Começo a rezar para que eles não nos sigam, mesmo sabendo que eles iriam fazer isso.

Eu tinha pelo menos um pingo de esperança.

O nosso carro manobra nos sacudindo tanto que Brenda bate a cabeça no vidro da janela e solta um palavrão. Eu sou jogada pelo impacto para o colo de um dos homens que nos acompanhavam.

Levanto a cabeça e olho para ele.

- Me des.. - O carro é jogado para frente com tudo. Estava feliz por usar o cinto de segurança e com raiva por usa-lo, pois o cinto tinha ficado preso no meu pescoço.

- Tira isso Anne - Brenda fala passando suas mãos desesperada para achar o botão do cinto para me soltar.

Ela me solta, coloco minhas mãos no pescoço massageando o local em que o cinto apertou a minha garganta, encaro Brenda e vejo que seu nariz sangrava.

- Anne, epistaxe - Fala apontando para seu nariz.

- Sua puta, até nesse momento você é extremamente profissional. Esquece essa porra e se abaixe, pois estão querendo nos matar – Brenda fala toda histérica.

Olho para Brenda e balanço a cabeça em sinal de compreensão bem devagar. Estava feliz por ser capaz de esconder meu desespero de Brenda, isso é um bônus por você ser uma enfermeira, evitar expor seus verdadeiros sentimentos para não preocupar o seu paciente. Caraio, Brenda tinha razão, estou tanto tempo na minha forma profissional que qualquer momento, lido como se fosse coisas do.... Sou puxada para a realidade quando o carro é lançado para frente novamente.

Só que dessa vez não tive tanta sorte. Meu corpo é lançado para o pequeno espaço dos dois bancos da frente. Sim, fui parar entre o motorista e o seu passageiro.

O motorista me olha com uma cara horrorizada. Mas entendo o porquê, o seu companheiro que estava no banco do passageiro da frente tinha sua testa sangrando, pois ele bateu com força no vidro da frente e acabou rasgando a pele. Não era um corte profundo então não tinha que se preocupar com isso comparado com o fato que estávamos sendo perseguidos.

- Vai ficar tudo bem. Só basta limpar - Falo com a voz trêmula.

- James, nos leva para Homeland agora - O rapaz que estava com a testa sangrando fala colocando a mão na cabeça perto do corte.

James deve ser o motorista.

James resmunga algo baixinho quando o carro morre. Pânico percorre em meu corpo, não, não, não, não.

- Eles danificaram o- Antes que James pudesse completar a frase ele é arrancado do assento do motorista por um homem com roupas largadas apontando a arma para James.

Um gemido escapa dos meus lábios.

- Se gritar leva chumbo. - Outro homem fala aprontando a arma para mim.

Entro em pânico. Estou com medo. Fico calada e escuto Brenda xingar em português, olho pra trás e vejo ela sendo arrancada do carro.

Mãos fortes pegam no meu braço esquerdo e me puxa praticamente rasgando meu braço. Choramingando.

- Calada sua cadela - Levo um tapa.

Sinto minha bochecha esquerda latejar. Lágrimas saem dos meus olhos e percorrem as minhas bochechas. Sinto as gotas passarem na minha bochecha que acaba de ser bofetada latejar.

- Anne - Brenda fala preocupada.

- Calada - Outro homem fala apontando a arma para Brenda fazendo se calar.

4 homens armados.

Cada homem apontava a arma para cada um de nós. Mas tinha um, porém éramos 5: James o motorista, o homem com a testa sangrando e o que estava nos acompanhando no banco de trás, eu e Brenda.

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