parte 2

49 3 0
                                    

Para piorar as coisas estamos na mesma turma e na mesma mesa.
Mas o que é que ele fez agora? Despejou o sumo dele por cima de mim.

- Mas será que não tens olhos na cara?
- Ter até tenho, mas eles não vêem coisas insignificantes.
- Então gostava de saber como é que te vez ao espelho. - respiro fundo. - já viste a merda que fizeste?
- Mas eu não sou o teu pai nem a tua mãe.

Para tudo. Ele falou da minha mãe?
Senti os meu olhos encherem-se de lágrimas.

- O que é que tu disseste? - do perguntei com a voz embargada.

Antes que pudesse responder, Alyssa, minha melhor amiga, apressasse a pôr se ao meu lado e entrega-lhe um papel e antes de se virar diz-lhe "lê isso agora".
Ele abre o papel e assim que o lê a surpresa estampa-se na sua cara e ele arregala os olhos voltando a olhar para mim.
Ele já sabe. É a única coisa em que consigo pensar. Ele já sabe.

- Saiam daqui, todos vocês, agora. - e numa questão de segundos estávamos sozinhos - Eu...

- Nem vale a pena, Zayn. Eu não quero as tuas desculpas e muito menos a tua pena. Agora se me dás licença... - virei as costas. Mais um segundo e eu desabava. E isso era algo que não podia acontecer, não na frente dele.

- Jessie... - chamou-me Virei-me e encontrei-o a fitar-me com culpa estampada nos olhos - Eu sei o que é perdermos alguém de quem gostamos muito. Eu não sabia o que é que tinha acontecido com a tua mãe. Se eu soubesse eu nunca teria tocado no assunto, a sério. - suspirou - Eu realmente peco desculpa por ter dito o que disse. - Agora estávamos ambos a ponto de chorar.

- Zayn, anda cá - fiz sinal para ele se aproximar. Assim que ele ficou à minha frente eu fiz o que tinha que fazer: abracei-o. Ambos precisávamos daquilo. - Posso perguntar-te uma coisa?

- Podes - respondeu baixinho. Ele estava a chorar. E eu também.

- Se não quiseres responder tudo bem, eu percebo. Quem era a pessoa que tu perdeste? - senti-o a apertar-me.

- A minha namorada e o meu filho - Ele ia ser pai?! - nós tínhamos discutido porque eu queria aquela criança e ela não. Então ela saiu de casa e levou o carro. Estava a chover e ela ia a alta velocidade. Eu ligava-lhe, mas ela não atendia. Até que.... - respirou fundo - quando ela atendeu.... No momento em que ela o fez um camião bateu contra o carro dela e ela morreu instantaneamente juntamente com o bebé. Até hoje me culpo por ela estar morta. Se eu não lhe tivesse ligado ela estaria aqui comigo e com o nosso filho. Por isso é que eu me tornei naquilo que sou hoje, para não sofrer por amor.

- Eu também peço desculpa. Julguei-te desculpa. E a culpa não foi tua, okay? Foi do idiota incompetente que não olhou para a estrada. - suspiramos - Sabes que eu estou cheia de sumo, certo?

- Eu sei, mas eu não quero saber, estou bem aqui. Promete-me que não contas nada a ninguém. Tu és a única que sabe disto, nem os meus amigos sabem.

-Prometo. Prometes que não dizes nada sobre a minha mãe?

- Prometo. - olhou para mim com os olhos vermelhos - como é que ela morreu?

- Ela morreu de cancro na cabeça. Sofreu muito quando estava viva. Mas eu acredito que ela agora esteja num lugar melhor.

- Isto é muito estranho - disse rindo - nós odiávamos-nos e agora estamos aqui a chorar abraçados. Que irónico.

- É, a vida da muitas voltas.

- Então, agora somos amigos? Ou qualquer coisa parecida.

- sim podemos considerar-nos amigos.

Imagine com Zayn MalikOnde as histórias ganham vida. Descobre agora