Capítulo 12 - Brianna

Začít od začátku
                                    

Eu segurei a parte de trás da cabeça de Chad e o puxei para perto de mim lentamente, pressionando meus lábios contra os dele, como se nele eu pudesse encontrar o ar que eu precisava para respirar. Ele me beijou de volta, mas agora, não de forma desesperada. Mas suavemente. Delicadamente. Seus braços envolveram minha cintura, me segurando firmemente como se ele estivesse colocando todos os meus pedaços juntos mais uma vez.

Chad era o chão sólido que eu precisava no meu mundo desmoronado, e eu só havia percebido isso agora.

Separamo-nos apenas o suficiente para que pudéssemos nos olhar nos olhos. Chad encostou sua testa na minha, segurou meu rosto com as duas mãos e sorriu, revelando a covinha do lado direito.

– Eu sabia, – ele disse. – Esse tempo todo...

Ele não continuou o que ia dizer, mas eu havia entendido. Eu sempre havia feito aquilo que me fora dito: afastar-me de todos, afastar-me dele. O tempo que havíamos passado juntos desde então havia sido repleto de inúmeras tentativas de afastá-lo de mim todas as vezes que ele tentava se aproximar. Agora eu percebia o quanto isso fez mal não só para Chad, mas para mim também. Por quanto tempo eu o havia machucado tentando obedecer a ordens de alguém que nem ao menos me conhecia?

Encarei seus olhos cor de mel e a intensidade do seu olhar nos meus fez com que uma rajada de emoções se contorcesse dentro de mim. Lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos e eu afundei meu rosto no peito de Chad.

– E-Eu sinto...muito. – Eu murmurei entre soluços. – Eu fui tão estúpida.

Chad me abraçou com mais força e tirou o cabelo que grudava em meu rosto molhado.

– Ei, ei. – Ele sussurrou no meu ouvido. – Está tudo bem.

Aquele mesmo cheiro de terra molhada depois de uma chuva de verão me invadiu, acalmando minha respiração aos poucos. Eu conseguia ouvir as batidas do coração de Chad, pulsando no mesmo ritmo acelerado que alguns minutos antes, e isso me apaziguou.

– Está vendo? – Chad levantou meu queixo com a mão, me beijou de leve e afastou o cabelo do meu rosto. Seu toque era quente e gentil. – Está tudo bem. É melhor você se deitar agora, temos um longo dia de viagem amanhã.

Eu desviei meu olhar dele e balancei a cabeça afirmativamente, engolindo a seco. Respirei fundo e limpei meu rosto com as mãos. Voltei meu olhar para Chad, que me observava com uma nova expressão em seu rosto, e eu sorri. Eu sentia meu peito inflar de um sentimento desconhecido, sentindo algo estranho na boca do meu estômago. Era como se estivesse caindo – e talvez estivesse mesmo caindo. Mas, naquele momento, eu não tive medo. Estava caindo na direção certa.

Alcancei o rosto de Chad com minhas duas mãos e beijei-o novamente.

– Eu ainda te odeio. – Eu sussurrei.

Sua gargalhada agora foi genuína.

– Eu não poderia pedir por nada melhor.

Fachos da luz do sol nascente refletidos em alguma superfície de metal atingiram meus olhos, acordando-me. Tapei o rosto com a mão e me virei para o outro lado, tentando livrar-me da claridade e voltar para meu sono. Eu não havia dormido tão bem há semanas, apesar da falta de acolchoamento da minha cama improvisada.

O som de algo cortando o ar preenchia a clareira como um leve uivar do vento. Virei para o outro lado e vi Chad concentrado, com sua espada dourada em punho e atingindo inimigos invisíveis. Sua lâmina longa refratava uma pequena faixa da luz do sol matinal toda vez que Chad a erguia para o alto.

Limpei meus olhos e voltei a observá-lo, com uma sensação estranha dentro de mim. Por um segundo, perguntei-me onde estava, o que eu estava fazendo ali e onde eu havia deixado Abbey. Não demorou muito para que as lembranças do dia anterior viessem à tona na minha mente e eu me sentisse constrangida só de olhar para Chad.

O Cristalizar da Água - O Florescer do Fogo #2Kde žijí příběhy. Začni objevovat