Seguimos o caminho de volta em meio a um silêncio constrangedor, o Mateus sem graça e eu mais ainda. Sabe o quão estranho é você estar em um barco no meu do rio com seu ex-namorado de mentira?

Chego na beira do rio onde estavam todos os instrutores e os barcos, tiro o colete e começo a sentir muito frio.

- Aqui, pra você - Mateus me estende uma toalha, que eu uso para enxugar meu corpo e em seguida para enrolar no cabelo.

- Obrigada - quase não consigo dizer de tanto frio - Está fazendo um frio não é? - pergunto só pra não ficarmos em silencio.

- Só um pouquinho, mas eu posso pegar algo pra te esquentar - ele vai até uma mochila, provavelmente dele e pega uma camisa - Aqui, pode vestir.

- Valeu - falo sorrindo - Então, acho que já deu minha hora, preciso chegar cedo na fogueira, se não a Júlia me mata. Nos vemos lá?

- Sim, nos vemos lá - ele responde e eu saio indo em direção ao acampamento.

Depois de andar por alguns minutos, finalmente chego no meu quarto, ainda um pouco constrangida por estar usando apenas uma camisa por cima do meu maiô.

- Samara? - chamo e não ouço nenhuma resposta. Fico me perguntando para onde ela foi depois que fomos ao rio.

- Me procurando? - ela aparece atrás da porta com um copo de refrigerante e uma porção de batatas feitas.

- Sam, onde você conseguiu tudo isso? E pra onde você foi? Por que não apareceu no rio? - pergunto tudo de uma vez sem nem deixa-la respirar.

- Eu ouvi tudo que o Jeremy disse, por isso eu saí de lá correndo e sem te avisar pra você não querer vir atrás de mim e estragar todos os seus planos para a tarde. E parece que eu fiz o certo - ela diz e eu ignoro totalmente seu comentário.

- E pra onde você foi? - sento-me em uma das camas vazias e ela se senta em outra.

- Eu voltei para cá, troquei de roupa e depois fui até o refeitório ajudar a oficina de gastronomia a preparar as comidas que servirão hoje a noite - ela diz comendo uma batata e jogando outra em mim - e aproveitei para fritar essas batatas e pegar refrigerante.

- Você vai para a fogueira?

- Não, eu estou muito triste para isso - ela diz e toma um grande gole de seu refrigerante.

- Sério? Você estava tão ansiosa pra ir - digo já me levantando para ir tomar banho.

- Eu sei, talvez eu apareça lá depois, mas agora eu só quero deitar e comer minha batatas - deixo a Samara lá na cama e vou para o banheiro.

Termino de arrumar e já ia sair do quarto quando a Samara se vira e diz:
- Você vai assim? Ah não Amora, vem cá que eu vou te arrumar. Já que eu não vou você tem que ir por nós duas.

- Como assim? Eu vou me atrasar Sam - digo mas ela parece não escutar e simplesmente me puxa para dentro de volta.

- Não vai não, eu prometo ser rápida - ela começa a tirar todas as suas roupas da mala até que parece encontrar o que procurava - Toma, experimenta isso - ela me estende um vestido florido apertado na parte de cima mas bastante rodado na saia.

- Você acha mesmo que isso vai dar em mim? - pergunto analisando o vestido.

- Só experimenta Amora, se não der eu encontro outra coisa pra você - ela arruma todas as roupas dentro da mala novamente.

- Você não considerou a hipótese de eu usar minhas próprias roupas não? - pergunto antes de entrar no banheiro, só para ter certeza que ela não quer mudar de ideia.

Eu definitivamente não gosto de vocêOnde as histórias ganham vida. Descobre agora