora dessas não acha?
- Bárbara agora não é hora de brincar, por favor! Eles fizeram algo com você?
- Não, pelo menos não ainda. Henrique pelo amor de Deus, me tira daqui. Eu estou com muito medo - e estava eu chorando de novo

Ele se abaixou na minha frente e apoiou as mãos em minhas coxas
- Vai ficar tudo bem, não precisa chorar! Eu vou tirar você daqui, eu só preciso pensar em alguma coisa, alguma maneira de fazer isso sem machucar você - ele acariciava me rosto com seu dedo indicador
- Eu não sei se vou aguentar ficar aqui por muito tempo - choraminguei
- Por favor! É só o tempo deu conseguir pensar em algo. Eu juro pra você que vai ser rápido
- Me promete?
- Claro que eu prometo amor - ele colou sua testa na minha - Eu vou tirar você daqui o quanto antes. Confia em mim?
- Confio - ele sorriu e me beijou

que saudade desse beijo!

Fiquei meio sem jeito por não poder retribuir da melhor forma, já que estava com as mãos amarradas. Mas foi ótimo sentir seu beijo de novo.

Ouvimos uma forte batida na porta e logo em seguida alguém gritou
- Henrique, chefe mandou tu vazar

Henrique me olhou, passou as mãos no meu cabelo, fez um leve carinho em meu rosto e depositou um selinho em meus lábios.

- Eu volto pra te buscar meu anjo! - Beijou minha testa e saiu

Eu Não Queria, Mas Aconteceu - Livro 1Where stories live. Discover now