Capítulo 14.

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Eu estava tão cansado que dessa vez a Vênus que me acordou. Acordei, me espreguicei, levantei e falei:

— Bom dia, planeta.

Ela estava trocando de roupa, me olhou, sorriu e falou:

— Bom dia, gigante. Vai para o banho, está quase na hora.

Levantei da cama, tirei a roupa e fui para o banheiro, entrei no box, liguei o chuveiro e fiquei parado lá. Sabe quando você está tão cansado que não quer levantar da cama? Então, eu estava desse jeito. Cansado psicologicamente, cansado fisicamente, cansado sentimentalmente e cansado mentalmente. E essa sensação veio de repente, como um trovão em dia de tempestade. Ou um tiro em uma guerra. E isso é horrível. Acho que naquele dia, tudo estava caindo no real, um enorme choque de realidade. O pensamento de ter matado um homem, as coisas que a Tessa havia me falado e por falar nela, por onde ela estaria? E por que fez aquilo? E a minha história. Foi o primeiro dia que eu realmente me senti mal depois de ter saído de casa. Respirei fundo, terminei de tomar o banho, sai do banheiro, vesti a roupa de treinamento, fiz cara de tédio e falei:

— Que aula teremos agora?

Ela sorriu e falou:

— Magia e depois de luta.

Estendi a toalha, fechei os olhos e respirei fundo. Ela veio de surpresa, me abraçou forte e aquele abraço fez meu coração bater tão acelerado que achei que ele sairia pela boca. A olhei nos olhos, beijei sua testa e se eu nunca havia agradecido ao destino por tê-la colocado em minha vida, eu agradeci naquela hora. Dei um sorriso de canto, dei um selinho e ouvimos alguém bater na porta. Pegamos as mochilas, abrimos a porta e todos estavam nos esperando. O Hunter nos olhou e falou:

— Sexo antes da aula, que danadinhos.

Todos riram e eu falei:

— Não foi isso, mas se fosse, é melhor esta transando do que cuidando da vida dos outros, não é?

Pisquei o olho e ele riu e falou:

— Eita, ele acordou afiado hoje.

A Liz nos olhou e falou:

— Vamos? Estamos atrasados.

Olhei para o relógio e estávamos cinco minutos adiantados, mas também não falei nada. Fomos para a sala, ao chegarmos todos nos olharam e sinceramente, aquilo era estranho, parecíamos celebridades, não sei, mas chamar atenção nunca foi meu forte. O professor ou professora não havia chegado ainda. Sentamos todos na fileira da frente, uma menina que acho que deveria ter uns 13 anos, me olhou e falou:

— Você é o Owen, não é?

A olhei e falei:

— Sou sim, por que?

Ela sorriu e falou:

— Quando eu crescer, eu quero ser forte como você.

Sorri e falei:

— Tenho certeza que será melhor.

Ela sorriu, levantou, me deu um abraço e falou:

— Você é muito legal. Gosto de você, tenho certeza que será um bom líder.

Sorri e falei:

— Obrigado, você é um doce.

Ela sentou, eu virei e outras crianças tinham feito o mesmo com os outros. A Vênus falou:

— Eles são uns amores, não é?

Todos concordamos com a cabeça, alguns minutos se passaram e uma mulher, muito bonita, chegou na sala e falou:

Meu pé de cerejeira branca - Livro I.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora