de volta ao PASSADO

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-Adam Nobel

   Mais um dia se passou, Luísa ja estava aos meus pés, era exatamente como eu queria, submissa, implorando pelo amor de um Nobel.

-------- Oi Adam... - se aproximou - Onde vai?
-------- Vou dar uma volta! - passei por ela com frieza.
-------- Uma volta..? - correu até mim - Eu... - interrompi.
-------- Boneca, preciso de espaço! - (um tanto grosso)
-------- Tudo bem... - se afastou, me dando passagem para seguir - Espera! - gritou me fazendo parar - Eu fiz alguma coisa de errado!?
-------- Luísa! Eu tenho mais o que fazer! - sai da casa à deixando de boca aberta, acho que ninguem jamais havia falado daquela maneira com a filha dos Fortineli. Um pouco de amor, um tanto de desprezo e então uma garota nas mãos para sempre.

  Passei o dia fora (propositalmente)
  Quando voltei já era tarde, havia um carro estacionado em frente a casa. Um homem e um garoto estavam fora do veículo, porem também tinha alguem do lado de dentro, esse alguem estava de touca me impedindo de ver e distinguir quem era.
  Me aproximei lentamente porem acabei sendo surpreendido por Luísa que correu em direção ao rapaz. A mesma o beijou ferozmente e sorriu.
  Me escondi atrás de uma pilastra, me concentrando em apenas observar. Aqueles rostos eram conhecidos, porem estava difícil reconhecê-los do lugar onde eu estava.

------- Nick! - voltaram a se abraçar - Eu sinto muito... - se olharam - Sinto muito mesmo.
-------- Tudo bem Lu... - tentou sorrir - Tio Robert, posso ficar aqui? - o mais novo olhou para o homem que abastecia o carro.
-------- Tudo bem, mas amanhã quero você em casa... Se sua mãe descobrir que te deixei longe de mim, estamos mortos! - sorriu.
-------- Obrigado... - o garoto voltou a olhar para Luísa - Uma noite é melhor do que nada...  - de dentro da casa mais pessoas sairam, a dona do lugar e Joe, o melhor amigo de Luísa.
-------- A família Jackson! - Marta Fortineli se aproximou dos dois rapazes e os abraçou.

Família Jackson!? O que esses malditos fazem aqui!?

  A familia inimiga dos Nobel's na cidade? Ah não! Hora de acabar de vez com isso!
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  Quando dei por mim, todos já haviam entrado na casa. Eu precisava honrar o nome da minha família, a oportunidade estava em minhas mãos... E Luísa seria o meu caminho.
  Caminhei em direção a entrada porem assim que me pus a subir os pequenos degraus até a porta uma voz me chamou, me fazendo virar novamente para trás.

-------- Ei garoto! - olhei para o carro e o vidro se abria, uma garota apareceu. Seu rosto angelical, seus olhos verdes e seus cabelos negros levemente cacheados, me deixaram paralisado. Algo em mim se aquietou, minha respiração mudou o ritmo,  assim como meu coração que voltou a bater com força.
-------- Sabe se nessa droga de lugar existe telefone!? - sua voz me fez voltar a realidade.
-------- É... - tentei focar em sua pergunta - Sim... No fim do corredor.

  A garota saiu do carro, uma garota baixinha, marrenta e linda. Que se escondia por trás de blusas longas e  escuras.

--------- Se quiser eu... - me interrompeu.
--------- Tudo bem. Eu posso achar sozinha! - passou por mim, espalhando seu  perfume, logo após entrou.
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  De volta a casa, a aproximação do tal garoto me deixava irritado. Luísa olhava para ele com paixão, e o mesmo não à soltava por nada. Joe tambem os olhava com ódio, analisando todo o cenário uma ideia surgiu. Algo que atingiria todos de uma vez só, algo que ficaria marcado na historia de Fortineli's e Jackson's.
 
-------- Isso aqui é uma droga Débora! Tio Robert parou na casa de uns amigos da familia e até agora não foi embora! Ah que ódio! Pensei que sair de New York me faria esquecer, mas a realidade é que esta me deixando pior! - (olhei para tras me deparando com a garota do carro, a mesma falava ao telefone com uma outra que parecia se chamar Débora) - Sei que a escolha foi minha... Mas, ah! Eu só quero morrer! O Nicolas esta feliz e isso é bom... Mas eu não estou! Chicago é um inferno... E eu odeio isso... - (sua voz começava a falhar, acho que a mesma tentava não chorar) - Rick!? Não! Não quero falar com ele... - (voltou a falar) - Débora, não quero envolver ele nisso... Ele é bom demais para mim... Estou muito confusa, e Rick não merece sofrer por bobagens minhas... - (se calou para ouvir) - Diga a ele que eu não o amo! - (levou as mãos até o rosto, enxugando as  lágrimas) - Sei que sabe que é mentira! Apenas diga! Mande ele seguir sem mim. Vai ser melhor... Ele terá chances de ser feliz.
------- Katherine! - a voz do homem mais velho que os acompanhava soou vindo da sala - Vamos querida...

Katherine... O nome da garota era... Espera! Que droga é essa Adam!?

-------- Tenho que desligar... Te ligo mais tarde para lamentar minha desgraça... - (seu sorriso) - Também te amo! - desligou.
  Seu olhar se voltou para mim.
------- Ta olhando o que!? - (garota atrevida!)
------- Dia difícil, gatinha?
------- Muito! - sorri - Nada que seja da sua conta! - passou por mim e desapareceu ao entrar na sala.

