Capítulo 3 (DEGUSTAÇÃO)

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— Você enlouquece de vez, Derek! E você — ela apontou o dedo indicador para Damen que respirou profundamente. — Está influenciando nosso irmão nessa maluquice!

— Sabrina, já que não posso fazê-lo mudar de idéia, como seu irmão, é meu dever ajudá-lo e apoiá-lo. Deveria fazer o mesmo, sabia?

Sabrina soltou uma risada anasalada, carregada de escárnio.

Arg! Eu odiava aquela risada debochada.

— Ajudar? Você está realmente maluco, Damen! Se quer ajudar o Derek, tente colocar na cabeça dele que sua idéia estúpida de usar uma mulher qualquer para gerar um filho seu é loucura. Se ele quer um filho, faça o que um ser humano normal faria: se apaixone, se case e engravide alguém por amor ou... Ou simplesmente adote uma criança, mas... — Sabrina respira fundo, se recompondo. — Mas não deixe que ele use a morta como pretexto para fazer de uma qualquer a mãe de seus filhos.

Sabrina! — eu advirto ferozmente.

— Não, Derek! É inadimissível!

— Sabrina...

Minha cabeça está doendo. Sinto meu coração acelerar dentro do peito. A vontade que me invade é de quebrar a primeira coisa que me vier à frente. Mas eu me censuro, porque a única coisa que tenho à minha frente é a minha irmã.

Controle-se, Derek. Apenas controle-se.

— Você não pode levar isso adiante, Dek, por favor, pense...

BASTA! — grito, fazendo com que Sabrina se cale e se encolha instantaneamente. — Basta, está me ouvindo?! Não sou obrigado a ter de ouvi-la, está bem? Guarde sua voz enjoativa para seu noivo, que, assim como eu, deve estar cansado de ouvi-la.

Um silêncio arrebatador se instala por toda a sala e, ao notar o olhar de desaprovação de Damen, reconheço que talvez tenha passado dos limites.

Acontece que nos últimos meses minha paciência tem sido curta, bastando pouquíssimo para que eu exploda sem rodeios.

E, mesmo sabendo disso, Sabrina provoca. Então não é como se ela fosse a vítima e eu fosse o vilão. Não é justo me taxar como violão.

— Já chega... — eu sussurro, caminhando impaciente. — Eu não queria gritar com você, Sabrina. Você pediu por isso. Eu lamento...

Sabrina abre um sorriso de lado, visivelmente abatido. Em seguida, caminha até o sofá maior onde estava sua carteira.

— Não se lamente. Você está cheio de mim, e com razão. Mas não não sabe nada sobre o que Aspen sente. Se não quer ouvir o que eu digo, então está bem, Derek, eu desisto. Faça o que bem entender com a porra da sua vida.

Há mágoa em seu tom de voz. Por um segundo, sinto o desejo de pedir perdão novamente, mas sabia que seria em vão. Eu estava de cabeça quente e com certeza Sabrina também.

Aquele não era o momento ideal para uma reconciliação.

Eu precisava de um tempo e ela também. Justo.

Sabrina lançou um último olhar furioso para mim e para Damen e, depois disso, saiu esfumando ódio pela porta da sala, fechando-a num estrondo.

Nove Meses. (DISPONÍVEL EM ÍNTEGRA NA BUENOVELA)Where stories live. Discover now