Colégio interno

Capitulo 5

Sinto algo me cutucando no braço, abro os olhos lentamente.

-Anda Alaska, chegamos. O diretor está nos esperando para apresentar a escola.

-Eu odiaria deixá-lo esperando -digo com ironia tirando o cinto

-Finja que é educada uma vez na vida -minha mãe diz enquanto eu saio do carro

Nos encontrávamos na frente de um prédio enorme e antigo. Pelo que eu pude notar eram cinco andares, e ele fazia uma espécie de meia lua. Havia um pequeno jardim em frente, e na entrada duas enormes portas, em que podia-se notar duas figuras.

Ao chegar mais perto pude vê-los com clareza, um homem de estatura média, calvo, muito gordo, e provavelmente mais velho que a minha avó; e um garoto que aparentava por volta da minha idade, cabelos negros, olhos azuis profundos, alto, casaco de time, provavelmente futebol ou basquete, e com uma cara de quem não queria estar ali.

-Bom dia! A você deve ser a senhora Oliver, estou certo? -ele diz sendo simpático para a minha mãe e estendendo a mão

-Isso mesmo, e essa é a Alaska, minha filha. -minha mãe diz assim que solta a mão do homem

Eu, ainda com os fones, apenas encaro o homem de cima a baixo e pego um chiclete.

O menino começa a me olhar com um certo interresse.

-Senhorita? Chicletes não são permitidos aqui -ele diz com um sorriso forçado

-É mesmo? -o olho com ironia e faço uma bolha com o chiclete

-Alaska querida vá buscar a sua educação no carro -minha mãe diz

-Nossa acho que eu a esqueci em casa, uma pena né vou ter que passar a semana toda sem ela. Mas não se preocupe pego ela no final de semana quando eu for expulsa e voltar pra casa-minha mãe apenas revira os olhos e me ignora

-Então Rick, depois eu passo aqui para terminar de acertar todos os documentos -minha mãe diz e o diretor parece um pouco incomodado pela forma que minha mãe o chama- Alaska se comporte, suas coisas já foram pro seu quarto- ela me abraça e sai

Ficamos os três calados, até o momento que minha mãe entra em seu carro e dá a partida

-Então Alaska -faço uma bolha- como eu já disse chicletes não são permitidos

-Ah é? -ele ascende- e quem vai me impedir? -continuou mascando

-Não queira se meter em encrenca logo de cara

-Eu faço o que eu quiser- digo com raiva -quem é o engomadinho aí? -balanço a cabeça em direção ao menino que até agora não se pronunciará

-Alaska esse é Jake, Jake essa é Alaska

-Vai me dizer o porquê de eu estar aqui agora? -o menino se pronuncia pela primeira vez

Sua voz é grossa e rouca, daquelas que dá vontade de ouvir o dia todo sabe?

-Olha, o engomadinho sabe falar -digo com deboche

-E pelo visto você não sabe parar -ele diz no mesmo tom que o meu

-Olha só garoto você fala direito comigo -digo avançando um passo em sua direção

-Por que? Vai morder minha canela? Dar uma cabeçada no meu joelho? Nem meu queixo você alcança guria se enxerga. -ele avança um passo também.

Era nítido a grande diferença de altura entre nós dois, mas eu não ligava.

-Posso não alcançar teu queixo, mas sabe o que eu alcanço? -digo parando em sua frente e lhe dando um chute com força no saco

Ele geme de dor e cai de joelhos

-Parece que agora quem deve se preocupar com aquela mordida na canela sou eu, não é mesmo? -digo sarcástica

Ele me olha com raiva, e então Rick decide finalmente se intrometer

-JÁ CHEGA -ele se coloca no meio de nós dois e ajuda Jake a se levantar -tudo bem? -Ele se vira para Jake e o mesmo ascende -como eu estava dizendo, bom parece que vocês herdaram o mesmo temperamento.

-HERDARAM? -Gritamos juntos

-Sim, herdaram. Bom Alaska de apresento o seu meio irmão.