Um velho amigo jovem

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Acordei no dia seguinte tomado por pensamentos, eu estava com raiva da vida. Eu queria me matar ali mesmo, numa maçã de hospital. Preferia que os dementadores tivessem me dado logo um beijo e sulgado a minha alma. Eu odeio a vida, o mundo nos tira quem nos faz mais feliz, e nós deixa aqui, sofrendo, eu ODEIO a vida!
Uma enfermeira entrou no quarto me acordando de meus pensamentos(e me impedindo de pensar em me suicidar).
- Vc tem visitas- ela disse, aparentemente animada.
-Que ótimo! Algum doido varrido perguntando se eu tô bem, mas que eu tô bem foda-se para ele-eu disse extremamente grosso com a coitada da profissional.
- Eu p-posso deixar entrar? -perguntou ela claramente com medo.
- Tá! Que seja! - eu disse nem um pouco entusiasmado.
Ela balançou a cabeça positivamente e saiu apressada.
Alguns minutos depois ouvi uma leve batidinha na porta:
Toc-Toc-Toc
-Entre-murmurei baixinho, mas pelo visto quem estava do lado de fora ouviu, pois a porta abriu no instante seguinte.
- Com licença, Jorge?- ouvi uma voz masculina enquanto a porta se abria.
- O que você quer Lino? - perguntei reconhecendo a voz, quando a porta se abriu completamente mostrando a face de meu amigo.
- Olha, eu resolvi dar uma passada na sua casa para ver como você estava, mas quando cheguei lá, vi você sendo atacado por dementadores. Saí correndo desesperado e chamei sua mãe. Aí já sabe né? Foi patrono por todo lado, parecia um zoológico. Por que você não conjurou um patrono?
- Eu não tenho mais patrono- eu disse o cortando.
-Como não tem mais patrono?- ele perguntou sem entender nada.
- Minhas lembranças foram destruídas por aquela maldita guerra, a guerra que levou meu irmão, levou com ela toda e qualquer lembrança feliz que eu possuía. EU ODEIO AQUELA MALDITA GUERRA! ODEIO LINO!
-Relaxa cara! Eu sei que não é fácil, pelo contrário, é dificílimo. Mas Forge...-quando ele disse ele meus olhos começaram a ficar marejados, só Fred me chamava de Forge- não é impossível, e você nunca foi detido pelo difícil não é mesmo? Jorge, não é mesma coisa mas você ainda tem amigos, AMIGOS como eu, que NUNCA vão te abandonar.
Não vou mentir. Nunca tinha visto esse lado do Lino.
-obrigado- disse baixinho
-Não por isso- ele disse, e continuou- Mas...na verdade, eu fui na sua casa para te falar outra coisa...
- O quê?- perguntei curioso
-Err... Você se lembra da Katie? Katie Bell?- estranho
-Lembro sim, por quê?- respondi
- É que pouco depois da guerra eu encontrei ela no três vassouras e, meu Merlin, ela é...Gostosa!- ele falou.
- Tá, você foi para a cama com a Katie.E...?- perguntei já impaciente
- Tá! Eu... A Katie, err...tá grávida!- ele disse em um desabafo.
- Quê?- perguntei incrédulo
- Grávida, filho,  barriga, quatro meses, Katie, QUE parte você não entendeu Jorge? - ele respondeu meio irritado
- Tá, foi mal! Me desculpei- É que não dá para imaginar você como PAPAI!
- Olha Jorge,  eu tenho dezoito e tô super apoiando a Kat- ele disse agora sem nenhuma raiva ou mentira (estranho) na voz- só vim mesmo te chamar  para ser padrinho da Lizzy.
- Lizzy?
-É! Elizabeth Frederika Jordan.- ele disse e meu queixo quase foi no chão.
- Frederika?-perguntei.
- É. Ele era meu amigo, né?
- Só você Lino! Bacana como sempre. Frderika? Que judiação!- Eu disse rindo da cara dele. Frederika?
- Olha, a filha é minha e eu dou o nome que eu quiser para ela. É Frederika é apenas o nome do meio. É original!
- E a Katie aceitou?
- Aceitou ué?  Ela não queria tomar um Avada. Bom eu já vou indo, você precisa se recuperar. Falou Jorge! - dito isso ele saiu do quarto e me deixou novamente à sós.
Caraca! O Lino ia ser pai, e eu o padrinho, ele ME escolheu para se o padrinho da pequena Lizzy. Eu vi que Lino era realmente amigo, amigo de momentos bons e ruins, amigo de apoiar e reprovar, amigo de VERDADE.
Ouvi uma batida na porta, dessa vez mais forte.
- Entre!  Falei.
Minha mãe entrou apressada e já foi gritando:
- Jorge Weasley! Nunca mais assuste sua mãe desse jeito! E se seu amigo não tivesse te visto?  Você teria levado um beijo daquelas criaturas horrendas!
- É, eu sei! Desculpe! A culpa foi REALMENTE toda minha! -Me defendi.
- Eu sei que não filhinho! Mas eu não conseguiria perder vocês dois-  Ela já estava chorando muito e eu também(um pouquinho)






Mais que irmãosWhere stories live. Discover now