  A garota e o tio foram embora, vê-los partir fez com que algo em mim se atiçasse, obviamente algo sem importância. Nunca mais eu veria aquela menina, então que se dana-se aquilo que estava a me corroer.
Voltei a me concentrar em Luísa e no tal Nicolas, duas vitimas fáceis. Olhei para Joe e o mesmo se levantava e seguia para o quintal. Não resisti e acabei o seguindo.
  Atravessei uma portinha de vidro e encontrei o garoto olhando a paisagem ao longe.

------- Vejo que não vai com a cara desse tal Nicolas Jackson... Não é mesmo!? - Joe se assustou e se virou para mim, seu olhar estava tomado pela raiva, e seria essa raiva que eu usaria.
------- O que quer Adam!?
------- Eu..? Nada... - sorri - Nada além de te ajudar.
------- O que?
------- Sei que gosta dela Joe... - o mesmo me olhou surpreso - Mas Luísa te vê apenas como um amigo não é?
------- Ela tem namorado! E eu respeito isso! - rebateu minha tese.
-------- Aquele garoto ali!? - ri - Fala serio, olha só para ele... Acha que ela merece algo assim!? Não! Ela merece algo como você... - sorri.
------- Aé!? E não era você quem dava em cima dela!?
------- Eu? Luísa não faz o meu tipo de garota! Mas faz o seu.
------- Por que acha isso!?
------- Não importa! Apenas saiba que se quiser tê-la, terá de tirar o garoto Jackson do caminho.
-------- O que!? Mata-lo? Não! Ficou louco? - (garoto tonto)
-------- Não! - me aproximei - Mas fazer com que eles terminem!
-------- Isso deixaria Luísa triste! E a última coisa que quero é ser o motivo para isso! 
------- Deixe de ser tonto Joe! - respirei fundo e tentei não socá-lo - Quando eles terminarem você será aquele que consolará o coração dela... Entendeu!?
-------- Isso não é certo... - (ah, garoto burro!)
-------- Tudo bem, continue sendo apenas o "amigo" da Fortineli, quem sabe ela não te chama para gravar a transa deles hoje a noite! - me afastei, e virei para sair. Era agora ou nunca! Esse idiota, não deve ser tão idiota a ponto de não aceitar minha proposta...

-------- Tem certeza de que esse seu plano dará certo? - me voltei para ele.
-------- Absoluta.
-------- O que tenho que fazer!? - sorri.

  Expliquei exatamente o plano, óbvio sem contar minha surpresinha.
  Voltei para dentro e o grude de Fortineli e Jackson me enojou. Portanto acabei interrompendo-os.

------- Nicolas, estão precisando de você lá fora! - fiz com que os dois me olhassem.
-------- Ele é visita! - Luísa respondeu arrogante.
-------- Diz isso para a sua mãe! - revidei (claro que tudo não passava de uma grande mentira, porem tirá-lo da sala por alguns instantes me daria tempo suficiente para começar minha vingança).
-------- Tudo bem... - Nicolas levantou - Eu já volto! - beijou Luísa e saiu de cena.
  Esperei ele cruzar a porta e então me voltei para a garota.

-------- Temos que conversar! - a peguei pelo braço a levantando do sofá.
-------- O que? - tentou se soltar - Me solta! - se debateu - Adam! - entrei em um dos quartos vazios e tranquei a porta.
------- Que droga é essa!? - Luísa se soltou.
------- Por que não me disse que namorava!?
-------- Você não me deixou falar!  - retrucou.
-------- Ah sim... Estava ocupado de mais beijando a sua boca e te levando a loucura que nem passou por minha mente que você namorava! - (acabei sendo irónico) - Era você que tinha de ter me parado!
-------- Desculpa... Foi um deslize. - abaixou o tom de voz.
-------- Eu devia contar para o seu querido Nicolas... - sorri - A namoradinha dele não passa de uma vadia.
-------- O que!? Vou te mostrar a vadia seu... - parou - Não conta nada, por favor... Eu amo o Nick! Você vai destruir nossas vidas! Adam... Por favor, eu imploro... Não fala nada para ele.
-------- Claro, não quero destruir a sua vida boneca... - alisei seu rosto, enchugando suas lagrimas - Mas, tenho uma condição.
-------- Condição!? - me olhou surpresa - Que condição!?
-------- Diz o que sentiu quando ficamos a sós?
-------- O que?
-------- Diz Luísa!
-------- Foi a melhor noite da minha vida! - sorri - Satisfeito? - balancei a cabeça como um não, sinal para ela falar mais - Eu não trocaria aquela noite por nada!
-------- Nem pelo Nicolas?
-------- Adam! - me fiz de sério - Nem por ele... - sorri.

  Discretamente levei a mão até o bolso e desliguei o gravador.
-------- Boa menina... - alisei seu belo rosto e beijei o canto de seus lábios - Ainda sim é uma vadia! - me virei e então sai do quarto.
  Luísa me seguiu, porem no momento que tentou se aproximar de mim, Nicolas apareceu e a mesma não pode fazer nada.
  Subi para o segundo andar indo em direção aos quartos, segunda parte do plano, em processo [...]

> uma suicida e seu psicopata <Onde as histórias ganham vida. Descobre agora