Denise Volta a Turquia

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Desci do avião assim que descemos em Bursa, enrolei o lenço que Sevtap me deu na cabeça, o carro estava estacionado e a nossa espera, entrei rápido e os rapazes também, todos bem vigilantes e me senti mais segura e seguimos direto para o hotel Sheraton, o quarto era puro luxo e muito confortável, chamei Bornier, o fiz se sentar a minha frente.

_ Quero que vá as delegacias e hospitais e procure por essa pessoa... _ entreguei o passaporte de Stephan, talvez ele esteja como indigente ou sei lá... Mas quero que tente acha-lo para mim e nesta cidade, quando formos para outra cidade de Fethiye, quero que procure em Sungurpasa... Pode fazer isso por mim?

_ Claro! _ Ele sorriu.

_ Obrigada!

Fiz compras no próprio hotel para levar para a família Unsalan, no dia seguinte acordamos bem sedo e seguimos para Fethiye, a viagem foi longa e tranquila, paramos em frente a casa e olhei ao longe as cabras pastando, era incrível como elas não sumiam da li, desci do carro toda elegante com um vestido bege longo e fresco, mas usando o véu por ser obrigatório naquela região, não era em todos os lugares da Turquia, bati no portão e esperei, depois de dois minutos a porta foi aberta, Sevtap ficou me olhando curiosa e depois abriu um sorriso enorme e me abraçou e me colocou para dentro, deixei os rapazes do lado de fora tomando conta, apenas Bornier entrou comigo, trazendo a cesta de compras e eu as sacolas de presentes, foi um dia de festa, deixei que todos se acostumassem comigo e que fizessem suas perguntas e respondi com tranquilidade, levei foto de meus filhos, a Senhora Mukkades ficou encantada com meus filhos e pouco antes de ir embora fiz o pedido.

_ Senhor Bugra... Eu vim aqui não só para agradecer pelo que fizeram por mim, mas para pedir a permissão de levar Sevtap para a Inglaterra e custear seus estudos e dar um emprego a ela em uma das minhas empresas que herdei do meu falecido marido.

Sevtap enquanto traduzia para ele, chorava ao mesmo tempo, fiquei emocionada com ela, os pais também, mas a mãe não queria deixar, eu estava disposta a leva-la junto para ver que éramos boas pessoas e que apenas queria dar um futuro para ela, no fim à negociação foi difícil e o irmão mais velho iria vir com a gente, por mim estava ótimo, cuidaria dos dois por igual como meus filhos, por fim, fui convidada para dormir ali com eles, não tive como recusar.

No segundo dia estava voltando para o Reino Unido sem noticias de Stephan, me enfiei no quarto e chorei por não ter noticias dele, eu não sabia mais onde procurar e como procurar, não sabia qual nome estava usando, se estava ferido ou se estava morto, seria uma pergunta que me faria para o resto da vida.

Mamãe ficou chocada quando cheguei em casa com aqueles dois adolescentes sorridentes e tímidos, mesmo chocada adorou ter pessoas em casa para dividir aquela solidão.

Na semana providenciei visto de permanência para ficarem comigo sobre minha responsabilidade e trabalharem na fabrica de calçados Dalton, Sevtap ficaria como auxiliar de advocacia e Kaan como auxiliar de produção, queria que conhecesse toda a rotina da fabrica, eu tinha grandes planos para ele no futuro, via que era um rapaz esperto e cheio de vontades.

Mais um mês se passou sem informações, Sevtap e Kaan estavam adaptado em Baldelton, aproveitei para viajar para Chicago e Nova York e Las Vegas para ver como andavam os negócios e ter reuniões e também para ver os amigos, desta vez não levei John comigo, mal teria tempo para ele, pelo menos em casa ele tem a companhia de Julia e sua avó.

Desci em Chicago, Torres estava a minha espera, ele era o único que não me abandonava e sempre arrumava tempo para mim, se não fosse tão apaixonada por Stephan, diria que tentaria ser feliz ao lado dele, amava meus filhos e sempre dava indiretas do quanto gostava de mim, mas era difícil esquecer aquele que arriscou a própria vida para me defender, não que Torres não tenha feito isso, meu coração mesmo pertencia a Stephan.

