Uma Caipira na Cidade

Sim

Narrado por Jenny
Acordar foi meio difícil nessa manhã. Tudo o que só consegui foi pensar no Marcelo. Okay, confesso, eu gostei do beijo. Mas ainda não tinha certeza se aceitaria o Marcelo. Somos de mundos diferentes, estilos diferentes...Tenho certeza que a Dona Maria nunca iria nos aceitar...Até onde sei, ela quer que o filho se envolva com garotas ricas. Estava tão pensativa que nem notei minha mãe chamar
- Jenny!
- Oi mãe.
- Tá durmindo aí menina.
- Não não só tô pensando.
- Hm. A Teresa deve vir aqui daqui a pouco e vou ir ali no mercado okay?
- Tá bom.
Então do nada ouvi uma buzina no portão e quando desci..
- Oi - disse Marcelo.
Droga! Quem eu menos precisava naquele momento.
- Oi Marcelo. O que faz aqui?
- Precisamos conversar.
Duas palavras e uma frase que ferra tudo.
- Marcelo, não é um bom momento...
- Por que Jenny? Você não gosta de mim, é isso?
- Não Marcelo, não é isso.
- Então o que é?
- Eu preciso pensar um pouco. Não posso começar a namorar assim.
- Por que? Eu estou apaixonado por você e sei que você também está! Posso ver isso nos seus olhos - disse segurando levemente meu queixo.
- Marcelo, é difícil! Somos de mundos totalmente diferentes. E sei que sua mãe não aprovaria. Fora que..Você é bem mais velho que eu.
- Jenny...Quem disse que as coisas são iguais?
As melhores e inesquecíveis coisas da vida são aquelas que são únicas.
Nada realmente importa quando se ama alguém. Idade, peso, cor, dinheiro, religião...São todas incógnitas. Um amor é bem mais importante do que isso...E então?
- Eu...
- Oi Jenny - disse dona Teresa chegando.
- Oi dona Teresa.
- É seu namorado? - disse do Marcelo. Ele já ia falar mas fui mais rápida.
- Não. É só meu...Amigo!
- Ah.
- É que estávamos numa discussão científica - disse Marcelo - Eu insisto no princípio da Cargas, que os opostos se atraem. - disse claramente citando nós.
- Mas aí eu digo o princípio de Newton, que dois corpos não ocupam o mesmo espaço.
- Ah parece interessante. - Claramente, ela achou um saco mentalmente -Vou subi lá então.
- Tudo bem, fica a vontade!
- E então?
- Marcelo...A gente resolve isso depois.
- Tá...Pensa no que eu te falei.
- Tá.
- Tchau. Ele sorriu lindamente e me roubou um selinho. Eu olhei incrédula e ele piscou pra mim...Droga, por que fui me apaixonar logo por Marcelo Ligabaro?
No dia seguinte não parava de pensar nisso....Pior que ele tinha certeza razão. Tentei fugir de todos os jeitos possíveis do trabalho mas minha mãe não colaborou...
- Qual é mãe?
- Jenny, você não tá tão mal assim.
- Tô sim.
- Que nada. Toma um remédio e vem logo.
Tentei fugir mas não teve jeito, tive que ir pra casa da dona Maria.
Assim que cheguei, fiquei aliviada por não ver o Marcelo ali. Tudo o que menos precisava era vê lo.
Fiz meu trabalho e parei para comer alguma coisa por que não tinha almoçado.
Então nesse intervalo comecei a desenhar, só que minha mente idiota resolveu voltar...No momento da pista de skate...No cinema...E no beijo...Droga! Não tinha jeito...Eu estava apaixonada por Marcelo Ligabaro!
E quando vi, o olho do desenho tava parecido com o do dele aí comecei a apagar
- É um belo trabalho pra ser disperdicado - E falando em quem tá vivo...
- Marcelo?
- Jenny...Precisamos conversar. - Droga! Para de lembrar isso!
Já travei todinha por dentro, mas ele percebeu minha tensão e disse
- Calma, é apenas como amigos...
Repirei fundo e fui.
Ele me levou até a grande árvore do jardim (que eu já sabia por que me refugiava ali pra ler).
