Capítulo - 34.

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*POV ANNE*

Acordei com um raio de sol em meu olho, uma fresta na janela, deixava a luz certeira. Quem dera eu ter essa pontaria.

Levantei, fui até a cozinha em busca de água. Encontrei Nash e fiquei o observando do batente da porta, cabelos úmidos, com um olhar de sono, a cara praticamente enterrada na tigela de cereais.

— Acordada a essa hora? — Ele diz ao me ver.

— O sol tem uma ótima pontaria. — Pego uma colher e me junto a ele.

— Sabe o que você deveria fazer então? — Diz brincando com o cereal que boiava no leite.

— O quê? — Me sento junto a ele e pego sua tigela de cereais, comendo em pequenas colheradas.

— Ir para a escola comigo. — Seu rosto continha um sorriso amarelado.

Respondo com um gemido negativo.

— Ah, Anne, meu primeiro dia de aula, você podia me fazer companhia. — O sorriso é desfeito. Nash segura em minha mão em cima da mesa, o que me tirou totalmente a postura negativa.

— Só porque eu não quero ninguém de olho no MEU namorado. — Com bastante ênfase no "meu".

— Não sabia que era ciumenta, Mary Anne! — Ele me da um selinho e sorri. — Vá se arrumar rápido, vamos nos atrasar.

(...)

Os olhares estão todos voltados para mim. Não sabia exatamente o porquê. Opções:
1- Pela morte da minha mãe.
2- Por está acompanhada do novato.
3- Pela morte da minha mãe e estar acompanhada pelo novato.
Ok, acho que a terceira opção é a mais obvia.

— Meus pêsames. — É o que eu ouço assim que ponho os pés na escola.

Claro que fiquei um pouco incomodada com as pessoas falando isso, não pelo fato delas falarem, pois assim elas mostram que se importam com você, mas me sentia incomodada por me fazerem lembrar do que eu não queria.

Olhares constantes no Nash, que sorri em retorno, ele chama atenção, claro, mas elas não percebem que ele está acompanhado? Dou uma cotovelada em sua costela, e agora ele sorri pra mim.

— Eu só estou tentando fazer amigos. — Diz sem tirar o sorriso do rosto.

— Amigos ou amigas? — Digo emburrada.

— Ah vou provar pra esse povo que você esta muito bem, e que eu estou compromissado. — Então ele leva uma mão a minha nuca, e a outra para cintura.

Nossos lábios se encostam, e estamos nos beijando pela primeira vez em mais de 3 meses. Como eu senti falta disso. Sorri entre os beijos, acho que é a primeira vez que sorrio de verdade em mais de 3 meses. Ele me envolve em um abraço.

— Eu te amo. — Ele cochicha em meu ouvido, o que me faz arrepiar.

— Obrigada, Nash. Eu também te amo.

— Esta melhor agora com todos sabendo que eu sou um garoto comprometido?

Olhei ao redor por um momento, e pessoas nos olhavam, cochichavam, davam sorrisinhos e saiam andando. Eu não voltei a mesma Anne auto-confiante, bonita, que chamava a atenção e tinha a festa mais concorrida da região. E também não voltei aquela garota com medinho de qualquer menino que se aproximava, com medo de ser atacada por um tarado de novo. Voltei uma Anne depressiva, esquisita, que não penteia nem o cabelo, e com um namorado que muita areia pro meu caminhãozinho, ainda por cima.

Fomos atrás dos nossos armários, como o Nash chegou agora, e eu já estava com o meu armário antigo, ficamos longe um do outro.

Cheguei atrasada na primeira aula, bem com a professora de história que não me suportava. Não tenho culpa da aula dela ser muito chata.

— Com licença? — Digo batendo na porta que misteriosamente ainda estava aberta.

Ela me olha com desprezo, a palavra "Detenção" estava na ponta de sua língua. Mas seu olhar virou um olhar de piedade. A palavra foi engolida pela dó. Quero sair correndo nesse instante, até a mais carrancuda das professoras demonstrando exclusividade pelo fato do falecimento da minha mãe, ou talvez seja pela minha aparência, consequente da morte da minha mãe.

— Entre. — Ela rosna.

Olhei para sala, todos me olhando atentos, com o mesmo olhar da professora. Procuro um lugar vazio, e vejo a Scarlett, uma das minhas poucas amigas verdadeiras, apontando com a caneta para a mesa em sua frente.

— Detenção — Sky diz a imitando.

— Como foi a viagem para a Inglaterra? — pergunto cochichando.

— Foi demais cara, lá é muitoooo legal. — Ela diz alto o suficiente para todos ouvirem. — Ainda bem que pegamos a mesma aula de história, não ia suportar isso aqui sem você.

— As duas! Detenção. — A professora não pensa duas vezes antes de falar, pelo jeito ela não teve tanta dó assim.

— Qual é professora? — Sky protesta.

— Detenção! — Era tão engraçado quando ela dizia isto.

Confesso que as vezes eu a irritava apenas para a escutar dizendo aquilo.

Me levantei sem questionar e sai da sala. Sky veio logo atrás.

Alunos que chegavam atrasados ou eram convidados a se retirar da sala, tinham que passar o tempo na detenção, eu ja tinha até carteirinha ali.

Havia umas 20 pessoas na detenção, e infelizmente a existência de uma pessoa, tão irritante quanto ir pra escola, com nome e sobrenome "Allison Benson". E minha sorte só melhora, porque o único lugar que se tem para sentar é atras dela.

Passava pelo corredor das carteiras, até tropeçar em algo e cair. Me levanto olhando para o pé da Ally no corredor, e seu rosto risonho.

— Oops! — Ela diz com um sorriso malicioso.

— Qual é a tua garota? — Pergunto me levantando, só a voz dela ja me irritava.

— Calma amiga, vai fazer o que? Contar para a mamãe? Ah não, espera...

My Brother || Nash GrierWhere stories live. Discover now