_ Como você está bonita... _ Torres beijou meu rosto quase no pescoço.

_ Você também está muito elegante... _ passei a mão em seu peito analisando a roupa que usava, estava todo de social em um terno azul marinho, peito estufado e malhado, os cabelos cresceram um pouco, não estava no estilo militar que costumava a usar.

_ Eu tenho que fazer jus a elegância da minha amiga e ex-parceira.

Sorrimos um para o outro e seguimos para fora do aeroporto, meus quatro seguranças nos acompanharam, Torres olhou para traz.

_ Como as coisas mudaram... Você nunca mais ficou sozinha.

_ Melhor assim Torres... Mamãe não iria aguentar mais um sequestro e acho que nem eu, faria questão de me dar um tiro para acabar com isso.

Torres parou de imediato e segurou meu braço e me juntou nele.

_ Não fale uma coisa desta nem de brincadeira...

Torres não parecia normal, estava ansioso e senti isso em sua respiração e na sua voz, engoli em seco, apoiei minhas mãos em seu peito novamente, Torres puxou o ar pela boca.

_ Não vou brincar mais sobre isso... _ Disse olhando em seus olhos, Torres olhava para a minha boca.

_ Senhora!?... Melhor continuar andando... _ Avisa Bornier.

Nos soltamos e seguimos para a Van uma Mercedes Benz, no carro de traz dois seguranças nos seguiram, eu e Torres fomos sentados um do lado do outro.

_ Alguma noticia de Stephan?

_ Nenhuma... Bornier procurou pelas três cidades na Turquia, nenhum sinal dele... _ olhei para as minhas mãos, meus anéis e minha aliança. _ Não sei mais onde procurar.

_ Denise... _ Torres pegou na minha mão. _ quando nos separamos, eu ainda falei para ele que o que estava fazendo soava como uma despedida... Acho que Stephan sabia no que estava se metendo... Acho que tinha consciência de que não sairia vivo.

Fiquei olhando para Torres querendo entender o que queria dizer, meus olhos se encheram rapidamente, segurei o choro, não era hora para isso, respirei fundo, Torres apertou minha mão.

_ Estou disposto a largar tudo Denise e seguir com você... Com as crianças... Stephan confiava em mim e ele sabe o quanto posso te fazer feliz e te proteger.

Sorri grata, mas ainda não estava preparada para deixar Stephan partir do meu coração, desviei o olhar e paramos na frente do restaurante de nossa preferência, olhei para o motorista para esperar, olhei para Torres.

_ Me de mais um tempo Torres... Não estou preparada para me despedir de Stephan... Ainda não! _ Engoli em seco, Torres respirou fundo.

_ Não aguento mais Denise... Está difícil de esperar... _ Torres soltou a respiração com força e soltou minha mão e pediu para Bornier abrir a porta da Van e desceu assim que os seguranças desceram e fizeram uma espécie de cerco, engoli em seco e desci.

O chef Saulo nos recebeu e seguimos para o nosso lugar já reservado pela minha secretária Luiza, nos sentamos e ficamos em silencio, eu tinha decidido que só entraria num relacionamento quando me sentisse pronta e não como um modo desesperador para não ficar sozinha, e muito menos pressionada como foi com Peter, mal o conhecia e me casei tão rápido que quase enlouqueci e quase morri por ser a esposa de um traficante e dono de um Cartel, Torres não era nenhum destes homens, mas me pressionava para ficar com ele; peguei o cardápio e dei uma olhada.

_ Diga ao Chef para nos surpreender... _ Pisquei para o garçom e sorri.

_ Traga o melhor vinho da casa para acompanhar a sugestão do chef. _ Disse Torres.

_ Muito bem!... _ Fiquei orgulhosa do meu amigo, sorrimos um para o outro.

O almoço foi tranquilo e não tocamos sobre o assunto de ficarmos juntos, seja o que Torres decidisse, eu aceitaria, mas no momento não podia ficar com ele e com ninguém; de lá nos separamos e fui para o hotel e ele foi trabalhar, ficaria essa noite em Chicago, no dia seguinte para Las Vegas e Torres iria se encontrar comigo em Nova York para uma conferencia de segurança, eu iria trabalhar e assistir a palestra.


O Assassino que me amavaWhere stories live. Discover now