Não é assim que era para as coisas terem acontecido. Isso é algo que ele pensa todas as manhãs quando olha seu reflexo no espelho sujo por salpicados de pasta de dente.

Quando Louis tinha quinze anos, ele estreou em uma peça na sua escola e essa foi a primeira vez que sentiu o gosto de estar no palco. Seu rosto foi impresso em pôsteres por toda a escola, e as garotas corriam atrás dele – embora mais tarde ele veio a descobrir que garotas não eram exatamente pra ele, mas naquele tempo receber atenção foi legal – e desde então ele decidiu que ia crescer para se tornar um ator muito famoso.

Ele fez tanta coisa pra isso.

Agora com vinte e oito anos, era para Louis ter múltiplos Oscars em seu cinto, uma figurinista, e um namorado modelo gostoso esperando por ele em casa – de preferência nu com o jantar pronto e quente. Ele não tinha conseguido nada disso.

Ao invés disso, ele tem crédito por estrear em duas peças de baixo orçamento de Grease e Peter Pan, um trabalho numa perpetuamente vazia livraria, e a história de um relacionamento de duas semanas, além dormidas de uma noite. Ele foi avisado que alcançar seus sonhos não seria fácil, mas honestamente, ele desejava que todo mundo simplesmente tivesse avisado que era impossível. Isso o teria salvo de todo o esforço.

Ele estava desistindo da coisa toda depois de intermináveis rejeições nas audições. É muito desanimador ir lá não ganhar nada deles, além de receber críticas – que o fazem querer chorar com uma garrafa de vinho – ou simplesmente nunca o ligarem de volta, o que o faz querer chorar com uma garrafa de vinho segurando seu telefone.

Mas pelo menos ele deveria estar apto para alcançar o Namorado Gostoso que tinha como objetivo em sua lista, mas nem isso parece estar na jogada. Ele teve um cactos que durou mais do que qualquer um de seus relacionamentos, o que não é grande coisa a se dizer considerando que o único cactos que ele ganhou morreu um mês depois sem água.

- Pelo menos meu cabelo está bom – Louis murmurou para si mesmo ao checar seu reflexo na janela de uma pastelaria.

Seu copo de café da loja de conveniência está queimando seus dedos enquanto ele anda de cabeça baixa na rua. Louis não sabe por que ele nunca sai da cama na hora certa, e ele odeia sair de casa no frio úmido das sete e meia, mas lá está ele. Mesma merda, dia diferente.

Louis revira seus bolsos atrás das chaves da livraria e nota que a porta já está destrancada. Liam ou Zayn já devem estar lá dentro. Ele se prepara para uma palestra meio sentimental sobre pontualidade no caso de ser Liam quem está lá dentro.

- Se você me comprou café eu não vou te marcar como atrasado na folha do seu ponto – Zayn diz sem mesmo desviar o olhar do livro que ele estava guardando.

Louis deixou escapar um suspiro que ele nem sabia estar segurando.

- Você não me marcaria como atrasado independente de qualquer coisa, querido – Ele diz.

Ele entrega seu próprio café para Zayn, de qualquer forma.

- Zayn, – Louis diz – Você me diria se eu tivesse algum tipo de defeito, certo?

Zayn tomou um gole do café e o devolveu para Louis.

- Isso é sobre aquela conversa de namoro que nós estávamos tendo noite passada antes de você desligar na minha cara para ir assistir Iron Chef?

- Eu não desliguei na sua cara – Louis bufou. Ele realmente tinha desligado.

A questão é: Louis quer ser amado devidamente. Ele quer acabar numa casa, com uma mini van horrível, e com um bando de crianças o deixando louco, e Zayn sabe disso porque Louis sempre fala a mesma coisa quando fica bêbado e necessitado. Na verdade, Zayn sabe tudo que se pode saber sobre Louis, o que significa que pedir um conselho para ele é uma espada de dois lados, pois tem uma grande chance de ele entender coisas importantes de si mesmo, mas também uma grande chance de seu ego parar no chão sujo.

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