- Olha...
Mas aí o telefone começou a tocar...
- Ah é a Luísa. Vem cá, quero te apresentar à ela..
- Marcello Frérot! - disse por videochat.
- Luísa, mia Sorellina! Como vão as coisas por aí? - Eles falavam engraçado, tipo misturando italiano com alguma coisa...
- Oui. Marvelleux!
- Ei, olha só quem está aqui! Esta é a Jenny, filha Nita.
- Que trabalha aí?
- Oui.
- Ah J'sai! Bon Jour Jenny!
- Ela disse Olá
- Ahh tá. Hi Luísa - fui logo no inglês por que era o que eu sabia...
- Rsrsrs Oi. Então você é a Jenny de que meu irmão tanto fala?
Aí mds. Desde quando ele fala de mim?
- Hã...Sim! Só espero que ele tenha falado bem de mim.
- Oui chérrie! Marcello só tem dito coisas fantastiq sobre você.
- Puxa, você tem um sotaque diferente!
- rsrsrs Pois é. É que tenho fluência em algumas línguas. Italiano, minha língua materna, português, inglês e francês.
- Francês? Então você já foi pra França?
- Pretendo. Mas é por que eu moro aqui em Montreal, Quebec. Onde a língua mais falada é o francês.
- Entendi.
- Bom, preciso ir, vou deixar os seuls à tourtereaux! Au revoir!
- Luísa! - disse meio sem graça. Mds nem quero pensar no que ela disse...
- Puxa ela é bem legal né....
- Espere para conhecê la pessoalmente.
Então voltei ao trabalho...Fui limpar o piano da sala de estar.
Aí nisso, apertei uma tecla que emitiu um som. Tentada, acabei apertando mais uma.
Nunca tinha tocado um instrumento, se não alguns acordes de violão. Bem, acho que não faz mal tentar uma vez....
Apertei algumas teclas, que inicialmente fizeram um somzinho bonitinho, mas depois o barulho estava péssimo. Até escutar uma risadinha e alguém chegou por trás e disse.
- Assim você não vai conseguir tocar - disse Marcelo tomando minha mão e ajeitando nas teclas certas.
- Agora toque!
- Eu?
- Sim!
Tentei algumas vezes mais foi um desastre.
- Licença! Hora do mestre entrar em ação! - disse sentando ao meu lado.
Ele começou a tocar uma melodia bem famosa. Não sabia o nome mas sabia que era do Mozart.
- Desde quando sabe tocar?
- Comecei com 5. Meu pai me ensinou, mas a perfeição mesmo foi com 8, assim que minha mãe comprou o piano. Quando estou deprimido ou com saudades de meu pai eu começo a tocar as músicas preferidas dele. Ou também quando quero.
- rsrsrs.
- Bem o...- Mas aí percebi que já ia falar Alan então cortei o nome mentalmente - Um conhecido da minha cidade tinha um violão então aprendi a tocar um pouco.
- Legal.
Ele me encarou e começou a cantar uma música em italiano.
- Puxa é tão linda...O que quer dizer?
- É sobre um amor real, verdadeiro que resiste à tudo.
- É incrível
Nos encaravamos e sorriamos. Só que os sorrisos foram diminuindo...Marcelo olhou ao redor e se aproximou para me beijar.
- E então? Você quer ser namorada?
- Marcelo....Eu acho que não vai ser uma boa idéia.
Não, na verdade eu queria, também estava apaixonada por Marcelo, mas uma série de fatores colocavam tudo em xeque.
- Bom...Talvez isso te ajude a pensar
Não entendi até ele me beijar novamente...
- E então?
- Eu Aceito!
Acho que nem a estrela mais brilhante se comparava com o olhar de Marcelo naquele momento. Ele deu um sorriso gigante me abraçou no ar e por fim me deu um beijo. Combinamos que por enquanto é melhor ninguém saber, mas é daí, estava namorando...OMG EU ESTOU NAMORANDO!
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Oi Amoras
Uhh finalmente o OTP deu certo 🎉 LuaMar pq tem que ser tão fofo? 😍 #SeCasemLogo
Bjs das tia Kat e Lua 😘