Cap. 4: Eva, la femme fatale

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Nota da floresta 3: Você nunca está sozinho nela.

Eva estava abrindo seus olhos e colocou sua mão onde sua cabeça estava dolorida, tudo ao seu redor girava. Em seguida, pegou a faca que estava no chão, que antes se encontrava em suas mãos.

O ar frio fazia suas pernas tremerem, havia vários cortes nela sob o seu vestido preto, provavelmente causados pelos galhos. Ela não estava mais no meio do poço, estava na floresta, sozinha. Ela olhava ao redor desesperada tentando achar pelo menos um de seus amigos.
– Mae? Helena?... Theo? – gritou ela.
Sem resposta.

Neste momento, ela ouviu movimento na floresta, algum animal selvagem, ou quem sabe o dono da mochila, pensou. Precisava se esconder, ali ela era uma presa fácil. Fez esforço para se levantar e com sua visão ainda embaçada, começou a procurar por um esconderijo.

A floresta era bem escura. As coisas estariam mais fáceis se ela estivesse com a lanterna, mas agora, ela precisava trazer o menos de atenção possível para si mesma, estava sendo caçada.

Em meio às árvores, ela avistou uma pequena cabana de madeira, mesmo insegura, ela se encaminhou até ela. Não era a opção mais segura, mas era a única que tinha. Ao chegar na porta, antes que tentasse fazer alguma força para abri-la, ela nota que ela já estava aberta.

Eva foi entrando na cabana. Ela tinha um chão de madeira que rangia, e a fez lembrar da ponte em que ela, Mae e Theo estavam mais cedo. Ah, se eu pudesse voltar no tempo e nunca entrar nessa floresta a noite e bêbada novamente, pensou ela. No entanto, ela não estava tão certa se ainda estava naquela floresta, já que a única coisa que ela vira antes foi aquela forte luz e a insuportável dor de cabeça. Talvez ela tenha morrido e estava no céu, pensou. Mas já que o assunto era Eva, provavelmente não era para o céu ela seria enviada.

A cabana estava escura e ela não conseguia encontrar o interruptor, mais uma vez sentiu falta da lanterna que agora provavelmente estava nas mãos de Lip. Uma vela estava acesa em uma mesa onde pareceria ser a cozinha, junto a uma garrafa de vinho e um copo cheio. O desespero nela aumentou. Alguém estava ali. Ou será que esperava por ela? Por mais que estivesse morrendo de sede e a ideia de tomar aquele copo de vinho fosse fascinante, ela sabia que nada estava certo com aquele lugar.

A vela iluminava bem o local onde a mesa se encontrava, se aproximando dela, Evangeline encontra um espelho. Ela estava completamente suja de terra, seu cabelo bagunçado com folhas nele, sua maquiagem borrada e suas pernas finas e pálidas, cortadas. Por um momento ficou pensando em sua beleza, e como isso afetava os outros ao seu redor. As mulheres queriam ser como ela, e os homens a queriam. Mas nenhum deles chegara a conhecer a verdadeira Evangeline, além de Helena, Noah e Theo. Não que ela não gostasse de seduzir os homens e invejar as mulheres, mas só que ela sabia que existia algo de bom nela.

Sua relação com seu irmão não era a das melhores, mas ela sabia que se ela caísse, ele estaria lá para segura-lá. Noah, seu ex, se tornou seu melhor amigo. Com ele e Helena, ela já havia enfrentado diversos problemas, como sua instabilidade emocional e sua família problemática. E Lena... Ah, a Lena! Eva e ela são amigas de longo prazo e Evangeline nunca pensara em viver sem ela. As duas já fizeram vários planos de viagens e como seriam o casamento de cada uma, e que elas estariam uma do lado da outra nos momentos mais marcantes de suas vidas. Eva queria que Helena estivesse aqui na cabana com ela, apenas um abraço já aliviaria toda a tensão e confusão que está nela.

Antes que ela pudesse refletir mais sobre seu passado, ela houve um barulho vindo da porta. Pareciam garras arranhando a porta de madeira. Ela foi até a sala principal para procurar alguma coisa, como uma cadeira, para segurar a porta. Pegou a vela e seguiu em frente.

Evangeline chegou a sala, mas uma coisa a deixou aterrorizada. No sofá, havia o corpo de homem aos pedaços, que parecia ter sido comido por algum animal selvagem. Suas mãos começaram a tremer e ela derrubou a vela, que caiu em seu pé e o queimou, ela se segurou para não gritar.

Segundos depois a porta se abre violentamente e o animal entra na casa. Seu coração batia tão rápido que parecia que sairia pela sua boca. Ela segurou a faca fortemente enquanto ela começava a sentir falta de ar.

Evangeline tentou se acalmar e dar o primeiro passo para tentar achar algum lugar para se esconder do animal. Quando ela dá ele, o piso range. Maldito piso de madeira. Ao ouvir o barulho, o animal, que parecia com um lobo, corre ferozmente em direção a ela e a derruba no chão. Ele crava sua garras no braço da menina e abre sua boca perto de seu rosto mostrando seus diversos dentes afiados.

Dominada pela adrenalina, ela enfia a faca na barriga do animal, que após tentar relutar, cai com força no chão ao seu lado. Ela se levanta do chão e continua a repetir o ato várias vezes, cada vez com mais força. Ela sabia que ele já estava morto, mas não conseguia parar. Talvez fosse a raiva ou o desespero, enquanto suas mãos e seu rosto ficavam completos de sangue.

Ela finalmente se cansa e larga a faca e olha, paralisada, para o corpo do animal. Ela não acreditava no que acabara de fazer. Sabia que estava apenas se defendendo, mas a ideia de ter matado algo, era assustadora. Ela desmorona no chão da sala, e começa a chorar escandalosamente, junto aos dois corpos mortos dentro daquela casa.

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