Doce Rebeldia - parte 2

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— Essa é a moto da minha mãe! Não vou deixar ela aqui, porra! —Grito.

O estrondo da porta do carro batendo me pega desprevenido. Meu pai não é um homem violento, muito pelo contrário, por isso me surpreendo ao ver raiva em suas feições.

— Não sei mais como agir com você, Jason! — ele diz se aproximando de mim. —Há uma semana foi pego fumando maconha...

— Ah, pai, como se você nunca tivesse feito isso quando era jovem.

— Sim, eu fiz, mas não é a isso apenas que estou me referindo, Jason. É a tudo. Você era um bom garoto. Tirava boas notas, respeitava as pessoas... agora parece um... selvagem... se metendo em raxas, brigas. Quero que volte a ser aquele menino, filho.

— Sim, eu era um bom garoto, pai, e veja o que me trouxe de bom, minha mãe me abandonou — digo, magoado. — E você nem liga...

— Você me culpa por algo que não tenho culpa, filho.

Abaixo o olhar.

— Não sei por que sua mãe nos abandonou, mas sei que ela não gostaria de vê-lo desse jeito sempre tentando se meter em confusões, disposto a prejudicar seu futuro.

— Ela não se importa comigo — dou de ombros.

— Não fale assim. Tenho certeza que ela se importa, de que ela te ama.

— Como pode defendê-la? Até uma namorada você já tem. Está pouco se importando também.

— O que você quer, Jason? Que eu fique sozinho à espera da sua mãe voltar? Isso se ela voltar. Eu não tenho raiva dela, mas preciso seguir em frente com a minha vida.

Começo a andar sem direção, eu não curto esse lance de conversar sobre minha mãe, e muito menos essa coisa sentimental entre meu pai e eu.

— Jason? —Ele me chama o que me fez parar. — Eu iria conversar com você hoje, em casa, com calma e tranquilidade, mas você sumiu... bem..., Luiza e Grace vão se mudar para nossa casa.

Fico olhando para ele. O que ele espera que eu diga?

— Sei que pode ser difícil para você ver Luiza ao meu lado...

— No lugar que é da minha mãe – acrescento.

— Não é assim... Luiza será minha mulher, mas Lídia sempre terá o lugar dela que é de sua mãe. Sua e do seu irmão.

legal, pai. Chega desse papo.

— Certo, então espero que você as trate bem, ok — alerta.

— Tanto faz.

— Jason...

— Está bem — respondo bufando.

— Se você se esforçar eu vou conversar com o delegado para liberar sua motocicleta...

Eu não posso evitar que um sorriso aparece em meus lábios.

— Mas apenas se você se comprometer a ser um bom garoto.

Bom garoto nem pensar, pensei comigo. Isso não combinava mais comigo.

— Eu vou... vou tentar ser legal — falo.

Voltamos para casa, era madrugada quando chegamos, e penso que meu pai até foi bacana em relação ao que houve nesta noite. É claro que durante o caminho ele me deu "aquele" sermão sobre responsabilidade e bláblá. Mas até que não foi de todo ruim.

Ao entrar no meu quarto encontro Nico a minha espera.

— E aí, mano? Como foi lá? Deu tudo certo?

DOCE CORAÇÃO - Livro I - Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora