─ Depois eu sou o ignorante, querida.

─ Cuida da sua vida ─ diz e se levanta.

─ Acha que não cuido? E você? Sabe cuidar da sua ou precisa de mamãe e papai sempre atrás pra dizer o que fazer e não fazer? ─ provoco, vejo ela ficar vermelha de raiva.

─ Você é um idiota ─ diz e mando beijo no ar.

Ela tira o roupão, joga no chão e me olha, analiso seus seios e sua pele alva, nada de acordar Bruninho, nada de acordar, pense naquela cena da sua avó tomando banho, pense nisso, não nos peitos dela.

Ela me olha e fecho os olhos virando o rosto, a mesma entra no banheiro e bate a porta.

Eu dou um sorriso, amava pertubar ela.

Com ela eu era aberto, coisa difícil, eu costumava ser mais na minha e fechado, herdei isso de meu pai, acontece que eu também vim de uma família igual a dela, poderosa, mas ao contrário dela, meu pai me odiava, na verdade, me odeia.

Criado em internato no Canadá, não tinha amigos e cresci só, sem a presença paterna ou materna, nunca chamei pelo nome "mãe" em minha vida, eu cresci pensando que jamais veria minha família.

Mas bem, tudo passa, tudo muda, eu cresci, entrei na faculdade de direito por causa do meu pai e do escritório e hoje vivo minha vida. Bem, não foi tudo que planejei, mas é minha vida.

Agora que essa priminha mexe comigo ela mexe, amo o jeito que ela ri, que ela abraçava as crianças, gosto do temperamento forte dela, e de nunca guardar resposta pra si mesma, e bom, também gosto demais do corpo dela repleto de curvas e muito gostoso.

Mas nada de investir na pirralha, ela era apenas a prima do meu amigo, ou seja, ela era apenas uma pirralha mimada em minha visão. E somente isso. Nada de perder os paraísos, Bruno!

Lara narrando:

Como eu odeio ele!

Claro que aquele beijo foi maravilhoso e caramba, ele tem uma pegada incrível, mas ele me tirava do sério em dois segundos.

Entro no banheiro, deixo o roupão na pia e entro no box ligando o chuveiro na água quente.

Enquanto lavo meus cabelos penso nele, penso nas palavras dele e por um momento acho ele fofinho até, mas quando me lembro que ele gosta de me humilhar tudo que sinto por ele passa e só resta puro ódio.

Lavo bem meus cabelos pra tirar o cloro. Tento me ocupar com outros pensamentos que não fossem Bruno e o nosso beijo que me deixou molhada, tento pensar em outras coisas, mas é quase impossível.

Penso na hora que ele me chamou pro quarto, sexo, bem, eu só fiz duas vezes em minha vida e as duas foram horríveis, a primeira foi quando perdi minha virgindade com Ruan, ele não foi tão carinhoso, mas eu o desculpei, e pouco tempo depois eu fiquei bêbada e fiz sexo com ele mesmo não querendo.

Eu sei que ele é ele e os outros é os outros, mas eu fico meio insegura em fazer, e se não for bom?

Me enxugo, passo hidratante, desodorante e vou vestir um conjuntinho de calcinha e sutiã, o cheiro dele ainda está pelo ar, isso me enlouquece. Decido ir no shopping, mando mensagem pra Júlia e Maysa, e depois vou pegar uma roupa. Escolho uma saia nuvem junto do cropped nuvem cor preta, coloco uma gladiadora e seco meus cabelos os pranchando depois.

Quando pego meu celular vejo que somente Júlia iria, porque Maysa tinha jantar com os pais.

Dou de ombros e marco o local com ela.

Faço uma maquiagem, passo perfume e me pego pronta. Ajeito a bolsa com tudo que preciso e saio.

Ninguém está em casa e então desço logo pedindo o táxi.

Lá em baixo já está lotado, e encontro os meninos nas cadeiras de banho fora da piscina e rodeado de mulheres, inclusive o idiota do Bruno que tinha uma morena em seu colo.

─ Vou no shopping ─ me direciono à Arthur.

─ Com quem? ─ pergunta quando eu já vou saindo.

─ Júlia, não volto tarde, qualquer coisa me liga.

Só digo isso e vou saindo, merda, nem conseguia olhar pra Bruno direito que me lembrava daquele maldito beijo.

Maldito idiota!

Paraísos PerdidosWhere stories live. Discover now