Eighteen / ALLISON

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Eu estava tremendo de raiva, mal conseguia segurar meu celular. Quem ele pensa que é? Ele não pode impedir as pessoas de serem meus amigos, não importa se ele conheceu antes de mim, bons amigos não se acha assim tão fácil.

Eu já tinha tentado ligar para ele umas três vezes, finalmente ele atendeu.

— Qual é o seu problema? — perguntei sem lhe dar tempo de dizer algo.

— Oi, maninha. — ele disse, eu pude imaginar o maldito sorriso dele.

— Você não pode impedir o Hayes de falar comigo, qual é o problema em sermos amigos? — perguntei.

— Ele é meu amigo, meus amigos não vão ter contato com você. — ele disse — Agora eu tenho mais o que fazer e...

— Não se atreva a desligar esse celular, Nathan. — eu disse e ele não respondeu, mas também não desligou — Olha, eu sei que temos nossas indiferenças, mas podemos por favor, não envolver nossos amigos?

Meus amigos. — ele disse, seu tom de voz continha raiva, isso dava para perceber de longe.

Nossos amigos. — eu o corrigi — Você querendo ou não, o Hayes e o Nash agora também são meus amigos, então eu acho melhor você lidar com isso.

— Vocês se conhecem há uma semana, nós nos conhecemos há anos. — ele disse rindo — Acha que vai fazer falta?

Aquelas palavras de alguma forma me magoaram, e muito. Senti meus olhos lacrimejarem, mas engoli o choro. Por que eu estou insistindo? Simples, Hayes tem sido um ótimo amigo, me entende e quando eu preciso, sempre está lá, em uma semana ele conseguiu se tornar uma pessoa muito importante para mim, eu não iria perder uma amizade dessa por causa de ciúmes do idiota do meu irmão.

— Não, eu não acho. — eu disse — Sabe o que eu acho? — e eu já estava chorando — Que eu sou uma idiota por não te dizer que sinto sua falta, por te ligar apenas para brigar com você. — minha voz tremeu — Sabe o que mais eu acho? Que você é tão idiota quanto eu, a ponto de não me deixar ter amigos só porque eles também são seus amigos.

— Eu também sinto sua falta... — ele disse.

Senti como se meu coração tivesse partido em mil pedacinhos.

— Se você sente minha falta, é porque você ainda se importa comigo. — eu disse — Então, por favor, não me prive de uma pessoa que só tem me feito bem. Quando ninguém estava ao meu lado, o Hayes apareceu e fez com que eu me sentisse melhor. Quando a mamãe morreu, eu fiquei sem chão, eu não tinha ninguém, você sabe como o meu pai é um homem privado, ele se trancou naquele quarto e nem se quer perguntou como eu estava. Mas aí eu conheci o Hayes, ele me fez sorrir novamente, coisa que ninguém tinha conseguido. Não importa se nos conhecemos há uma semana, ou há um dia, de alguma forma, ele é importante para mim, então por favor... Não afaste ele de mim.

— Okay... — foi a única coisa que ele disse — E-eu... Eu queria ter ido aí.

— Então por que não veio?

— Eu não consegui. — ele disse, sua voz estava estranha, parecia que ele estava chorando — Você lembra a última coisa que eu disse pra ela?

Agora meu coração estava mesmo partido em mil pedaços.

— Eu te odeio... — falei baixinho.

— Exatamente, eu disse que a odiava. — ele disse e com certeza estava chorando — Ela morreu achando que eu a odiava, e eu nem tive tempo de dizer o quanto eu a amava...

— Não se sinta culpado por isso, Nate. — eu disse — Ela sabia que você a amava, e se não sabia, em qualquer lugar que ela esteja agora, ela deve estar ouvindo.

— Eu só queria te abraçar agora... — ele disse — Eu sinto tanto sua falta...

— Então por que me abandonou?

— Você sabe que eu não tive escolha. — ele respondeu — O Vincent mandou eu escolher, ou eu seguia as regras dele, ou eu saía pela porta e não voltava mais. Ele não é meu pai, eu não iria seguir ordens dele. Então eu vim morar com a minha tia.

— Está tudo bem, eu me sentiria da mesma forma. — eu disse — Eu te perdôo.

— Eu só queria ter uma chance de recomeçar com você, de fazer as coisas certas. — ele disse — De ser um bom irmão.

— Você ainda tem tempo. — eu disse dando uma risada fraca.

— Eu vou dar um jeito de te buscar pra passar as férias comigo, aproveitar e trazer você pra conhecer o Hayes e o Nash. — ele disse.

— Okay. — eu disse, eu já não estava mais triste — Eu te amo.

— Também te amo, maninha. — ele disse — Agora eu tenho que desligar, vou sair com uns amigos, posso te ligar depois?

— Claro. — eu disse — Até amanhã.

— Até. — dito isso, ele desligou.

E o que era para ser uma discussão, no fim, acabou sendo algo bom. Eu estava tão feliz, não sabia como explicar. Acho que o que faltava na minha vida, era eu perdoar meu irmão, era isso que fazia eu me sentir incompleta, era a falta dele.

Anny entrou no quarto me assustando.

— Está tudo bem? — ela perguntou rindo, deve ser porque meu rosto está cheio de lágrimas e meus olhos vermelhos.

— Melhor impossível. — respondi sorrindo.

Eu a abracei forte e a derrubei na cama, ela começou a rir da minha animação.

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Espero que tenham gostado
Beijão sz

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