Missões em tempos de destino

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Veronezh, 1 de outubro de 1942.

Arranchados no prédio da prefeitura da cidade de Veronezh, o 1º exército alemão, do general Von Sauller, ocupa tranquilamente a cidade, mantendo apenas posições defensivas na já extensa linha de frente alemã no sul da Rússia.

Para o general Sauller, tudo parece caminhar de vento em pompa, a ponta de lança em Stalingrado já tinha tomado quase toda a cidade, a raposa do deserto, Erwin Rommel, ensandecia os ingleses no norte da África e aquela altura era de se imaginar que o povo de Leningrado já devia estar rezando para que o lago Ladoga congelasse logo e bem forte.

"Ah, mas uma hora vai descongelar e ai nenhum caminhão poderá abastecê-los com comida, só restarão barcos lentos. Um alvo fácil demais pra Luftwafle" – pensava Sauller.

Deitado em um quarto especialmente preparado, o general abriu um sorriso franco, contagiante, daqueles rasgados que irradiam uma vibração angelical.

- Já a algum tempo não te vejo assim, parece especialmente feliz hoje. – sua esposa cobria os seios, querendo puxar assunto antes que Sauller dormisse.

- Nós conhecemos a história Catarina... Hum, Catarina Akamathova? Que nome triste! É mesmo esse nome que você vai usar de agora em diante?

- Sim, sim! - respondeu ela rapidamente com ênfase - por favor, enfim... Não sei, é apenas uma homenagem para Catarina a grande, acho que os russos vão gostar de me chamar assim, e também quero me acostumar logo com esse nome, então é melhor que seja assim.

- Tudo bem. Bem, retomando a conversa, como você sabe, os habitantes de Moscou devem suas vidas a neve que travou o avanço dos blindados, os tanquistas tiveram de passar noites em claro mantendo uma fogueira sobre os tanques para que o óleo lubrificante do motor não congelasse, além de que essas nevascas impediram os voos de observação da Luftawafle, ora, sem o apoio da força aérea tática os comandos ficaram praticamente cegos! Lógico a contra ofensiva coordenada de Jukov tem seus méritos, mas acredite! Isso é tudo, o inverno os ajudou, não há nenhum mistério nisso! Todos nós sabemos que o inverno não vai durar para sempre e além do que, acaso Napoleão não conquistou Moscou? Sim conquistou, mas e dai que ele conquistou? De que adianta conquistar uma grande cidade, que não lhe fornece um grão de trigo?

- Você acha que Hitler não vai mais conquistar Moscou com medo de ver seu exército morrer de fome como o de Napoleão? – interrompeu Catarina.

- Tudo em seu tempo, esta é uma guerra econômica e Hitler sabe disso, por isso os campos cereais de Ucrânia, junto com o petróleo do Cáucaso são tão importantes, depois de realizarmos a conquista do sul da Rússia, avançaremos em direção a Moscou pelo Volga, faremos a junção com as tropas de Von Kuchler, as quais descerão do norte, assim que varrerem Leningrado do mapa.

Sauller pronunciou o nome Von Kuchler com especial orgulho, não porque fosse seu amigo ou admirador, não era nada disso e isso não se dava entre os generais alemães, contudo, Sauller, assim como Kuchler faziam parte da nova turma de generais promovidos por Hitler.

No começo da operação Barbarossa, o fuher tinha deixado as três pontas de lança ao comando dos veteranos da primeira guerra mundial e, verdade se diga, tudo poderia ter se mantido nos conformes, não fosse o recuo em Moscou e a resistência tenaz no cerco de Leningrado, por isso Kuchler vinha conquistar a Leningrado que o general Von Leeb tanto "hesitava" conquistar, Sauller vinha conquistar o sul da Rússia. Depois de Von rundestd ter recuado em Rostov, então seguiria de lá para a tão ansiada conquista de Moscou, coisa que o mestre de blindados, Henz Guderian não tinha conseguido.

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⏰ Last updated: Oct 06, 2016 ⏰

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Madonna CapadóciaWhere stories live. Discover now