Capítulo 7 repostando

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Olá, preparem os corações que hoje o negocio vai pegar fogo.

Enjoy

Rafael

Há uma semana eu fiz o que muitos chamariam de gesto altruísta, o qual me rendeu uma ambiguidade de sentimentos. Ao mesmo tempo em que eu fiquei feliz por poder enfim ajudar a Gabriela e me redimir de todo mal e tristeza que causei a ela, me senti um idiota por ter ajudado o Ian a não ser preso. Mas eu meio que me senti na obrigação de ajudá-la. A Gabriela pode ter pisado na bola comigo, eu posso talvez amá-la ainda, querer ficar com ela, mas eu não poderia vê-la infeliz. Acho que foi sim o maior gesto altruísta que já tive.

Eu só percebi isso quando chegamos à porta da casa dela depois que voltamos do aeroporto. Ela me olhou com aquele olhar de gratidão e tristeza, me abraçou e disse obrigada. E estranhamente eu fiquei feliz por ela.

Depois disso não quis mais nem saber como ela estava. Minha ficha caiu, então eu entendi que ela nunca me olharia da maneira que olha para ele. Agora eu quero que ela seja feliz.

Hoje, uma semana depois, estou na festa de aniversário do meu primo Vitor. Ele fechou uma boate na Barra da Tijuca chamada Vips, para comemorar. Vitor é cardiologista e dirige o hospital da nossa família no Rio e em São Paulo. Minha família é toda composta de médicos, exceto eu que resolvi contrariar meu pai e trocar a medicina pelo direito. Sou a ovelha negra da família.

A casa noturna está lotada, encontro vários conhecidos de quando eu andava pelas baladas nas noites cariocas, antes de ficar noivo da Grabriela e mudar o meu estilo de vida por ela. Idiota, eu nunca mais farei isso por mulher nenhuma.

- Rafa, que bom que veio. – meu primo me cumprimenta com um abraço.

- Achou que eu deixaria de ver você comemorar seu primeiro fio de cabelo branco?

- Essa á a vantagem de ser um branquelo. – ele diz com uma careta. – vai demorar para saber que chegou a idade. Tem sorte cara. – ele diz como se seus 31anos fossem o fim do mundo. Mas, para ele deve ser, tem uma grande responsabilidade nas costas além de que teve que deixar as corridas que é uma coisa que ele amava para se dedicar aos negócios e ao trabalho. Eu e ele só temos a cor dos olhos em comum, Vitor tem cabelos escuros quase preto.

- E então me conta as novidades. – ele diz tomando um pouco de Whisky e piscando para uma mulher que passou quase sem roupa por nossa frente, jogando charme.

- Nada do que você já não saiba. – digo. O Vitor além de meu primo é meu amigo e sabe tudo que passa na minha vida.

- Ainda a Gabi? – eu pego um copo que o garçom me serviu no balcão enquanto uma garota que não lembro o nome vem até onde estamos e beija o rosto dele e o meu, depois sai.

- Fazer o que se meu coração insiste em não esquecer aquela ingrata. – digo por cima da música alta.

- Você não a ama Rafael – ele fala a mesma coisa que falou na semana passada. - O que você não gosta é que ela tenha feito você esperar, que ela tenha se casado com outro. Outro que pode colocar o mundo aos pés dela e que ama de maneira que você nunca faria. Você declarou guerra ao Ian pra ver quem ficava com ela. Mas não fez isso por amor e sim por orgulho. E isso é justamente o que te deixa mais irritado. – ele se aproxima me analisando com seus olhos azuis iguais aos meus. – isso é ego ferido, meu amigo.

- Não Vitor, você não sabe nada do que se passa no meu coração, você pode ser cardiologista, mas de sentimento tenho certeza que não entende coisa alguma, eu não sou esse cara egoísta e...

- Você sempre teve tudo que quis Rafa. Até contrariou seu pai desistindo da medicina e se tornando um delegado. Você conquistou tudo com seu esforço, sem a ajuda do meu tio. Mas isso só fez de você um cara que não sabe perder.

Minha perdição - degustação.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora