CAPÍTULO 99

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Depois de trazer minha mãe para casa, passei toda a tarde e noite conversando com ela. Ela parecia outra pessoa, estava mais sorridente, mais comunicativa e bem mais feliz. Jantei com o sorriso no rosto o tempo todo, nada iria tirar minha felicidade, eu estava me sentindo nas nuvens, por ver minha mãe feliz e por estar namorando a Belle. Às vezes me pegava sorrindo igual a uma maluca enquanto pensava nela e quando minha mãe perguntou o motivo lhe contei tudo o que havia acontecido comigo nos últimos dias e ela surtou comigo dizendo que sempre suspeitou o fato de toda a minha vida eu não ter comentado sobre um garoto dentro de casa. É... Minha mãe já sabia que eu era lésbica sem precisar ao menos abrir a boca.

Contei a minha mãe sobre a Belle me chamar para morar com ela em Londres e por incrível que pareça ela amou a ideia. Ela me disse que eu precisava sair um pouco desse lugar que só me fez sofrer. Contei a Belle pelo o telefone e ela gritou muito no meu ouvido dizendo que eu iria amar Londres, e que nós seríamos muito felizes lá.

Finalmente depois de tanto tempo eu seria feliz, seria feliz de verdade.

No dia seguinte fui totalmente disposta à escola. Coloquei meu all star, com minha calça jeans rasgada e minha blusa branca de mangas longas e já que estava um pouco frio coloquei minha beanie da cor vermelho escuro que realçava com a cor dos meus cabelos e saí saltitando pelas ruas soltando fogos colorido no céu.

- Que dia mais lindo!

As cores de azul e roxo pintava o céu, os pássaros cantavam felizes e eu parecia um filhote de canguru saltitando pela rua em direção a escola. Meu coração estava feliz, eu estava feliz, minha mãe também estava feliz e a única pessoa quem eu queria ver era a minha namorada.

Namorada... Incrível como as coisas mudam.

Ao entrar na sala de aula ouvi um cochicho entre os alunos e prontamente virei um mestre em leitura labial. E pelo o que consegui entender havia um boato que envolvia o garoto idiota do segundo ano, um boato que dizia que ele estava com uma doença, e que quem chegasse próximo a ele ficaria com a mesma doença.

Estranhei tudo aquilo.

-O que está acontecendo?

Belle ainda não havia chegado e eu estava ansiosa a sua espera, mas mesmo assim fiquei tentando obter mais informações.

O garoto dos boatos era o mesmo que havia espalhado para todos que eu tinha uma doença contagiosa, acho que a maldição retornou para quem o lançou.

Depois de alguns minutos Belle chegou a sala sorridente e saltitante, veio correndo até mim e me beijou nos lábios na frente de toda a sala.

As pessoas olhavam para nós com espanto e eu só queria me esconder ou enfiar minha cabeça debaixo da terra mesmo.

-O que foi?

Ela perguntou sorridente para mim.

-Você me beijou... Na frente de todos. Não está com vergonha?

-Não. Você também não deveria estar. Afinal sou sua namorada. Não sou?

-É sim, mas...

-Isabelle! Você enlouqueceu? Essa ruiva transmite doença, você quer pegar também?

Uma garota loira e irritante falou.

-Se ela transmitisse alguma doença eu já teria pegado há semanas atrás. Você não acha? Acho que deveria se preocupar mais com o seu amiguinho do segundo ano, tenho certeza que a doença dele é contagiosa, eu já vi acontecer.

Ela falou numa inocência e foi aí que tudo fez sentido pra mim.

O professor entrou na sala e aula foi normal até o momento que chegamos ao refeitório e todos estavam correndo do garoto, ficando longe dele o máximo possível.

-Você fez isso!

-Fiz o quê? Declaro-me inocente!

-Você é má!

Comecei a rir vendo o desespero do garoto querendo se aproximar dos seus colegas enquanto eles corriam dele.

-Ele precisava de uma lição. Ninguém mexe com você.

Ela disse beijando meu rosto e me abraçando suavemente sem se importar com as pessoas ao nosso redor. Meu coração doía de tanta felicidade, acho que nunca havia me sentido assim.

-Obrigado...

Falei prendendo meu choro e ela riu fofo me beijando novamente.

-Não por isso.

-Vai deixá-lo sofrendo por quanto tempo?

-Você quem sabe.

-Hum... Até que é engraçado... Alguns dias, semanas, meses talvez até anos... Quem sabe?

Falei rindo tampando minha boca com as mãos.

-E eu que sou a má aqui?

Algumas meninas chegavam perto de mim, conversavam e algumas até tocavam meu ombro enquanto falavam e eu só podia agradecer a ela.


A dona do meu coração - Romance LésbicoWhere stories live. Discover now