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Há sempre aqueles momentos em que, após tanta revolta/tristeza acumulada, é impossível ficar calada. Considero-me uma pessoa pacífica. Não sou daquelas que está constantemente a responder aos pais, não sou a pessoa que gosta de discutir, que discute em vez de falar para ser possível resolver as situações.

Mas, infelizmente, desta vez não fui essa pessoa. Sinto-me frustrada por ter criado aquela discussão. Não me sinto a melhor pessoa do mundo, mas também não me sinto a pior pessoa. Eu só queria transmitir à minha mãe o que eu, os meus irmãos e o meu pai sentíamos. Não transmiti na melhor forma, mas o importante é saber se a minha mãe conseguiu perceber a realidade. Torna-se horrível viver numa rotina onde não haja a atenção da nossa mãe.

"Estás melhor?" Perguntou-me o André.

"Sim, obrigada, a sério!"

"Sabes muito bem que não tens de agradecer." Deitou a língua de fora. "Queres falar?"

"Desculpa, mas agora não..." Suspirei. "Tenho de ir ter com a Raquel. Queres vir?"

"Agradeço pelo convite, mas irei que ter de recusar. Combinei sair com o meu irmão."





"Talvez devia de ter ficado calada." Comento com a minha melhor amiga Raquel.

"Na minha opinião devias de lhe ter dito. Não perante uma discussão... Mas já está feito, Ems, relaxa agora." Tranquilizou-me. "Agora um aparte.... André Silva, wow Ema, tens sorte. Ele é um borracho."

"Menos." Ri-me.

"Olha, sabes onde é que podíamos ir?"

"Onde?"

"Àquele bar do outro dia. Gostei bastante do ambiente e tem muitas pessoas lá."

"Rapazes, queres tu dizer." Ri-me.

"Eu não perco nem um, minha menina. Já devias de saber. Vamos no teu carro, depois deixas-me aqui."

"Tu pensas o quê? Que sou a tua motorista particular?" Resmunguei.

"Está calada e conduz, Emazinha."


Ir para bares com a Raquel, não é nada entediante. Eu adorava gravar todos os momentos e fazer um filme para ela ver as suas próprias figuras.

A Raquel não gosta propriamente de estar presa numa relação. Por outras palavras, ela gosta de relações abertas, mas nem todos são assim. Ela própria acredita que um dia isto irá mudar. É uma rapariga bastante extrovertida e que fica demasiado alegre. (Quando digo demasiado, não estou a exagerar.)

Após entrarmos no bar, perdi a Raquel de vista.

"Baby, vamos tirar uma foto." Pediu-me logo que chegou com um amigo, suponho eu. "Este é o Alex. Alex é a Ema. Agora a foto"

"Ficou tão gira

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"Ficou tão gira." A Raquel comentou. "Alex, não queres ir buscar bebidas?" Perguntou-lhe com um enorme sorriso, obtendo um aceno afirmativo dele.

Tal como disse, esta miúda não perde por uma. É hilariante.

"Daqui a nada o amigo do Alex vem fazer-te companhia." Disse-me.

"Não necessito de tal." Ri-me.

"Esqueci-me que o jogador está de olho em ti. Ups."

"Só sabes criar coisas que não existem, sua enorme."

"Vamos dançar, Ema."

"Prefiro ficar aqui a ver." Afirmei.

"Ou danças comigo ou vais ter de dançar com o amigo do Alex."

"Bora." Disse rapidamente.





Duas horas da manhã e dois minutos.

Neste momento o meu trabalho é conseguir arrastar a Raquel para o meu carro.

"Anda lá Raquel."

"Não."

"Vou deixar-te aqui sozinha, sendo assim!"

"Não eras capaz. Experimenta só." Desafiou-me.

"Já que tanto insistes... Depois não te queixes." Comecei a andar em direcção ao meu carro.

"Ok. Eu vou. Mas com uma condição." Sorriu.

"Estás insuportável, meu. Que condição?"

"Ficar a dormir em tua casa."

"Está bem."

Between fields || A.S PARADAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora