XXV

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                                                                            Capítulo Vinte e Cinco

                                                                                       Ao delírio

Caroline havia entrado pela maldita porta da qual era o portal entre o mundo dos nobres e o mundo dos miseráveis. Não havia sentido de ela vir aqui vestida assim. Suas vestes estavam rasgadas, seu rosto com leves arranhões e seus olhos inchados com os cílios encharcados de lágrimas. Seus olhos azuis clamavam por paz, apenas uma vez em sua humilde vida. Deixar Caroline me ver seria uma decisão difícil a se tomar, pois Katherine está fazendo meu papel na mansão dos sete pecados, aparecer repentinamente diante sua presença seria astuto e impactante. Mas, Caroline não seria o único contratempo capaz de domar minha atenção, Bethany pegou-me de surpresa quando se revelou a loira dos Fell. Até onde sei, Bethany era conhecida por escrever romances e romances, um mais lindo do que o outro, porém, seu talento foi roubado pela Inveja e por ódio de ter um adversário. Minha mente não sabia para onde percorrer, ambos os lados estavam sufocados por perguntas e respostas mal concluídas. Katherine estava certa, não dei conta e nunca darei de ficar aqui sozinha. Se eu a tivesse ouvido talvez eu ainda estivesse tomando meu chá das cinco e meia. Porém, a teimosia sempre foi um atributo dado a minha personalidade infantil e incoerente.

Caroline sentou-se em uma mesa enquanto a enfermeira lhe dava algumas instruções. Os cachos loiros descabelados caíam sobre seus ombros desprotegidos. Os ares em seus pulmões eram tristes, incapazes de contestar sobre algo ao seu redor. No início, éramos inimigas, só agora percebi o quão perto estamos nas pontas opostas do navio. Ou devo dizer: Barco. Os braços da loura ficaram vermelhos após uma bela resistência de por seus pés em Rose Fall, eu presumo. Também concordo com seu comportamento imponderado sobre não gostar deste lugar... É completamente horrendo, sem natureza por perto para me sentir o alívio do qual pouco tempo me falta. Talvez seja este o problema, as cortinas, bloqueiam minha visão interior para descobrir de fato quem é a Amante, ou até melhor. R.J. Pegar os dois seria uma jogada de mestre, infelizmente, as chances de tal ação ocorrer são extremamente nulas, pois há cortinas internas bloqueando meus olhos. Elas me tornam cega, incapaz de sobreviver a este mundo doloroso e cheio de belas mágoas.

Levantei-me com audácia e me opus ao mundo das mentiras, onde a única verdade estava sendo julgada por usar o mais belos dos vestidos. Minhas veias dilataram por insegurança para tocar os ombros da loura. Senti-me insegura e incapaz. Mas eu tinha de agir, como iria salvar aqueles dos quais me importa se nem consigo falar com a minha amiga? Caroline com certeza estava aterrorizada por tudo até agora. Isto ao meu redor deveria ser um pesadelo apenas meu; nada aqui deveria ser compartilhado por olhos turísticos. O sentimento de derrota já estava conseguindo consumir minha vontade, pois a desistência contra a visão de Caroline havia conquistado toda a minha coragem ainda restante. Não havia ações sem o medo, justamente porque o medo é chave para abrir as portas da coragem, pois sem o medo, não haveria coragem alguma.

Toquei nos ombros de Caroline. Tive alguns milésimos de vitória antes dos olhos da loura encontrassem os meus. Pude ver o quão sua pupila dilatou ao ver a cópia idêntica dos cabelos lisos da mansão. Katherine poderia não ter a mesma aparência, mas... Senti como Caroline pôde ser enganada pelos olhos. Dei um leve sorriso para pedir as desculpas incapazes de sair dos lábios. Ela simplesmente deixava a boca aberta, sem reações ou perguntas iniciais e previsíveis, Caroline simplesmente se manteve quieta, como se sua garganta tivesse sido roubada.

Minha expressão pôde ficar fria. Meus lábios ficaram semiabertos, revelando um pouco de meus dentes incisivos. Os olhos castanhos estraram em harmonia com minha mente desolada, ambas as aparências indicavam frieza e dúvidas frequentes. O medo, ele era o principal fator a me manter assim, fria como a neve e irracional, como um animal selvagem.

EsplendorOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz