O garoto

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Tudo em minha vida mudou completamente, eu era apenas uma adolescente comum, mas em meu décimo oitavo aniversário tudo começou a mudar, minha vida se transformou completamente.

Quem sou eu? Eu me chamo Jessie, minha vida era até então, um mistério, nunca soube quem era meu pai, até um certo dia, quando um anjo apareceu para mim... Vamos para quando tudo começou...

Era dia 10 de fevereiro de 2015, um dia antes do meu aniversário de 18 anos, nesse dia minha mãe me acordava para ir à escola, era meu primeiro dia de aula e meu último ano no ensino médio, ela me acordou para preparar uma surpresa para meu aniversário (que é no dia seguinte) enquanto eu estivesse na escola. Todos os anos ela faz isso, e eu sempre tenho que fingir estar surpresa. Ela também sempre convida as mesmas pessoas de sempre, o Tom e a Abie que são meus melhores amigos, e também a tia Teresa e o tio Carl, que são irmãos da minha mãe, já que nunca conheci meu pai não nunca veio ninguém da família dele. É sempre a mesma gente, nunca muda nada, não sou de muitos amigos e minha mãe também não, mas sempre levei isso numa boa.

Bom, eu levantei, me arrumei, escovei os dentes e tomei café, dei um beijo em minha mãe e logo sai pela porta, mas ouvi baixinho ela dizendo "se cuida", e logo quando fechei a porta respondi gritando "Tá".

Já chegava na parada de ônibus onde já avistava Tom e Abie me esperando. Sim, moramos no mesmo bairro.

– Tá oito segundos atrasada! – brinca Tom.

– Então na próxima acordo de madrugada para chegar na hora certa! – respondo sarcasticamente.

Esperávamos o ônibus ali, Tom e Abie conversavam, eu não me interessei pela conversa deles, então, sentei ao banco do ponto de ônibus e peguei o celular que estava no bolso da minha mochila, me sentia observada aquele momento, então olhei para frente e ao outro lado da rua vi um garoto parado olhando para mim, fixamente, então desviei o olhar, voltei para o celular, mas aquilo me incomodava, então olhei novamente e ele continuava ali, não me senti assustada, ele não tinha uma aparência ameaçadora, era bonito, tinha olhos azuis, era loiro e forte, ele aparentava ter minha idade.

O ônibus havia chegado a parada onde estávamos, então entramos nele, e ao olhar para janela o garoto não estava mais lá, olhei para todos os lados, mas ele do nada havia sumido.

– Gente, vocês viram o garoto que estava no outro lado da rua? – perguntei a Abie e Tom quando já sentava ao banco do ônibus.

– Que garoto? Não tinha nenhum garoto do outro lado da rua. – responde Abie, ela não parecia estar mentindo, eu sentia a certeza em suas palavras.

Eu não perguntei mais nada, me calei e não falei uma palavra o caminho todo. Chegamos à escola, descemos do ônibus, então fomos entrando, havia muita gente nova, mas vários conhecidos também, afinal estudamos naquela escola a dois anos.

– Você está tão calada hoje, o que houve? – pergunta Abie olhando diretamente para o meu rosto com uma cara de preocupação.

– Estou? Acho que é porque hoje é primeiro dia de aula. – respondo com um sorriso, mas na verdade é que eu só conseguia pensar no garoto que vi mais cedo, não sei o porquê, mas estava pensando nele.

– Ah, bola pra frente, é nosso último ano, temos que curtir e amanhã é seu aniversário, vamos se animar mais. – diz Tom já animado, até parecia que ele gostava da escola, quem via nem imaginava que gazeava aulas.

Eu sorri e já fomos em direção a sala, a nossa primeira aula era de filosofia, era uma aula que eu gosto, mas simplesmente não prestava atenção em nada, só pensava no garoto. Estava tudo normal, até que olhei pela janela e lá estava o garoto me olhando, não sei se me assustei com ele me olhando ou pelo fato dele estar me olhando de uma janela que era no segundo andar, olhei assustada quando, de repente, ele cai rapidamente, então grito: "Meu Deus", e vou rapidamente até a janela, mas não vi nada, a sala toda se levantou para ver o que tinha acontecido, até o professor foi ver, mas não, não tinha nada na rua.

Todos ali acharam que eu tinha feito uma pegadinha, e sabe qual foi meu prêmio? Uma carta de advertência do diretor, meu primeiro dia de aula e eu já havia levado uma advertência, eu não reclamei, não falei nada, nem sequer ouvi as palavras do diretor quando estava em sua presença, eu simplesmente só pensava no garoto, será que eu estava ficando louca?

Era intervalo, todos saiam das sala e iam para o pátio e a lanchonete da escola, até que Tom e Abie vieram até mim.

– O que aconteceu? – perguntou Abie já sentando na mesa onde eu estava.

– Quando eu falei que tínhamos que curtir, você levou bem a sério não foi? – pergunta Tom com sarcasmo.

– Não sei o que deu em mim hoje, eu estou totalmente desligada, nem prestei atenção no que o diretor falou, só recebi a carta de advertência e saí de lá. – digo já mostrando a carta para eles.

– Você bateu meu recorde, advertência na primeira aula do primeiro dia... Parabéns! – diz Tom com mais sarcasmo.

Assisti as três últimas aulas, mas eu mais olhava pra janela naquele tempo que pro quadro. Estava totalmente desligada.

Finalmente nos dispensaram, saímos da escola e pegamos o ônibus de volta pra casa, na rua ainda me sentia observada, mas não via nada, simplesmente acelerei os passos. Cheguei em casa por volta das 12:15, minha mãe havia deixado um recado na geladeira dizendo: "tive que sair, volto provavelmente a noite, beijos". Tirei a carta dela e deixei a minha carta de advertência no lugar...

Olhei para o forno, e lá estava o bolo "escondido", minha mãe havia preparado para o meu aniversário, todos os anos ela sempre escondia lá, eu já sabia onde ela o coloca desde os 9 anos, mas sempre fingi não saber.

Subi para o quarto, joguei a mochila no chão, me deitei na cama e fui ouvir música, fiquei olhando para o teto aquele tempo, até que vi uma sobra, olhei pra janela não vi nada, até que do lado da cama estava o garoto.

– Oi Jessie, não se assuste! – disse ele que logo em seguida ouviu meus gritos.

Entre Anjos E Demônios - Quando Anjos AmamOnde as histórias ganham vida. Descobre agora