No castelo era pior

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Erick seguia com Samael destino ao vale de Arnon, seu trajeto seria bastante cansativo, dessa vez não tinham a intenção de parar em nenhuma cidade ou qualquer outro lugar. Seria cavalgar sem olhar para trás, parando somente quando fosse necessário para descansar, somente isso e nada mais. Samael dissera ao príncipe que precisavam apressar as coisas, pela multidão que cercava o escolhido, logo iriam acontecer coisas grandes, e ele precisava estar por perto caso ele precisasse. Queria terminar logo a missão de ir ao amaldiçoado castelo no vale de Arnon e voltar para acompanhar o salvador do mundo.

Erick não havia engolido muito bem a entreolhada de Samael e aquela pessoa na praça, mas não tinha muita opção, depois da pequena demonstração de poder que aquele cara a seu lado dera, talvez ele pudesse fazer algo para ajuda-lo, algum encantamento ou poder que pudesse derrotar a monstruosidade que ocupa o antigo reino de seu pai. Foi justamente no momento em que estava pensando em seu pai que Erick sentiu uma forte pontada em seu coração. Parou o cavalo e desceu ofegante, quase sem respirar, era uma dor intensa, e ele sabia que estava ligada à sua família, poderia não ter certeza, mas sua intuição dizia isso claramente para ele. Samael perguntou se estava tudo bem, ele respondeu que sim, e sem prolongar o assunto, subiu em seu cavalo novamente.

Os dois seguiam em um ritmo frenético com o intuito de chegarem logo ao castelo, mas Erick já não estava tão concentrado assim a esta missão, sentira que estava acontecendo alguma coisa em sua casa e isso o incomodava, ele não conseguia parar de pensar. Após alguns dias árduos de caminhadas intensas em um ritmo acelerado, Samael para em um local plano e começa a armar acampamento.

O príncipe pergunta o que ele está fazendo, precisavam continuar a caminhada, o amigo diz ao príncipe que estava tudo bem, deveriam descansar ali porque no dia seguinte ao anoitecer estariam no castelo e ambos precisariam estar com todas suas energias em força total, afinal, o inimigo a se enfrentar era uma criatura monstruosa a qual ninguém jamais sobrevivera.

Erick concordou e foi fazer algo para os dois comerem, pegou também um pouco do vinho que colocara nos mantimentos que pegaram em Jerusalém. O intuito era poder relaxar e dormir bem. Ele estava preocupado com seus sentimentos, como se não bastasse, assim que caiu no sono o príncipe começou a ter mais um de seus sonhos.

Era como se ele houvesse acabado de acordar ali mesmo no acampamento no dia seguinte, mas não conseguia encontrar Samael, encontrara apenas rastros de sangue por todo o lugar, e foi seguindo a trilha até chegar em uma montanha. Ele reconhecia todo aquele caminho que vinha seguido de uma planície onde estava o castelo.

 Ele reconhecia todo aquele caminho que vinha seguido de uma planície onde estava o castelo

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Assim que fez todo o trajeto ele pôde perceber que a paisagem de destruição mudara, agora ele só conseguia enxergar poças de sangue no caminho, enormes poças de sangue que tomavam conta de todo aquele lugar. Ele continuou seguindo os rastros que levavam até a porta do castelo, ao subir os degraus da escada, a porta estava fechada e existia uma escrita de sangue nela, lá estava escrito, seja bem-vindo.

Quando Erick pensou em abrir a porta levando a mão até a maçaneta, ela se abriu, e pelo pequeno vão ele pode enxergar dentro do castelo. Pôde avistar a figura de um homem, mas era um homem comum, não era possível que a monstruosidade tão temida não passasse de um simples ser humano. O príncipe passou pela porta com essa dúvida, entrando no castelo. A figura humana que estava sentada em uma poltrona no meio do saguão ergueu seus olhos na direção do príncipe percebendo sua presença ao entrar no castelo.

- Veja só o que temos aqui. Finalmente vou conhece-lo. – A criatura falou em um tom sereno, quase de deboche.

- Quem é você? O que faz aqui?

- Realmente essas perguntas devem te martirizar, não é mesmo príncipe?

- Eu quero respostas. Não acredito que você tenha causado toda essa destruição.

- Não só pode, como deve acreditar. Se você não viesse aqui, iria presenciar pessoalmente minha fúria, destruindo o novo reino de seu pai.

- O que você quer da gente?

- Dele nada, apenas de você agora. Sua linhagem foi escolhida, preciso de você para um plano que tenho.

- Que plano é esse?

- Essa resposta você só conseguirá amanhã, quando estiver realmente aqui.

Olhando agora para a face da criatura Erick sabia que não era humana, não poderia ser, seus olhos eram vermelhos como o sangue e seu olhar era o de um predador faminto. A sensação que tomara conta do corpo do príncipe era a de que ele seria a presa que mataria a fome da sedenta criatura, mas quando ela levantou da poltrona em que estava, o príncipe acordou de seu sonho.

O príncipe acordou no dia seguinte sozinho como em seu sonho. Sem perder tempo juntou todas as coisas e colocou-se a seguir a trilha que havia sido revelada na noite anterior. Essa jornada mudaria a vida de Erick para sempre, ele estava chegando em seu ápice, seu destino final. Depois de derrotar a criatura, seria voltar para casa e ser feliz.

Chegando na planície que dava para ver o castelo de longe, ele encontrou-se com Samael que estava o aguardando ansiosamente.

- Acho que os ventos estão soprando a nosso favor. – Comentou o amigo. – Não se assuste com essa paisagem de morte, sairemos daqui vencedores.

- Não se preocupe, já vi essa imagem coberta de sangue tantas vezes que me acostumei.

- Então vamos seguir em frente. Hoje você recuperará o castelo amaldiçoado.

- Claro! Vamos.

Eles caminharam entre as inúmeras marcas de sangue ressecado pelo tempo que existiam pelo caminho até a chegada no castelo. Depois de alguns metros de caminhada, estavam os dois diante da escada que era a entrada para o castelo. Na porta, o príncipe pode enxergar a mensagem escrita com sangue, assim como vira em seu sonho. Sejam bem-vindos, era o que dizia. Samael não pôde seguir com o príncipe, existia uma espécie de encantamento, uma barreira que não deixava ele subir. Ele pediu para que Erick trouxesse a criatura para o lado de fora, acabariam com ela juntos.

O príncipe confirmou com a cabeça e subiu as escadas, estendendo a mão até a porta, assim como em seu sonho, ela se abriu sem que ele à tocasse. Ele atravessou a porta, e la estava a figura sentada o aguardando assim como havia acontecido no sonho.


A maldição do discípuloWhere stories live. Discover now