Capítulo 8 - Frente a Frente

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📌Recadinho: Por motivos pessoais, o capítulo 8 que seria publicado no dia 31/10 ( próxima segunda- feira), foi publicado agora e talvez os últimos 2 capítulos (9 e 10) sejam publicados ainda essa semana também. Muito obrigado a todos que vem acompanhando o livro. Até logo, boa leitura. 💙💙

- Caio - falo quando entro na sala - o que você faz aqui? - ele caminha lentamente até mim e ficamos cara a cara
- sabe... - começa ele - você parece ser um cara legal, talvez eu até me apaixonasse por você mesmo - ele passa por mim e fica atrás de mim. Meu coração congela - pena que sou pago apenas pra levar você até seu pai - eu me viro e olho em seus olhos.
- então é verdade. Você trabalha para o meu pai - eu tento empurra-lo, mas ele segura minhas mãos e me joga contra a parede.
- é melhor você ficar caladinho e vir comigo, se você não quiser que nada de ruim aconteça com seu namoradinho - ele me empurra e eu sigo caminhando na sua frente lentamente e ele logo atrás de mim. Entramos no elevador e as portas se fecham.
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             (Últimos Capítulos)

O carro segue em alta velocidade por uma estrada deserta e cercada por mato, estou no banco do carona. Caio está sério e com o olhar fixo na estrada. Meu coração tá acelerado, mas tento não me desesperar, o importante agora é manter minha mãe e Júnior a salvos e bem.
- Caio - o chamo depois de um tempo já na estrada em silêncio
- fala - responde ele friamente e sem olhar para mim
- quem tá por trás disso tudo, é meu pai? - ele continua sem olhar pra mim e então faz uma curva entrando em uma estrada de terra
- você vai saber logo logo - responde ele diminuindo a velocidade do carro. Olho para ele que tá tão concentrado na estrada que não desvia o olhar nem por um segundo - por quê tá me olhando? - pergunta ele sério e eu desvio o olhar para a estrada
- nada... é só que você parecia um cara totalmente diferente disso. - ele sorri
- ninguém é o que aparenta ser,  Jonathan. - o carro faz mais uma curva e para em frente a um portão enorme de ferro. Um cara alto e forte surge na entrada e vem na direção do carro, ele faz um sinal com a cabeça para Caio e os portões se abrem. Caio acelera o carro e entramos no que parece ser um sítio. Meu coração acelera e se aperta, sinto que os olhos de Caio estão em mim e só então percebo que o carro já parou e que estamos em frente a uma enorme casa. - preciso que você venha comigo agora. - fala Caio calmamente
- por que você tá fazendo isso Caio? - ele suspira
- vem, por favor. Não quero machucar você - aquelas palavras pareciam doer nele, então eu solto meu cinto e saio do carro. Seguimos calados para dentro da casa, Caio vem atrás de mim, eu olho pra trás e só então vejo que ele tem uma arma que agora está na sua mão. Eu volto a olhar para frente, a porta se abre e Caio faz sinal para eu entrar. A casa realmente é enorme, mas é velha e parece abandonada há bastante tempo, as paredes estão descascadas e os móveis que ainda existem velhos demais
- qual lado? - pergunto a Caio quando chegamos em dois corredores
- lá pra cima - ele aponta pra outro lado e então vejo uma escada branca velha demais. Eu sigo lado a lado com Caio até o segundo andar,  onde entramos em uma sala vazia a não ser por alguém sentando em uma cadeira olhando lá para fora através de uma janela de vidro quebrada - aqui está ele - fala Caio
- Oi Jonathan - então vejo ele, meu pai. Ele se levanta e vem na minha direção - muito bom ver você de novo - sua aparência é envelhecida e cansada - fiquei sabendo várias novidades sobre você. Uma delas é que agora você é um marica - ele solta uma gargalhada horrível - quem diria, o pegador Jonathan leão agora dá a porra do cu dele - meu sangue ferve e eu não consigo me controlar e parto pra cima dele,  mas Caio me segura com força
- cala essa boca! - grito - me solta Caio, me solta! - mas Caio continua a me segurar forte.
- deixa ele vir - fala meu pai - vai ser um prazer dar uns bons socos nele - ele tira do bolso da calça jeans um soco inglês e o coloca- vem Jonathan - ele continua andando de  um lado para o outro.
- senhor - fala Caio - isso é realmente necessário? O plano era outro - meu pai vem na nossa direção e me empurra me jogando no chão e parte pra cima de Caio
- o que você disse? - Caio apenas abaixa a cabeça
- desculpa senhor - meu pai o solta e vem na minha direção e me da um chute na barriga, eu grito e começo a rolar no chão. Sinto meus músculos se queimando por dentro de mim.
- vai levantar Jonathan? - ele grita perto do meu ouvido - cadê aquele Jonathan que eu criei pra me substituir, hein? - eu fico calado e continuo a segurar minha barriga - Levanta! - ele grita de novo e me puxa pela manga da camisa e sai me arrastando pelo chão, então Caio se mete.
- chega! - grita Caio que parte pra cima do meu pai, os dois rolam no chão e eu me levanto rapidamente - vai, corre Jonathan! - então eu saio correndo pelo corredor enorme. No topo da escada encontro dois seguranças, então vou por outro caminho e acho uma porta pequena, logo vejo uma escada velha demais, então começo a descer por ela, quando estou quase no final, a escada se parte e eu acabo caindo. Sinto minha cabeça bater forte em algum então coloco a mão e vejo sangue nos meus dedos, me levanto e sigo cambaleando pelo caminho. Minha cabeça gira e sinto que vou cair, mas continuo andando, logo vejo que estou na sala do primeiro andar e vejo que ela está vazia e a porta da frente aberta. Saio correndo e minha cabeça dói, vou ao chão. Tudo parece girar de uma maneira inexplicável, então ouço sua voz
- Jonathan, levanta rápido  - Caio me pega pelos braços e me apoia contra seu corpo. Então ouço tiros sendo disparados e Caio vai ao chão junto comigo - vai, corre, você consegue! - seus olhos estão cheios de lágrimas - eu sei que consegue Jonathan - então percebo que sua costa está só sangue
- Caio - o chamo e tento reanima-lo - Caio, por favor - minha cabeça volta a girar intensamente e acabo indo ao chão mais uma vez.

Meus olhos se abrem lentamente e uma forte luz me faz fecha-los de novo, tento abri-los de novo e então consigo, finalmente.
- ei - ouço a voz de Júnior e tento me levantar desesperado, mas não consigo, então percebo onde me encontro. Em um quarto de hospital - calma, você não pode levantar agora - Júnior coloca suas mão em meu rosto
- como eu vim parar aqui Júnior? - ele senta na beira da cama e segura minha mão
-  O Caio me mandou uma mensagem do seu celular - eu fico sem entender
- como assim? - ele me olha - ele não pegou meu celular - falo confuso, então Júnior entrega meu celular.
- na verdade, pegou e salvou sua vida - eu respiro e sinto uma forte dor na barriga.
- cadê ele? - pergunto e Júnior  parece desconfortável com a pergunta.
- Jonathan, é melhor você descansar agora - mas eu não queria descansar, eu queria saber de Caio.
- Cadê ele, Júnior?  - ele se levanta e vai até a janela.
- Jonathan - ele faz uma pausa e volta em direção a cama e olha nos meus olhos - ele morreu.

J&J - "De Olhos Fechados"  Onde as histórias ganham vida. Descobre agora