Capítulo 05 - Mensagens

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-- As pizzas chegaram! -- falei alto,  quase escancarando a porta.

-- Opa! -- disse meu pai vindo em minha direção. -- Estou varado de fome!

-- Ezequiel, você não vai comer na sala!

-- Mas amor!? -- disse meu pai encenando um certo tipo de drama barato. -- Tá no meio da partida de Tênis!

-- Ou pizza, ou jogo, você decide. -- minha mãe fez uma cara de vilã mexicana, fazendo meu irmão e eu rirmos.

A cara de tristeza que meu pai fez foi hilária, ele levantou a mãos, como gesto de redenção e foi até o banheiro para lavar as mãos. Levei as pizzas até a cozinha e o Guilherme foi atrás de mim.

- E aí Florzinha, como foi a escola? -- a vilania na face do meu irmão era extremamente "doentia". -- Beijou muito?

"O que será que ele quis dizer com isso?"

-- Do que você tá falando? -- tentei disfarçar.

-- Eu sei da coisas florzinha, eu sempre sei!

"Mas que merda! Será que alguém  viu você beijando o Renato no colégio?"

-- Não! -- falei alto. -- Foi só mais um dia chato de aula, Guilherme!

Meu irmão deu uma risadinha irônica e foi para a pia lavar as mãos, agradeci a Deus que nesse momento minha mãe entrou na cozinha.

-- O que aconteceu aqui dentro?

-- Nada mãe, era o Guilherme querendo pegar um pedaço de pizza antes de lavar as mãos.

-- Nem vem querer ficar me acusando Nick! -- Guilherme olhou por cima dos ombros. -- Eu tô com fome!

-- Será que vocês dois poderiam parar de brigar?

-- Foi mal mãe. -- mandei uma piscadela para ela.

Meu pai chegou na cozinha logo em seguida, nos quatro sentamos e começamos a comer, estávamos com a família quase completa, queria muito que a Ju estivesse aqui, pra eu poder falar as novidades e achar graça das caras que ela costuma fazer.

Passamos cerca de meia hora comendo e falando sobre o dia de hoje, meu pai disse que ele fechou um contrato de fidelidade com uma empresa multinacional de peças de motores agrícolas, e que ele iria cuidar de um grupo de técnicos daquela sede, todos nós parabenizamos a conquista dele. Minha mãe falou que o movimento no escritório foi tranquilo e não teve muito trabalho, apenas uma reunião que foi bem chata e cansativa. O Guilherme ficou o dia inteiro em casa jogando The Witcher 3. Eu falei sobre o dia de aula, sobre as aulas complementares e tudo mais (exceto o beijo), meu irmão me deu uma fuzilada com os olhos, mas nem meu pai e nem minha mãe perceberam, mas eu precisava descobrir se ele sabia alguma coisa.

Terminamos de comer e meu pai foi o primeiro a se levantar e correu para a sala, pra continuar vendo o seu jogo de tênis, Guilherme foi logo em seguida. Ficamos minha mãe e eu sozinhos na cozinha, eu me prontifiquei a lavar a louça.

-- Que alma bondosa! -- disse em tom exagerado na voz. -- Estarei no meu escritório se precisar conversar filho.

-- Tudo bem mãe, obrigado!

Ela veio e me deu um abraço e um beijo na testa e saiu da cozinha.

Me concentrei em lavar rápido os pratos e copos, pra eu poder tomar um belo banho e me trancar no quarto e poder ficar a "sós" com o Renato pelo whats app. Eu ainda estou perplexo pelo o que aconteceu no colégio, e agora estou como se estivesse tendo várias ondas de emoções na minha cabeça.

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